“O cavalo ideal pra mim é aquele que a gente tem no coração, mas um cavalo sem pintas, é como um céu sem estrelas…”
Criador de cavalos Appaloosa, mas um apaixonado por todas as raças de cavalo, ele convive com esses animais desde que se entende por gente. Suas primeiras lembranças, de quando era bem novo, são com ele no lombo desses animais. Uma de suas alegrias, além dos cavalos, é que ele acabou de descobrir que será pai. “Acho que meu grande prazer agora será curtir minha esposa e ver nosso filho nascer, sempre cercado de cavalos”, conta ele. Conheça mais um pouco de sua vida na entrevista a seguir!
Rodrigo: Sou proprietário do Omega Ranch, que fica localizado na cidade de Presidente Alves/SP, pertinho de Bauru. O haras nasceu no processo de formalização da minha criação de cavalos P.O., até então nossas propriedades tinham como foco a criação e melhoramento genético com gado Guzerá. Assim, a Fazenda Conquista fica com os bovinos e o Omega Ranch com a criação de cavalos.
Como tomou contato com o cavalo?
Rodrigo: Desde que me entendo por gente respiro cavalos. Meus pais nasceram em fazenda, e mesmo quando vieram do interior para a capital, mantiveram suas raízes com nossas propriedades rurais. Eu herdei deles toda paixão que tenho pela terra e pelos animais, penso em cavalos o tempo todo e, obviamente, gasto mais dinheiro com eles do que comigo mesmo.
Quais as primeiras lembranças que você tem?
Rodrigo: Difícil trazer na memória. Eu, realmente, desde que me entendo por gente, amo e tenho contato com eles, mas confesso que fiquei surpreso semanas atrás, revirando os álbuns de família, ver umas fotos minha, em cima de um cavalo, em uma viagem que fizemos para Vitória/ES. Eu, com aproximadamente dois anos, acredito que eu enchi e chorei muito para minha mãe convencer aquele homem de me colocar naquele cavalo dele. Acabei de lembrar também da primeira égua que meu pai me comprou, uma égua pampa da raça Campolina, chamada Majestade. Sempre amei animais pintados, ela era perfeita, marchava tão perfeitamente que se podia andar com um copo d’água em cima dela sem derramar uma gota, sempre foi meu sonho ter um animal pintado.
Rodrigo: Ainda na infância, algo inesquecível foi a primeira vez que galopei. Tinha um cavalo chamado Gaúcho, eu o montava mas nunca tinha galopado. Pode parecer bobo, mas eu achava que só gente grande conseguiria fazer isso. Até que foram uns amigos dos meus pais lá na fazenda e quando selaram o Gaúcho, um cavalo castanho bem escuro, já com a face esbranquiçada pela idade, esse amigo do meu pai me colocou nele e ao segurar na rédea, ele deu um tapa no lombo do cavalo, que já saiu galopando… Que emoção! Foi extremamente excitante e vi que não era um bicho de sete cabeças, dei conta do recado. Depois desse dia era montar e eu já saia voando pelo pasto, galopava por quilômetros. O pessoal falava: Rodrigo, vai devagar, vai matar esse cavalo de tanto correr (risos).
Rodrigo: Sempre tivemos cavalos na fazenda, mas nenhum registrado. Em 2003, comprei minha primeira égua Appaloosa registrada, MoonShine Girl LMA, filha de Roman Boy em mãe Top Vantage, mas só a partir de 2010 dei andamento na criação com a compra do Santa Fé Unbelievable. A partir ai, não parei mais de investir na raça e venho adquirindo matrizes na maioria dos leilões, além de ter participado de vários campeonatos, onde sempre saí vitorioso com meus animais de pista.
Você compete?
Rodrigo: Pelas responsabilidades com as empresas, que comecei a trabalhar desde muito novo, nunca consegui me dedicar a um esporte equestre que me desse condições de competir. Esta aí uma frustração! Mas sempre me realizei em ter bons animais e colocar minha sela pra sair pelos pastos, nada me realiza mais do que estar no lombo de um cavalo.
Qual a raça que mais te apaixona?
Rodrigo: Sou apaixonado, incondicionalmente, pelos Appaloosas. Sou apaixonado por cavalos pintados. Minha criação não tem fins econômicos, mas sim pelo prazer de tê-los e pela oportunidade de conviver com eles. Ganho dinheiro, mas minha vontade seria ter todos os cavalos do mundo só pra mim. O cavalo ideal pra é aquele que a gente tem no coração, mas um cavalo sem pintas, é como um céu sem estrelas #ficaadica (risos).
Cavalos que marcaram sua vida:
Rodrigo: Majestade, a primeira égua que meu pai me deu; Moonshine Girl, a primeira égua PO que eu comprei; e Unbelievable, meu saudoso garanhão, o cavalo mais lindo que já tive, sempre ganhou todas as competições que participou, tinha uma beleza única e ninguém ficava indiferente diante dele. Era perfeito! Faleceu em fevereiro desse ano.
O que o cavalo significa na sua vida?
Rodrigo: Tudo! Absolutamente, tudo! Pensa num sujeito que acorda pensando em cavalo e vai dormir pensando em cavalo e dormindo sonha com cavalo… esse sujeito sou EU!
Rodrigo: Quero dedicar essa ultima pergunta a minha esposa, pois não falei dela ainda aqui nessa entrevista. Esse ano consegui realizar grandes sonhos na minha vida num espaço bem curto. Logo no primeiro dia do ano de 2017, pedi a Michelly em namoro, como ela era de Goiás, nos primeiros meses vimos que a saudade iria apertar se ficássemos nos vendo de 15 em 15 dias, ai resolvemos morar juntos. Com isso, ficou nítido que éramos feitos um para o outro e resolvemos casar em tempo recorde, visto todas as preparações que um casamento tem, mas foi tudo perfeito. Em 5 de agosto trocamos alianças e essa semana descubro que vou ser pai. Então estou explodindo de felicidade! Acho que meu grande prazer agora será curtir minha esposa e ver nosso filho nascer, sempre cercado de cavalos.
Fotos: arquivo pessoal
