Mineira, Thelma Ferraz, 54, cresceu no interior, na cidade de Nanuque. Depois de morar 40 anos em Salvador/BA, se estabeleceu em Jundiaí/SP. Desde que se entende por gente ela pinta. “Acho que aprendi a pintar antes de aprender a escrever ou qualquer outra coisa”, conta. Mesma época em que os cavalos entraram em sua vida. “Não tenho uma lembrança da primeira vez que montei, então acho que foi com meses de idade”.
Só pra exemplificar, Thelma conta uma história de quando era pequena: “Minha mãe foi chamada na escola, pois as professoras achavam que ela estava pintando meus trabalhos. E que ela parasse de me ajudar, pois fazia parte do processo para que eu aprendesse a pintar. As professoras gostavam tanto que achavam que não era eu quem pintava. Então minha mãe teve que explicar para elas que era eu mesma que fazia os trabalhos”.
Aos 11 anos, a mãe colocou Thelma em uma aula de arte e de lá para cá ela nunca mais parou. Do mesmo modo com os cavalos. A família sempre teve fazenda no interior de Minas e a pintora convive com esses animais desde sempre. “Criávamos cavalos, mas nada profissional, de levar pra exposição ou competição. E meu pai sempre curtiu muito e me incentivava”. Aliás, um dos passatempos favoritos dela quando adolescente era se juntar com os amigos para fazer longas cavalgadas e passeios.
“Fiz aulas de equitação quando morei em Salvador, mas logo depois parei. Hoje não tenho nenhum cavalo, mas os planos são de voltar a montar. Meta para 2021, inclusive até já visitei algumas hípicas aqui na região de Jundiaí”.
Descoberta da profissão
Os cavalos e o dom para pintura sempre fizeram parte do universo da artista. Até que ela decidiu entrar na faculdade de Medicina Veterinária. “Lá eu percebi que gostava mais da beleza plástica do cavalo, algo que estava mais relacionado a parte artística. Então parei a veterinária e fui estudar arte, pois entendi que seria o caminho trabalhar com isso”, relembra.
A partir daí, Thelma também definiu que sua arte seria os cavalos. “É uma paixão tão louca que foi natural. Os cavalos são a figura recorrente que mais acontece na minha cabeça. Se tiver de olho fechado, aberto, com caneta na mão, rabiscando, tenha certeza que o que vai sair é um cavalo, porque é a figura mais forte na minha cabeça”.
Thelma Ferraz trabalha hoje em três frentes: peças utilitárias como bolsas e objetos de decoração com tema cavalos; telas com temas cavalos; e o seu ateliê também é voltado para telas com temas bem contemporâneos. “Uma arte bem mais solta, aqualerada, aguada, pinceladas bem gestuais e bem soltas”.
O trabalho de Thelma Ferraz
A artista explica que em sua pintura, uma das coisas que dá bastante ênfase é a questão do claro e escuro. “Uma pintura em que o resultado do gesto tem mais força do que fazer figuras perfeitas ou elaboradas. É pura expressão, gosto de fazer uma pintura que seja bem expressiva e marcante”.
Ela trabalha todos os dias da semana. Como lembra uma frase do célebre pintor Picasso: ‘a inspiração é algo que importa, mas você precisa trabalhar’. “Então eu trabalho todos os dias para ter inspiração e surgir nos meu trabalhos todos os dias coisas novas. É um processo de quanto mais você trabalha, mais a cosia funciona melhor na sua cabeça e as ideias surgem”, reforça.
O ateliê não tem loja física e Thelma pretende continuar assim, já que se sente bem e feliz com a possibilidade de expor o seu trabalho no ambiente da internet. “Eu gosto muito dessa oportunidade de mostrar meu trabalho de forma democrática. Eu falo diretamente com o meu publico através do Instagram, por exemplo. As redes sociais me permitem que eu me apresente e mostre o meu trabalho a pessoas que amam cavalos assim como eu”.
Rede Social como aliada
Além de levar a sua arte para o público, se conectar com as pessoas, mostrar sua bagagem de anos de estudo, Thelma sentiu a necessidade de dar um retorno para as pessoas que enxergam o seu trabalho da forma como ela mesma o vê.
“As pessoas que se conectam comigo entendem que as minhas peças ou as minhas telas não são reproduções simples da figura do animal, mas carregam emoção e a representação do cavalo um pouco mais elaboradas. Então, resolvi abrir um pouco sobre tudo que aprendi e como cheguei até aqui com esse público”.
Thelma e toda a sensibilidade de sua alma de artista utiliza a ferramenta digital para contar mais sobre a historia da arte equina. “Quero que as pessoas tenham noção de como esse animal acompanha a evolução da humanidade, que ele é um ícone muito forte”.
Por fim, Thelma faz questão de agradecer a chance de poder trabalhar com peças exclusivas e personalizadas. “Faço questão de não perder isso. Tenho feito muito trabalho personalizado. Para cada um tem uma história e uma característica diferentes e fico bem animada.”
Para encontrar a Thelma Ferraz, basta segui-la no Instagram @thelmaferraz; Facebook Thelma Ferraz; e site www.thelmaferraz.com.br, que é também sua loja virtual.
Por Luciana Omena
Crédito das fotos: Arquivo Pessoal
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