A data é comemorada todo dia 23 de junho desde 1894, ano em que foi criado o Comitê Olímpico Internacional
O Comitê Olímpico Internacional, com a proximidade de comemorar mais um Dia Olímpico, lançou uma pergunta: O que significa olimpismo para você? Para esportes equestres, há muitas palavras que podem ser usadas para descrever o que somos: Igualdade, Esportividade, Paixão, Amizade, Excelência, Juventude.
A Federação Equestre Internacional aproveitou essa ocasião para resgatar algumas histórias de seres humanos e cavalos que sente ser os melhores que o nosso esporte tem para oferecer. Essas histórias nos mostram o verdadeiro significado do espírito esportivo, e trazem o espírito olímpico em tudo o que fazemos.
Lis Hartel é uma ex-atleta de Adestramento que defendeu a Dinamarca e se destacou em seu esporte, tornando-se campeã nacional de seu país por dois anos, 1943 e 1944. Em 1944, com apenas 23 anos, ela contraiu Pólio, ficando paralisada abaixo dos joelhos e com mobilidade limitada em seus braços e mãos. Ela estava grávida na época e não queria deixar a doença abatê-la. Sua filha nasceu saudável e ele persistiu no sonho de continuar montando.
Contrariando os conselhos médicos, não deixou sua carreira equestre de lado. Foi campeã em 1947 do campeonato europeu. Em 1952, entrou para a história como uma das primeiras mulheres a ser selecionada para a equipe de Adestramento Olímpico, ficando de igual para igual com os homens. Foi só nesse ano que abriram parar participações de não militares.
Naquele tempo, o Dressage era um esporte reservado para oficiais masculinos comissionados, então para uma mulher, que não conseguia sentir nada abaixo do joelho, competir e ganhar – nesse primeiro momento a medalha de prata – contra homens não era nada menos do que inovador. Esse feito a fez entrar para a história como a primeira mulher a ganhar uma medalha olímpica de Dressage.
Após seu incrível teste em uma competição Olímpica de Adestramento, ela precisou de ajuda para desmontar de seu cavalo. Vendo sua luta, o medalhista de ouro Henri Saint Cyr, da Suécia, ajudou-a a chegar ao pódio para ficar lado a lado com seus colegas homens. Foi um momento decisivo na história para a igualdade em nossos esportes, e uma exibição olímpica de excelente esportividade e respeito de seu rival. Foi realmente um momento que definiu o que o movimento olímpico incorpora.
Lis Hartel nasceu em 14 de março de 1921 e faleceu em 12 de fevereiro de 2009. Sua mãe, Else Holst, foi sua primeira treinadora, mas quando começou a despontar como nacionalmente competitiva, passou a ter acompanhamento profissional, com o cavaleiro Gunnar Andersen. Além dos feitos já citados, ela continuou a ser campeã dinamarquesa em 1953, 1954, 1956 e 1959. Em 1956 ela ganhou outra medalha de prata, desta vez nas Olimpíadas de Melbourne, Austrália.
Ao se aposentar das competições, Hartel passou a fazer demonstrações de Adestramento e se dedicou também à luta a favor dos que sofriam igualmente com sequelas da Pólio. Arrecadou dinheiro e apoiou a equitação terapêutica para pessoas com deficiências. A Fundação Lis Hartel na Holanda, em homenagem a ela, oferece oportunidade para pessoas que querem montar. Em 1992, Hartel foi introduzido no Hall da Fama da Dinamarca, e em 2005 ela foi nomeada uma das dez melhores atletas da Dinamarca de todos os tempos.
Fonte: FEI e Wikipedia
Fotos: FEI