Claudia Ono fala em sua coluna da semana que não há nada que seu cavalo faça que não seja orientado por você
Provavelmente você já ouviu uma explicação do tipo: “Seu cavalo não te respeita”; “Faltou puxar com mais força”;“Vamos corrigir seu cavalo”.
E se você já aceitou alguma dessas soluções, deve estar aqui desanimada porque não deu certo. Ou até piorou.
Para explicar o motivo e como mudar, vou contar o que aconteceu com um aluno da minha Mentoria.
Todas as vezes em que entrava no primeiro tambor, o cavalo endurecia e acabava virando já na cerca. Só que não foram uma nem duas vezes, foram todas as passadas no último ano.
É um animal sério e habilidoso. Porém, tenho certeza de que você já pensou que era um cavalo ‘louco e ruim’. Dor? Não, ele não sentia nada.
Foi no final do ano passado que eles chegaram até mim. De tal forma que assisti nove vídeos entre treinos e provas e ele passou reto em todos eles.
O Carlos já não sabia mais o que fazer. Antes de mim, ele chegou a participar de clínicas com dois grandes treinadores. E nada.
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Mas o que havia de errado com aquele cavalo?
N.A.D.A! Pois é, o errado era o Carlos. Com a sua mente humana (claro) ele não imaginou que seu cavalo (assim como todos) não pensa e não age como nós.
O que ele pensava ser comunicação, na verdade eram ações desconexas que provocavam incertezas e insegurança no seu cavalo.
Na largada, o Carlos já ia segurando demais a boca dele. Assim, dois metros antes da entrada do primeiro giro ele puxava a rédea como se quisesse que o cavalo parasse.
Antes de mais nada, ele queria que ele reduzisse para virar. Mas seu cavalo endurecia e ia para a cerca. Cadê o erro do Carlos?
Puxar para trás e segurar sempre fará um cavalo entrar no reflexo de oposição. Com isso ele endurece a frente e faz uma força contrária.
O erro foi pensar errado e não saber sobre cavalos. Achar que precisava puxar para reduzir, quando era ele que lá no fundo precisava ir mais devagar.
Mudar levou semanas
Para que ele fosse capaz de não puxar e indicar o giro, era preciso que se tornasse seguro e confiante. Não adianta dizer para soltar o cavalo quando a mente não está segura.
Sem segurança o reflexo é frear sempre. Se você não souber como ele reage às suas ações, não saberá como acionar corretamente. E pensando estar fazendo uma coisa, na verdade estará dizendo outra.
A sua AÇÃO é soberana. ACERTAR ou ERRAR depende de você. Não há nada que seu cavalo faça que não seja orientado por você. E aí, você tem tido o poder de acertar?
Por Claudia Ono
Três Giros
Crédito da foto: Divulgação/East Oregonian
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