Com o sistema de som a todo vapor e a multidão gritando, Cody Sosebee sentiu a vibração das pessoas durante a NFR. Não era algo que esperava em sua participação
O final do ano passado foi a primeira vez que o Barrelman (o cara que fica no meio da arena dentro de um barril distraindo o público nos intervalos dos rodeios) fez sua viagem para trabalhar na Wrangler National Finals Rodeo, em Las Vegas. “A multidão gritava tão alto que meu barril vibrava. Não dava nem para ouvir, às vezes, o que se dizia no sistema de som ou no telão de comerciais durante os intervalos. Foi algo muito legal de se ver”, comentou ele.
Cody Sosebee durante a NFR 2017 em Las VegasFora da arena, nem tudo acontece igual para esse velho cowboy de 47 anos. “As pessoas pensam que estarei pulando e dançando no quando vou a uma casa de carnes jantar. Não faço isso fora da arena, mas é exatamente o que faço dentro dela. Fora da arena, sou uma pessoa comum. Quando chego em um rodeio, as pessoas pensam que vou sair do caminhão, contar piadas e fazer truques, e ficam surpresos quando eu peço para fazer a verificação de som primeiro. Tem o cara que faz o show e tem ‘eu’, posso virar a chave tranquilamente. Posso me concentrar nos meus estudos e pesquisas e no momento seguinte me preparo para o show da próxima noite. Essa é a minha melhor qualidade, posso ativá-la e desligá-la”.
Durante a NFR, nem sempre os dias dele eram de piruetas e gracinhas. Participava de reuniões com o pessoal da produção do rodeio no Thomas & Mack Center para ter na mão tudo que deveria fazer, horários, e também como estava sendo montada toda a programação. “Há muitas coisas que o público nem sabe que acontece”, lembra ele. “Há muito mais acontecendo do que nas duas horas que as luzes se acendem para a NFR. Foi divertido e emocionante”.
Estudar e pesquisar pode soar maçante, mas não quando se trata de buscar inspiração. Sosebee tem pessoas em quem se espelha, como os comediantes Will Ferrell, Jerry Clower, Larry the Cable Guy e Jeff Foxworthy. “Algumas pessoas precisam realizar seus shows e acabam se colocando como engraçadas, fingindo. Eu gosto mais dos que transmitem realismo como comediantes. São os que realmente estão rindo e brincando, e é isso que eu procuro fazer na minha performance. Os comediantes que eu gosto de assistir são pessoas reais. A graça deles não é forçada e é com isso que as pessoas mais se identificam”.
A arma secreta dele quando o assunto é fazer piadas ou atos é a vida cotidiana. Ele gosta de ver a parte positiva em todas as situações, mas o caos diário é o que o diverte e o ajuda a criar suas peças. “Por exemplo, eu sou apenas um cara gordo que tenta dançar. Transforme isso para a rotina diária, porque é isso que as pessoas fazem. Situações reais quando entram numa vibração de comédia fazem as pessoas rirem”.
A carreira de Sosebee como Barrelman, ou palhaço de rodeios, começou quando ele estava competindo Bareback Riding e Bull Riding. Quando o cowboy do Arkansas tinha cerca de 30 anos, começou a substituir os contratados para divertir o público nos rodeios, mas não apareciam. Começou como uma brincadeira e foi ficando sério. “Acabou que tudo se transformou em uma ocupação séria e um dos melhores empregos do mundo”, finalizou.
Por Luciana Omena
Fonte: PRCA