A grande chance do laçador Kolton Schmidt

Na atual temporada ele é o 27° do Laço Cabeça da PRCA e em uma qualificação para a NFR em 2016

Não me lembro do dia exato em que ele me ligou. Era o inverno de 2011. Eu tinha dezesseis anos e Tyrel – o veterano Tyrel Flewelling – tinha pelo menos vinte e quatro anos, talvez mais. Nós éramos amigos de família e já tínhamos praticado team roping juntos, eu como cabeceiro e ele como pezeiro.

Tyrel ligou para perguntar se eu queria ir para a estrada com ele naquele ano. Cara, aceitei na hora e tive que esperar pacientemente pelo primeiro rodeio. Ele havia ganhado tudo o que havia para ganhar nos rodeios amadores e se qualificado para a Canadian Finals Rodeo uma vez. Com uma certa bagagem, poderia ter conseguido quem ele quisesse como parceiro.

Eu não sei por que ele me escolheu, mas tenho certeza que ele agradeceu. Foi uma viagem de conto de fadas. Eu cresci em Barrhead, Alberta, quatro horas ao norte de Calgary. É uma cidade pequena onde todo mundo conhece todo mundo. Minha família tem muito a ver com a cidade.

Não me lembro de quando lancei uma corda de um cavalo a primeira vez, acho que eu era um bebê. Eu sei que quando eu podia andar já estava montando. Sou da terceira geração da família, tendo meu avô começado com cavalos e a indústria equina. Meu pai, Ronald, é pezeiro, então começamos a laçar juntos nos rodeios amadores. Meu pai era meu parceiro e eu tinha onze anos.

Ganhar algumas provas e campeonatos foram bônus, o que eu queria mesmo era aprender. O team roping ainda é uma modalidade relativamente nova no Canadá. Em 2000 foi o primeiro ano que o esporte esteve na Canadian Finals Rodeo. Meu pai e seu parceiro principal, Troy Fischer, foram os primeiros campeões canadenses de laço em dupla. Com isso, foi para as Olimpíadas de Salt Lake City em 2002.

laçador Kolton Schmidt
Trey Yates, Reno 2017

Ter uma chance como Tyrel me deu quando eu tinha dezesseis anos foi especial. Tudo o que podemos pedir na vida era uma chance. Mas fiquei além de empolgado, nervoso. Foi algo que me tirou da minha zona de conforto. Alguns pensamentos não me deixavam, como ‘eu sou bom o suficiente?’ ou ‘Eu estou pronto?’.

Naquele ano, fomos a provavelmente 40 rodeios durante a temporada regular. Não foi nada excepcional, mas o suficiente para chegar às finais canadenses. Eu completei 17 anos no percurso, mas segui como o mais jovem no team roping a qualificar. Durante a final, são seis rodadas e o que vale é a média de tempos.

Em 2011, eu e Tyrel conseguimos laçar os seis bois e vencemos na média. Ele terminou o ano como o campeão canadense de Laço Pé e eu como o segundo melhor do ano no Laço Cabeça, atrás de Levi Simpson. Como eu disse, foi uma viagem de conto de fadas. Depois desse feito, minhas expectativas foram lá para o alto. Espero que o mesmo nível de excitação todos os anos. Nem sempre é possível.

O sucesso que tive devo aos meus cavalos, à minha família e aos meus parceiros. Desde 2011, voltei às finais canadenses mais quatro vezes. Em 2013, conquistei o título. E em 2016 conseguir chegar à final mundial da PRCA em Las Vegas, laçando com Shay Carroll.  Já Tyrel, até agora, ganhou outros títulos no Canadá e nunca quis se envolver com o circuito da PRCA. Ele tem outras prioridades.

Ansioso pelo fim da temporada de verão e da temporada regular, quero ver se consigo voltar ao Thomas & Mack Center. Estou pronto para fazer mais uma final da PRCA esse ano. Tenho alguns grandes cavalos e estou em dupla com Jeremy Buhler. Meu objetivo sempre foi claro: ser capaz de laçar para ganhar a vida. Pagar as contas fazendo o que mais amo, o que mais poderia pedir?

Por Kolton Schmidt
Ele é de Barrhead, Alberta, e tem na PRCA ganhos até agora de US$ 263.339,00 tendo começado nos rodeios profissionais em 2013
Fonte: The Cowboy Journal
Fotos: Matt Cohen

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