Durante essa semana estamos apresentando a história de algumas mães a fim de homenagear todas as mães do meio do cavalo
Há mais de 40 anos, Roseli de Matos Lima Diniz, 59, tem o cavalo em sua vida. Nascida na região de São José do Rio Preto/SP, hoje mora em Itapira, também em São Paulo, local em que está instalado o conceituado Rancho Diniz. A família é especialista em cavalos de Rédeas e, certamente, você conhece!
Roseli é mãe de Gilson Diniz Filho, Giovanna Lima Diniz e ainda de Gisely Diniz Resende. Casada com um o campeoníssimo Gilson Diniz. Não tem prova de Rédeas sem eles, isso é fato. A competição, sem dúvida, fica mais acirrada com a presença dos Diniz. E devido ao talento dos filhos, Roseli está sempre sorridente ao lado da família nos pódios.
Ser esposa de um treinador de cavalos é ter uma vida na estrada. E quando os filhos também são treinadores e/ou competidores? No caso de Roseli os dois, já que Gilson Filho seguiu os passos do pai na profissão de treinador e Giovanna é uma das fortes concorrente da categoria Amador. Apenas eles continuaram competindo, já que Gisely não seguiu o mesmo caminho.
Conversamos com ela, confira!
Como o cavalo entrou na sua vida?
“Eu queria ser professora, porém me casei cedo e fui mãe aos 18 anos. Em 1979, quando casei com o Gilson foi quando o cavalo entrou na mina vida. Meu marido trabalhava tirando leite em Goiás, onde morávamos. E tornou-se treinador de cavalos seis meses depois de um curso que ele foi fazer em São Paulo.
Sou a mais crítica deles. Falo quando está bom, mas quando está ruim também. Aliás, falo mais quando esta ruim (risos), por isso evito até de acompanhar os treinos. Mas não chego perto de um cavalo. A não ser quando tem algum doente. Se precisar ficar a noite inteira na cocheira ao lado dele eu fico, mas montar nem pensar, morro de medo”.
Desde quando então você acompanha sua família nos treinos e provas?
“No começo eu não ia, não dava, pois tinha dois filhos pequenos, a Gisely e o Gilson Filho. Então, até 1995 eu não acompanhei de perto. A Giovanna nasceu em 1994 e um ano depois nos mudamos para São Paulo. Foi então, que em 95 comecei a acompanhar todas as provas. Mas não vou até a pista nos treinos.
Assim sendo, minha maior alegria é entrar na pista para acompanhar a premiação dos filhos. Fico feliz também quando é do meu marido, mas quando são os filhos eu fico mais. Medos não tenho. Quando não vou a uma prova, fico em casa com a minha fé, ensinamento da mina Vó. Tenho a crença nas minhas santas e nos meus santos e fico sempre torcendo por eles. Para que meus filhos mostrem o que sabem fazer. Não peço para ganharem, mas torço para que eles mostrem um bom trabalho.
E o dia a dia é sempre atribulado para quem fica nos bastidores. Sou eu que engomo todas as calças e passo as camisas, sempre fui muito elogiada por isso. Hoje tenho ajudante, mas sempre fiz por muito tempo.
E também sou eu a responsável por todos os itens que eles devem levar quando viajam para uma prova. Dessa forma, a saída para prova é um tormento para mim, pois tenho que pensar em tudo. Eles ficam focados nos cavalos e eu nos bastidores. Mesmo assim, sempre tem algo que fica para eu levar quando vou depois de uns dias, mesmo com toda a organização”.
Melhores momentos
“Pelo menos uma vez ao ano, que é, eventualmente no Potro do Futuro da ANCR,a gente reúne toda a família. É a maior prova do ano da Rédeas e a mais importante para meu marido e filhos em termos dos cavalos. Então conseguimos juntar todos, marido, filhos, netos, genros, noras. E eu torço para que eles estejam entre os dez melhores na classificação final, para mim já está bom, independente que lugar seja.
E são mais de 40 anos nesse meio, imagino que todas as mães sofrem como eu. Estamos lá na arquibancada para prestigiar os filos, marido, e todas sofrem, imagino, como eu sofro. E por isso acredito que uma da força a outra. Eu sempre estou apostos para torcer por todos e dar força para todas as mães. Estamos junta sempre com o mesmo intuito e com muita fé em Deus. Que ninguém se machuque e que todos façam uma boa apresentação. Fico ali na torcida para todos.
Imagino que todas as mães ficam ali por mim também. Graças a Deus tenho uma relação muito boa com todas. Sinto isso, que é um coração só ali naquele momento. E meu desejo é que continuemos unidas, torcendo pelos nossos filhos.”
Por Luciana Omena
Crédito das fotos: Arquivo Pessoal
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