Alisson e Alan Souza venceram no mesmo dia em continentes diferentes

Normalmente os gêmeos de Taubaté se alternavam em boas posições em rodeios pelo Brasil

No entanto, as coisas são diferentes este ano, com Alisson Souza permanecendo nos Estados Unidos depois de decidir tentar chegar à classificação para as finais mundiais da PBR. No dia 23 de junho, Alisson empatou em primeiro lugar com Chase Outlaw na etapa da Touring Pro Division em Binford, Dakota do Norte. Enquanto isso, Alan venceu pela ACR – Associação de Campeões de Rodeio em Nhandeara, São Paulo.

Alisson Souza nos Estados Unidos. Foto: Andre Silva/PBR

É a primeira vez que os irmãos gêmeos vencem diferentes eventos na mesma noite. “Foi a primeira vez, porque em todos os rodeios no Brasil nós competimos juntos”, disse Alisson com a ajuda de Miriaham Garcia na tradução. “Nós sempre vamos para a rodada final juntos e acabamos ficando em primeiro e segundo, ou primeiro e terceiro, ou segundo e terceiro. Isso era sempre algo que acontecia”.

Os dois estão separados desde que Alisson chegou aos Estados Unidos em fevereiro para montar no The American – depois de ganhar vaga por vencer o rodeio de Barretos no ano passado – e ficou. A decisão de permanecer nos Estados Unidos durante o verão norte-americano foi difícil, mas que ele realmente quis aproveitar todos os eventos da Touring Pro Division para subir na classificação. “Tenho o sonho de ser campeão do mundo e esse é o único caminho. É o primeiro ano em que estou longe do meu irmão”.

Ficar longe do irmão, do filho e da família está sendo difícil. Competir sem Alan ao lado é uma das maiores dificuldades de Alisson. Curiosamente, o primeiro touro que montou e parou em Binford chamava Brother e ele marcou 86 pontos. Um touro muito bom e forte, segundo ele. O competidor de 24 anos também montou Like a Boss, 89,5 pontos, para empatar com o Outlaw.

Alisson de Souza quando ganhou o Barretos International ano passado. Foto: André Monteiro

Essa última montaria foi a nota mais alta de Alisson até agora na PBR. “Like a Boss é um touro que eu tinha visto antes em um rodeio e achei que ele tinha saltado muito bem, foi por isso que decidi pegá-lo”. A vitória deu a Alisson e Outlaw 45 pontos para a classificação mundial. “Ganhar me ajudou muito e vou me dedicar mais nos próximos para subir no ranking”.

Alisson fez sua estreia na divisão principal da PBR na etapa de Billings, Montana, é agora o número 48 do ranking mundial. Apenas 97,5 o separado do 35° colocado – que é a zona de classificação para os rodeios de elite. Além de Alisson e Outlaw, pontuaram em Binford: Koal Livingston, Matt Triplett, o brasileiro Rubens Barbosa e Cody Casper.

Rubens não faz uma boa temporada. Já participou de 30 etapas e é o número 50 do ranking. Outlaw também está longe de sua performance, é o 114° colocado. Já Livingston, 38°, e Triplett, 45°, estão na briga por uma vaga nos Top 35. Alguns brasileiros, como Alisson e Rubens optaram por não vir para casa na parada de verão da elite da PBR. Estão montando na terceira divisão, entre outros, Fabiano Vieira, Marco Eguchi.

Os gêmeos Alisson e Alan. Foto: Pedro Amatuzzi/G1 Campinas

Uma das barreiras para Alisson é a língua. Ele não fala inglês. Quando dá certo, ele viajar com outros brasileiros que falam inglês, como Rubens e Wallace de Oliveira, mas quando náo dá, ele se vira. Independentemente disso, está aproveitando as etapas de junho e julho. “Estou gostando. É um bom momento para treinar nos touros que não conheço. É melhor do que quando está frio demais”.

Na sua temporada de estreia nos Estados Unidos ele tem, no momento, 13 paradas em 35 saídas, com 37,14% de aproveitamento, e ficou sete vezes no Top 10 nas etapas que competiu. Binford foi a segunda vitória do talentoso brasileiro no início dessa sua jornada norte-americana. “Demorei muito para conseguir minha segunda vitória porque os touros são mais complicados do que os do Brasil. Mas já estou os entendendo melhor e me acostumando, me adaptando. Eles são menores e mais rápidos e mudam muito de direção. Espero que daqui para frente as vitórias sejam mais frequentes.”

Por Luciana Omena
Fonte: Justin Felisko/PBR

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