Bruno Grubisich enxergou no mercado equestre uma oportunidade estratégica para impulsionar a expansão da Seleon Biotecnologia, empresa sediada em Itatinga, no interior de São Paulo. “Apesar de ser um setor bilionário e ocupar a quarta posição mundial, atrás apenas de China, Estados Unidos e México, a equinocultura brasileira ainda opera com pouca tecnologia na reprodução. Nosso objetivo é mudar esse cenário”, afirma Grubisich.
O projeto foi desenvolvido com base em modelos de centros de excelência da Europa e dos Estados Unidos, sendo o primeiro do gênero em território nacional.
A previsão é que as operações comecem no segundo semestre deste ano, atendendo principalmente garanhões de elite e criadores que atuam no comércio internacional. O novo centro atenderá aos mais rigorosos protocolos sanitários para garanhões do mundo todo. Além disso, a estrutura contará com um laboratório moderno e um banco criogênico, eliminando métodos rudimentares na coleta e preservação do material genético.
“O Brasil tem uma tropa superior a cinco milhões de cavalos, mas a reprodução ocorre majoritariamente nos próprios haras, sem o controle sanitário necessário, em sua maioria. Há um vasto mercado a ser explorado, e queremos ajudá-los nesse peocesso”, destaca Rafael Zonzini, engenheiro agrônomo e diretor executivo da Seleon.
A iniciativa já está repercutindo entre criadores e investidores. Grubisich projeta que o retorno do investimento aconteça em três anos, e inclui em seus planos um espaço destinado a encontros de criadores e desfiles de animais. Seguradoras também estão em seus radares.
Compromisso com o bem-estar animal
A nova central da Seleon foi projetada para garantir todas as condições necessárias ao desempenho e boa sanidade dos garanhões. A estrutura contará com redondel, pistas de grama e areia, além de cercados para soltura. O controle alimentar será rigoroso, e a quarentena dos animais importados monitorada por equipe multidisciplinar, amenizando possíveis riscos.
A localização estratégica e o clima ameno da região favorecem o controle sanitário e a adaptação dos cavalos, com a Seleon situada em uma área cercada por florestas. “Há uma antiga história de que o entorno de Avaré se tornou um polo equestre por ser um ponto de descanso dos bandeirantes. Além do conforto térmico para os animais, a região sempre foi propícia à criação de cavalos”, comenta Grubisich.
Tecnologia e precisão na reprodução
Embora a análise microscópica seja um método tradicional na avaliação do sêmen, a Seleon inova ao utilizar tecnologia computadorizada para medir, com exatidão, a concentração e a motilidade espermática. Essa abordagem garantirá aos criadores doses de alto potencial fertilizante, elevando o padrão reprodutivo do setor.
“A expertise que desenvolvemos no melhoramento genético bovino ao longo da última década agora será direcionada à equinocultura, trazendo avanços significativos para os criadores”, conclui Zonzini.
Por: Pec Press/Adilson Rodrigues
Foto: Divulgação da Seleon Biotecnologia
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