A partir desta semana, a coach de competidores Cláudia Ono, do Três Giros, vai começar a colaborar com o portal Cavalus trazendo diversos assuntos interessantes sobre o seu trabalho. Confira!
Quando a velocidade não acontece por mais que você se esforce. Será que esse esforço está no caminho certo para que você atinja o seu objetivo nas provas? Ou será que está prejudicando lentamente o seu tambor?
Durante muito tempo eu usei o reio e acabei descobrindo que ele atrasou muito a minha evolução como competidora. Sim, atrasou, porque enquanto eu pensava em tocar e bater o reio me esquecia de executar o melhor percurso possível.
Nenhuma ferramenta anda sozinha. Elas nunca irão fazer algo por você. Mas a ferramenta errada ou na hora errada, certamente causará mais mal do que bem. Fato.
Quantas vezes você assistiu passadas onde o competidor se desdobra no malabarismo com o reio e cruza a fotocélula com um tempo nada animador?
E quantas vezes você viu passadas de 16 segundos onde o reio não foi usado ou foi pouquíssimo usado? Mero acaso? Acho que não.
Velocidade
Se você não for capaz de adicionar velocidade com o seu corpo, levar o seu cavalo até os pontos ideais, se manter totalmente estável nos giros, trabalhar com o menor contato de rédea possível e desejar mais e mais velocidade, mesmo que use o reio o seu tempo não será bom.
Mas se fizer tudo isso a sua marca virá; sem reio mesmo.
Alguma vez já reparou em quantas competidoras batem o reio com o corpo vertical na sela e com a outra mão dando dezenas de toques nas rédeas e pegando na boca do cavalo?
Acredita que esse reio esteja ajudando em algo? Bater o reio e puxar as rédeas fazem um cavalo correr mais?
É mais ou menos como acelerar puxando o freio de mão. Além disso, a atenção dessas competidoras está tão focada no ‘preciso bater o reio’ que o foco no ‘preciso trabalhar direito’ fica esquecido.
Contudo existe outro ponto que muitas vezes não é observado: muitos cavalos se encolhem sob a ação do reio. E essa nunca será uma ação positiva para ele.
Seu cavalo nunca achará legal apanhar. Nem o cavalo de ninguém. Já parou pra pensar em porque ele dá um pulo para a frente quando é chicoteado?
Sou completamente a favor de conquistas que alimentem os meus princípios. E não há conquista melhor e mais verdadeira do que ganhar a confiança e o coração de um cavalo.
Saber como lidar com ele e obter gentilmente todas as ações que você deseja. Isso se tornará algo simples, portanto, a partir do momento em que puder olhar a relação de vocês sob a ótica dele.
Novo olhar
Quando o percurso nos tambores se torna algo pesaroso para o cavalo, ele passa a apresentar vários problemas como:
- nervosismo excessivo
- rabejar demais
- correr com a frente para o alto ao invés de se esticar
- passar reto pelo tambor
- deixar de virar o tambor
- se negar a partir
- correr descontrolado.
Mas quando um cavalo gosta do percurso, quando o tambor é divertido e ele se sente seguro sob a sua sela, coisas sensacionais acontecem como:
- esticar o corpo e correr sem receio de chegar aos tambores
- reunir e virar rápido sem usar pressão nas rédeas
- correr com energia e foco,
- não apresentar problemas de comportamento.
Qual a melhor forma de acertar?
Se você ainda se sente desconfortável com a aproximação rápida dos tambores, é sinal de que precisa aprimorar a sua equitação e estabilidade.
Se as suas mãos usam demais as rédeas, cheque se elas estão ‘dizendo’ ao seu cavalo o que você quer ou apenas confundindo ele.
Seu corpo deita sobre ele nas retas, mas você fica solta na sela e demora para se encaixar nas entradas dos giros? Está faltando assento para virar realmente firme e ter condição de empurrar com gana nas retas.
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Na real: baixar tempo pode ser um objetivo, mas se o foco não for trabalhar bem, executar um percurso sensacional, é provável que demore um bom tempo para chegar lá.
Desejar velocidade precisa ser verdadeiro. Repetir atos como bater pernas e reio sem estar confortável e se divertindo com giros rápidos e retas alucinantes, não fará o seu tambor deslanchar.
Coloque seu foco em executar um bom trabalho e no conhecimento sobre as reações do seu cavalo, e o seu tempo virá.
Nota: Na Austrália existem estudos sobre a funcionalidade do chicote e esses estudos confirmam a inutilidade dessa ferramenta. Se quiser saber sobre estes estudos confira clicando aqui.
Por Claudia Ono
Três Giros
Foto de chamada, crédito: Calgary Sun