Essa semana está mais que especial para o portal Cavalus, afinal, estamos desenvolvendo uma série de reportagens sobre o Dia das Mulheres, comemorado amanhã (08/03). Para quem não sabe, a Editora Passos, matriz do Portal Cavalus, possui como proprietária uma mulher, Adriane Passos, e seu time é formado, em sua maioria, por mulheres. (Clique aqui e saiba mais).
E não é só por aqui que as mulheres estão ocupando seus espaços no mercado. Se voltarmos nossos olhos para o agronegócio como um todo, quase 1 milhão de mulheres administram propriedades rurais no Brasil, segundo o Boletim da Agricultura Familiar, divulgado pela Companhia Nacional de Desenvolvimento (Conab) com o objetivo de demonstrar a presença feminina no campo.
Baseado no levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desenvolvido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o documento aponta que houve um crescimento de 44,2% da liderança das mulheres no campo nos últimos 11 anos.
Continuando nossa série especial para o Dia das Mulheres, hoje nossas histórias de sucesso são de três mulheres que marcaram seus nomes na história dos Três Tambores. Confira!
Silvia Simionato, treinadora e professora de Três Tambores
“Ser mulher é muito sacrificante, não vou negar. Mas a mulher tem se destacado muito, principalmente no meio do cavalo, por treinar bem os cavalos, por ser bem dedicada, tem um jeito especial para lidar com crianças e paratletas dentro de um centro de treinamento, por exemplo. Então, as mulheres estão se destacando muito no meio do cavalo. E hoje se não tiver uma mulher no centro de treinamento não vai pra frente. É ela que faz a diferença com o seu olhar atendo na organização, treinamento, alimentação, dando carinho e atenção para as crianças e paratletas – alunos no geral – e assim a mulher vai se destacando cada vez mais”, afirma Silvia Simionato.
Silmara Castro, treinadora de Três Tambores
“Confesso que no começo não foi fácil. As pessoas não confiavam em mim e não entendiam que eu realmente queria trabalhar com aquilo. Quando olhavam uma menina nesse meio, achavam que eu estava ali atrás de homem. Não pensavam que era porque eu gostava do animal, porque queria mesmo o serviço. No começo eu tive que lidar muito com isso e não foi fácil. Mas hoje fazendo mais cursos, mostrando o meu trabalho, com muita dedicação, as pessoas começaram a enxergar a gente com outros olhos. Vendo a sequência do nosso trabalho, que a gente não desistiu e que está aí porque gosta, de fato, do trabalho, do animal, que gosta de ver o animal tomando forma e evoluindo, de levar para a prova. Com o tempo só, eu comecei a ver que as pessoas passaram a me respeitar mais e me tratar de uma forma mais profissional”, afirma
“Mas as dificuldades continuam, sim. Só que a gente tem que sempre batalhar para melhorar, afinal, não é fácil mexer com cavalo. Como a gente costuma falar, a gente não vive do cavalo, a gente vive para o cavalo. Então, realmente tem que gostar muito para estar trabalhando com isso. Teve um momento que eu pensei em parar de mexer com cavalo, mas a gente sempre volta. É aquele negócio, quando a gente trabalha bem, nunca falta serviço pra gente”, pontua Silvara Castro.
Graziella Agnes, presidente da ANTT
“Não é nada fácil ser mulher em um ambiente que por muito tempo foi dominado pelos homens, principalmente ocupando um cargo de liderança. Mas vejo que hoje esse universo equestre já não está tão predominante como antes, as mulheres conquistaram espaço, confiança e credibilidade dentro desse meio com respeito, determinação, amor pelo que faz e principalmente pulso firme. Desde sua fundação, a ANTT passou por diversas fases, fáceis e difíceis, confesso que foram em sua maioria desafiadoras, porém recheada de aprendizado que hoje carrego pra minha vida em um todo”, afirma.
Acredito que o meu trabalho dentro da ANTT já mostra o quão ela é importante pra mim, afinal, é impossível separar a minha história da história da ANTT. Hoje com 20 anos de campeonato, as coisas já fluem de forma mais tranquila do que antes. Pude acompanhar cada passo dessa evolução desde o início da Associação e hoje tenho muito orgulho em poder dizer que vi ela nascer, acompanhar de perto cada passo e chegar aonde está”, afirma Graziella Agnes.
Leila Marisa, treinadora e competidora de Três Tambores
“Eu nasci no Haras Jota Sá, meu pai trabalhou 30 anos lá e foi campeão de Rédeas. E eu sempre copiei muito meu pai. Com 11 anos, comecei a me envolver com o tambor, mexendo e iniciando os cavalos no haras. Daí com 16 anos, o Marcos [proprietário do Haras Jota Sá] me levou para os Estados Unidos para aprender a mexer no cavalo de conformação e fiquei seis meses lá. Foi um aprendizado bem grande, uma experiência bem boa. Quando voltei, eu trabalhei em outro haras e só depois de um tempo eu voltei a mexer no cavalo de tambor. De lá pra cá, não parei mais”, afirma.
“Hoje sou funcionária do Haras São João, cuido 10 cavalos de fora e tem fila de espera até muita gente querendo levar cavalo pra mim. Por eu ser mulher, eu deixo o animal muito na mão, diferente do homem, que mais arrasta cavalo. Graças a Deus eu sou bem respeitada no meio, porque eu mesma treino os cavalos desde potro, início eles, eu sempre estive no top 10. Então eu acho que isso que fez a diferença, eu sempre comecei desde o zero e foi bom. Eu sou grata a Deus por ter me dado esse dom e por ser tão apaixonada pelos cavalos”, pontua Leila Marisa.
Por Natália de Oliveira . Redação Cavalus
Fotos: Reprodução / Arquivo pessoal / Leila Marisa / Graziella Agnes / Silmara Castro / Simone Simionato
Leia mais notícias aqui
