Especial Dia da Mulher: conheça Fernanda Costa, coordenadora juízes

Árbitra desde 1991, Fernanda rompeu barreiras ao ser nomeada neste ano a primeira mulher a assumir a coordenação de juízes da ABQM

Dando sequência à série de reportagens especiais em comemoração ao Dia Internacional da Mulher – que será celebrado no próximo domingo (8) -, o portal Cavalus conta hoje a história da médica veterinária e árbitra de provas equestres Fernanda Almeida Costa, de 49 anos.

Antes de mais nada vale ressaltar que, entre tantos motivos, o Dia Internacional da Mulher busca rememorar a luta de muitas mulheres por igualdade de condições e oportunidades de trabalho. Desse modo, Fernanda Costa, mesmo em um ambiente predominantemente masculino como o de árbitros de provas equestres, conseguiu provar que capacidade não tem a nada a ver com gênero.

Ainda mais após romper barreiras ao se tornar a primeira mulher a assumir a coordenação de juízes na atual gestão da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Quarto de Milha (ABQM). Tal honraria, ela atribuiu ao trabalho sério que desempenha desde 1991, quando deu início a sua atuação como árbitra.

“Sempre fui e sou séria, compenetrada em meu serviço e atuo com total lisura e imparcialidade. Mas, com certeza, trata-se de um meio, em nosso país, dominado por homens. Dessa forma, as mulheres sempre precisam provar e serem mais capacitadas que os homens para ter igual valor”, ressalta.

Confira abaixo a entrevista completa!

Fernanda é juíza pela ABQM desde 1991 – Foto: Divulgação/ABQM

Amor de infância

“Sou apaixonada por cavalos desde que me entendo por gente. Ainda na infância, eu tinha 3 anos, meus pais adquiriram uma propriedade rural, para poderem descansar e terem um recanto de lazer nos finais de semana. Eles diziam que eu sumia em cima dos cavalos, na época animais de lida, sem raça definida. Aos 7 anos já dizia que seria médica veterinária para cuidar de cavalos.

Na adolescência passei a criar e competir nas provas de Tambor e Baliza no QM. Depois, me tornei treinadora e competidora nas modalidades de Rédeas, Working Cow Horse, Western Pleasure, Conformação, Tambor e Baliza. Além disso, morei alguns anos nos Estados Unidos, onde treinei com pessoas renomadas e ganhei experiência tanto na área de treinamento, quanto na parte médica e julgamento”.

Fernanda Costa sempre acompanha os juízes americanos durante os eventos da ABQM – Foto: Divulgação/Foto Perigo

Início carreira 

“O início da carreira como juíza foi um desenvolvimento natural de meu envolvimento com o cavalo, em especial o Quarto de Milha, minha maior paixão. Após sofrer um trauma físico, fui obrigada a não mais treinar e, com isso, foquei na carreira de juíza.

Sou juíza ABQM e AQHA desde 1991, também faço parte do quadro de juízes ABCPaint e ABCCAppaloosa. Já fui juíza NRHA, ANCR, NCHA, ANCA. Com certeza, trata-se de um meio, em nosso país, dominado por homens e as mulheres sempre precisam provar e serem mais capacitadas que os homens para ter igual valor.

No entanto, acredito que pelo fato de ter iniciado muito jovem, já fazer parte do meio como competidora, fui bem recebida pelos juízes e pela maioria dos criadores. Aliado a isto minha conduta, sempre fui e sou séria, compenetrada em meu serviço e atuei com total lisura e imparcialidade, como dizem, não sou ‘de mostrar os dentes’.”

Convite para assumir a coordenação ABQM

“Sem dúvidas, fiquei feliz ao ser convidada para o cargo de coordenadora. Principalmente pelo fato do convite ter sido única e exclusivamente baseado em uma escolha técnica. Ademais, somou a este o fato de vários juízes do quadro me felicitarem enaltecendo minha retidão de conduta. No mundo que vivemos, com total inversão de valores, certamente, é um fato a ser destacado”.

Fairy’s Country Ranch, em Umuarama/PR – Foto: Arquivo Pessoal/Fernanda Costa

Criação de QM

“Crio animais da linhagem de Apartação e Rédeas em Umuarama/PR, no Fairy’s Country Ranch, Centro de Reprodução, onde além de criar presto serviço na área de reprodução equina.

Possuo meu troféu numa égua do criatório da Carol Rose, única filha do Smart Shiner (seria o sucessor do Shining Spark se não tivesse morrido) no Brasil. Assim, que eu tenha conhecimento em MS Trips to Dynamite, produtora de campeões em várias modalidades nos Estados Unidos. Eu a comprei potrinha. Não tenho muitos animais, mas crio com esmero.”

Por Natália de Oliveira
Crédito da foto em destaque: Arquivo Pessoal/Fernanda Costa

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