Integrante do Time Brasil Paraequestre na Rio 2016, atleta busca vaga para os Jogos Equestres Mundiais
O campeão Rodolpho com sua irmã Victoria eo craque Don Henrico em Mannheim
Quase três anos após amputação de parte das pernas e mãos, o cavaleiro brasileiro Rodolpho Riskalla segue firme em sua carreira internacional de atleta paraquestre. Radicado na França, participa das principais competições do circuito, como a do último final de semana, o Concurso de Internacional 3* de Adestramento Paraquestre – CPEDI3*, de 4 a 7 de maio, em Mannheim, na Alemanha. Buscando uma vaga no time que irá para os Estados Unidos disputar os Jogos Equestres Mundias em setembro e também no para o Sul-americano de Adestramento, valendo vaga para o Pan 2019, o brasileiro não descansa.
Montando Don Henrico, um hannoverano de 15 anos, o brasileiro foi o grande campeão da prova Grau IV, com nada menos que 71,917% de aproveitamento, superando demais 14 conjuntos top mundiais. Ele superou a holandesa Sanne Voets, medalha de ouro individual na Rio 2016, prata individual e ouro por equipes nos Jogos Equestres Mundiais, que ficou em segundo lugar com 70,625%. Na segunda-feira, em outra prova, Individual Grau IV, voltou ao primeiro posto ao marcar 74.959% de aproveitamento. Voets foi novamente segundo lugar, com 70,813%.
Rodolpho monta Don Henrico, cedido pela amiga, patrocinadora e amazona olímpica alemã Ann Kathrin Linsenhoff, desde julho de 2017. Além de competir em provas de Adestramento Paraquestre visando uma vaga nos Jogos Equestres Mundiais 2018, Rodolpho também está no processo seletivo da Confederação Brasileira de Hipismo para representar o Brasil no Campeonato Sul-americano de Adestramento 2018, na Argentina, disputa válida como qualificativa do país para os Jogos Pan-americanos 2019.
Rodolpho Riskalla (em pé ao centro) em clique de confraternização na premiação. Foto: Rainer Schmidt
“Daqui dez dias vou competir no small tour do Concurso de Adestramento Internacional – CDI de Wiesbaden, na Alemanha. Depois o Don Henrico vai descansar. Talvez eu entre em alguma prova no final de julho ou agosto. A nossa meta é chegar em forma nos Jogos Equestres Mundiais. Estou feliz com a melhora do cavalo e estamos criando cada vez mais conjunto. Ele tem muita qualidade nas três andaduras – passo, trote e galope – é o que os juízes gostam de ver. No final de abril também chegamos perto da casa dos 70% tanto na reprise St George como na Intermediaria I”.
Rodolpho tem 33 anos e é cavaleiro de Adestramento desde a infância. Morando em Paris, na França, em meados de 2015 perdeu seu pai precocemente. Veio a São Paulo e duas semanas depois contraiu uma grave doença (meningite bacteriana) e lutou muito pela vida. Venceu, mas não foi fácil. Começou o tratamento em São Paulo e depois em Paris, mas acabou tendo que amputar a parte inferior das duas pernas, a mão direita e parte dos dedos da outra. Migrou do Adestramento para o Adestramento Paraequestre e não parou sua vida de competições.
Rodolpho Riskalla e Don HenricoSua reaproximação dos cavalos se deu no início de 2016 e meio ano depois realizou o sonho de defender seu país nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, fechando em 10º lugar na competição Grau III (hoje Grau IV). Com residência fixa em Paris e cada vez mais adaptado às suas novas proteses Ottobock, com as quais está retomando o hábito de corridas, Rodolpho trabalha na empresa Dior e mantém sua dura rotina de treinos. “Todos os dias antes do trabalho eu treino com a minha mãe.”
Colaboração: Assessoria da CBH