Conhecer um pouco da história é importante e vale a pena ressaltar a diferença entre os equídeos
São divididos em três grupos: cavalos (garanhão e égua), ou Equus caballus; asínios (jumento e jumenta), ou Equus asinus; e muar (burro e mula), ou Equidae. Pensando assim, fica claro e bem mais fácil de entender, não é mesmo? Buscando explicar melhor esse conceito, encontramos como definição que o muar é um mamífero híbrido originário do cruzamento de um individuo DE sua espécie com um cavalo.
Chama-se de híbrido, portanto, todo e qualquer organismo vivo descendente de indivíduos geneticamente diferentes. É importante lembrar que são considerados híbridos apenas os descendentes de pais de espécies diferentes. E quando há o cruzamento de animais da mesma espécie, mas de raças diferentes, são obtidos animais mestiços.
Por sua robustez e adaptabilidade, os muares são animais de montaria, tração e carga, muito utilizados no mundo todo. Portanto, podemos deduzir que a vontade de produzir um animal grande e forte como um cavalo e, ao mesmo tempo resistente, trabalhador e dócil como um asno gerou a idéia desse cruzamento.
A mula, o muar fêmea, é o resultado do cruzamento de um asno macho com uma égua. Já o inverso, o cruzamento de um cavalo com um asno fêmea, é chamado burro, ou bardoto. Em virtude do número irregular de cromossomos resultante desses cruzamentos, tanto a mula quanto o burro são animais, via de regra, estéreis.
No caso de unir o asno macho com a égua, obtém-se um híbrido cromossomo ímpar (animal que se origina do cruzamento de espécies diferentes). Os produtos dessa hibridação, como já vimos, são conhecidos popularmente pelos nomes de burro e mula. A prole, que herda o tamanho e a constituição da mãe, é mais parecida com o cavalo do que com o asno.
O burro, união do asno fêmea com o cavalo, é mais difícil de criar e tem a desvantagem de ser menor e de herdar o temperamento birrento da mãe. Não consegue produzir espermatozóides, por isso é estéril. A mula também é estéril porque não pode produzir óvulos, ou seja, eles não se reproduzem entre si.
O processo estéril deve-se do cruzamento de espécies diferentes e da diferença genética quanto ao número de cromossomos (Eqqus caballus – 2n = 64; Equus asinus – 2n = 62). Ao cruzarem geram uma prole de híbridos que apresentam células 2n = 63 cromossomos. São estéreis em quase sua totalidade, sendo registradas na literatura algumas exceções estimadas como uma em um milhão.
Outra explicação é que tanto o macho quanto a fêmea não têm os órgãos genitais bem desenvolvidos, o que dificulta o acasalamento. Por esse motivo, fortemente comercial, os cruzamentos são feitos entre muares e cavalos.
As principais características do grupo são: o peso máximo entre 120 a 180 kg; podem viver por mais de 15 anos com facilidade e atingindo até 35 anos; a velocidade de marcha chega entre 4 6 km/h, o comprimento chega até 2,7 metros.
Para os asínios, jumento ou jumenta, acredita-se que o ancestral tem origem na África e foi domesticado nos primeiros tempos da civilização egípcia. Hoje existe em todo o mundo, exceto nas regiões muito frias. É um animal barato e fácil de criar. Um ponto bastante forte é que seu leite, mais rico em lactose que qualquer outro, à exceção do leite humano, é usado às vezes na alimentação infantil.
Uma raça brasileira de jumento bastante difundida é o Jumento Pega, originário de Minas Gerais. Foi o Padre Manoel Maria Torquato de Almeida, pastor de almas do Arcebispado de Mariana, em 1810, que começou a criação. Esse religioso, dono da Fazenda do Cortume, vislumbrou um horizonte de grande importância para a pecuária nacional, misturando raças indianas e egípicias.
O nome Pega tem origem no aparelho formado por duas argolas de ferro, no formato de algemas, usados nos tornozelos dos escravos fugitivos. Os jumentos que vieram dessa mistura de raças eram marcados pelo seu proprietário e a marca era idêntica a esse aparelho. E assim se desenvolveu o termo Jumento Pega.
Foi em Minas, na época do desenvolvimento da mineração nos séculos 18 e 19, que os muares passaram a ser bastante utilizados. Talvez por ser um Estado cercado por cadeias de montanhas, optaram por utilizar animais bem resistentes para atender àquela atividade.
Além da mineração, tanto muares como asínios eram usados para vencer as longas distâncias rumo à corte; para manter a convivência entre as populações do campo e das cidades; para suprir as necessidades básicas das famílias; para transportar a produção da terra, entre outras funções.
A saber, existem outros exemplos de animais híbridos: Zebralo: cruzamento entre uma zebra e um cavalo; Ligre: cruzamento entre um leão e uma tigresa; Tambacu: cruzamento entre os peixes tambaqui e pacu-aranha; Leopon: cruzamento entre uma leoa e um leopardo; Huarizo: resultado do cruzamento entre um lhama com uma alpaca.
Fontes: Wikipedia, Infoescola, Brasilescola
Crédito foto de chamada: Zootecnia Ativa