Brasileiros no pódio em uma das provas mais aguardadas da temporada mundial de Rédeas
A final da categoria Open Classic do National Reining Breeders Classic foi o momento mais esperado da semana. O destaque vai para os cavalos, que já são ganhadores em provas de grande importância, apresentados pelos melhores cavaleiros da atualidade. Essa receita só pode dar uma prova melhor que a outra, de encher os olhos dos apaixonados por Rédeas em todo o globo. De 15 a 22 de abril, no Great Southwest Equestrian Center, em Katy, Texas, diversas categorias foram revelando seus campeões, com brasileiros no pódio.
O NRBC foi criado há mais de 20 anos por um grupo influente na Rédeas, insatisfeitos com as premiações. Eles queriam reconhecimento não só nas pistas, mas também para sobreviver como treinadores. Nasceu a ‘copa dos criadores’, o NRBC, que logo de cara já pagou uma premiação milionária. Para estar apto a competir, os cavalos devem ser nominados. Ou seja, cada criador ou proprietário deve nominar seus garanhões no programa para que seus filhos tenham direito a se inscrever e concorrer aos prêmios ano a ano.
A premiação para o campeão Open Classic Nível 4 foi de US$75.000,00. E com 228 pontos, o veterano Duane Latimer fez uma prova praticamente perfeita e levou o título. Seu companheiro nessa jornada foi Modern Gun, filho de Gunners Special Nite e Taris Modern Design, que já havia feito a segunda melhor na classificatória. Essa nota também lhe deu o título da Prime Time Open, categoria destinada aos cavaleiros acima de 50 anos. É o segundo título de Latimer nesse evento. Em 2000, ele foi campeão com Conquistador Whiz.
“Foi incrível! A multidão gritou e incentivou a cada manobra. Eles estavam mesmo a meu favor e meu cavalo também foi sensacional. Já fazia um tempo (risos), 18 anos desde a outra vez que ganhei aqui, então a sensação é indescritível. Ainda mais se contarmos todos os ótimos cavalos que estavam na disputa”. Ele treina Modern Gun desde os dois anos de idade, agora ele tem cinco, e conhece bem seu estilo. Mickey, como é carinhosamente chamado, foi incentivado por Latimer a mostrar o seu potencial máximo dentro da pista nessa final.
O segundo lugar foi de empate entre o brasileiro Pedro Baião e Andrea Fappani, o campeão do ano passado. Os dois marcaram 225,5 pontos e para a torcida brasileira, uma prova de tirar o fôlego. Pedro, que mora no Arizona e trabalha com Martin Muehlstaetter, com essa nota foi o campeão do nível 3, elevando seus ganhos nessa prova a mais de US$ 60.000,00. A montaria do brasileiro foi Spooksgottachicolena, filho de Spooks Gotta Gun e Braz Us, um dos destaques da semana.
“Ele foi muito bom nas suas apresentações toda a semana. Eu não sabia que ele iria marcar essa nota, meu objetivo era testar sua velocidade. Agradeço o incentivo do meu chefe, Martin, que me disse antes da final ‘Pedro, só veja o quão rápido ele pode ir’, e foi isso que fiz”, conta o brasileiro, que comemora sua maior nota da carreira. “Eu sabia que depois do meu segundo círculo, tudo estava indo bem. Eu podia ouvir a multidão gritando na arquibancada. A nossa primeira parada foi tão boa, que eu sabia que algum bom resultado viria – não um 225,5, mas uma boa pontuação. Quando ouvi a nota, fiquei tão animado. Foi a melhor prova da minha vida”.
Fappani apresentou Epic Titan, cavalo filho de Colonels Smokin Gun e Princess In Diamonds, que ele acabou de ser campeão de outra grande prova do começo de temporada, o Cactus Reining Open N4.
E teve mais brasileiro no pódio da Open Classic. Gabriel Bittar Borges, que liderou os Níveis 1 e 2 nas classificatórias, confirmou favoritismo e terminou co-campeão do Nível 1. Na final, a nota foi menor que na primeira passada, mas suficiente para lhe dar destaque. Com Checksworthy, filha de Big Chex To Cash e Banjoes Shinning Star, ele marcou 218, dividindo o título com Benny Maddox e Thebettertohearuwith e com Chris Dawson Shiney Outlaw. Essa nota deu aos três também o título de co-reservado campeão Nível 2.
Checksworthy foi sua parceira para tentativa de prêmio nos quatro níveis e o brasileiro está muito feliz com os resultados, pois a treina apenas desde janeiro deste ano. “Foi nossa segunda prova juntos e ela se mostrou bastante sólida em suas corridas, muito bom competir com ela”. Foi a primeira vez que Gabriel esteve na final do Nível 4, fato que se configura como um marco e, ainda mais, um grande aprendizado. “Eu sinto que posso tirar um pouco mais dela. Foi a primeira final de nível 4 que eu participei, então fiquei um pouco nervoso nos círculos, mas ela pode marcar melhor que isso”. Ele também fez a final dos Níveis 1 e 2 com Gotta Shiney Playboy, terminando em sétimo no N2 e em quinto no N1. Dois cavalos, duas finais, sensacional.
Estiveram na final também Fernando Salgado, com Hollywood Villain, sua melhor colocação foi o 12° lugar no N3 com a nota 219,5, e Franco Bertolani, com Masked Gun e o 14° lugar N4 ao marcar 220,5. Se na prova principal o desempenho do brasileiro melhor pontuado pela NRHA não foi o esperado, dos três cavalos levou só um foi para a final, deixando de fora suas duas melhores apostas, nas provas abertas ele levou três prêmios.
Disputando o NRHA Open, Open Challenge e o Concurso Internacional de Rédeas três estrelas – CRI3* com Wimpys Littlecolonel, filho de Wimpys Little Step e One Right Chic, Franco levou três primeiros lugares. A passada foi uma só, valendo para as três provas e sua nota foi 226, campeão NRHA Open e Open Challenge. Dessa soma, a nota do juiz FEI levou à classificação do CRI3*, valendo como índice para os Jogos Esquestres Mundiais. Os 75,5 pontos dessa nota deram a Franco a oportunidade de subir novamente ao pódio no lugar mais alto representando as cores do Brasil.
“Estava entre três cavalos para escolher para o WEG e depois dessa apresentação defini o Wimpys Littlecolonel como meu parceiro para essa competição. O NRBC era meu deadline para essa decisão e ele mostrou que estamos no caminho certo. Agora é reservá-lo para um treinamento específico visando os Jogos Equestres. Temos duas vagas para representantes do Brasil que moram no exterior e é uma satisfação ter conseguido índice para fazer parte do time brasileiro. Gosto muito desse tipo de prova, de poder representar meu país”, comentou Franco.
Estiveram na disputa da Open também os brasileiros Eduardo Salgado, Thiago Boechat e Aires De Mello. Depois de nove anos, Jose Vasquez venceu novamente o NRBC Non Pro. Com Like Shiner marcou 223,5 na final para ficar com o título e o prêmio de US$ 30.000,00. Ele desbancou os favoritos Jack Medows e Mandy McCutcheon, a líder da classificatória. Resultados completos: www.nrbc.com.
Por Luciana Omena
Fonte: NRBC e Quarter Horse News
Fotos: QHN
