Faz pouco mais de um ano que vivemos a magia das Olimpíadas com os melhores do mundo em todos os esportes competindo aqui no nosso país.
Entre os brasileiros que viveram esse sonho, um deles trabalhou na Vila Hípica diretamente com as modalidades de hipismo. Veja no relato abaixo como Alberto Guerra se sentiu ao viver essa incrível experiência!
“Escrever este texto me fez viajar no tempo e lembrar como os momentos vividos durante os quase 40 dias no Rio de Janeiro foram fantásticos.
A jornada teve início muito antes dos Jogos. Exatamente três anos antes, comecei minha preparação trabalhando em provas de Concurso Completo de Equitação (CCE), aprendendo, ganhando experiência e conhecendo a dinâmica da prova.
Durante este processo fiz o curso de steward nacional (CBH) de CCE, que me credenciou para poder fazer o curso de steward internacional level I (FEI), também para o CCE. Tive a sorte de trabalhar com muita gente competente e apaixonada pelo esporte, todos os envolvidos com a ABHIR, associação que organiza as provas em que trabalhei.
Então, um ano antes tive minha primeira experiência, o evento teste, prova realizada para testar a dinâmica do local de competição e ajustar detalhes para que os Jogos ocorram da melhor forma possível e foi realizado com sucesso.
Em 2016, após muita expectativa, o chegou tinha chegado. Ir até o Rio para participar do maior evento esportivo do mundo. Fui convidado para trabalhar como Oficial técnico e juntamente comigo havia mais 74 oficiais internacionais e nacionais trabalhando em diferentes áreas da competição e coordenando aproximadamente 750 voluntários.
A rotina era forte, mas muito prazerosa. Andava em média 15 km por dia durante a competição, buscando garantir a melhor estada possível aos envolvidos.
Trabalhar em um evento deste é uma aula de profissionalismo e tecnologia usada a favor dos cavalos e do esporte. Tudo é pensado, planejado e executado para garantir a qualidade de vida e bem-estar das grandes estrelas, os cavalos. Fato que une esse mundo em uma única linguagem independente de sua origem.
Embora seja um ambiente competitivo, em nenhum momento o clima de colaboração e boa convivência foi deixado para trás. Os cavalos são um show a parte. Tive a oportunidade de assistir o renomado Valegro, cavalo da equipe inglesa e considerado um dos grandes de todos os tempos do Adestramento, fazendo sua última participação em Jogos Olímpicos, e foi realmente um privilégio. Sem deixar de lado os grandes cavaleiros do mundo e a equipe brasileira que nos representou com garra, competitividade e grandes participações.
Não poderia terminar esse relato, sem citar o exército brasileiro, que teve uma participação indispensável para a realização desse evento. Meu eterno respeito.
O que dizer dessa experiência? A maior da minha vida até o momento! Muitos quilômetros andados e 6 kg a menos fizeram dessa vivência ímpar, tanto pessoal como profissionalmente.
Disse em um post que fiz quando estava embarcando para o Rio que foi uma viagem somente de ida, pois o Alberto que foi não foi o mesmo que voltou.
Muito orgulho em fazer parte das melhores Olimpíadas entre as últimas cinco edições. Esse prêmio é do Brasil!
Fiz questão de usar esse título para o texto, pois foi uma das frases mais usadas por todas as pessoas que trabalharam nos Jogos e, sem dúvida nenhuma, o sentimento é este mesmo: da Olimpíada pra vida!”
Alberto Guerra é Publicitário, Gestor em Equinocultura e Pós Graduado em Marketing pela FGV, especialista em Marketing Equestre e proprietário da Mirante Gestão e Marketing Equestre.
Fotos Arquivo Pessoal
