Dois nomes que estão entre os ídolos mundiais de Montaria em Touros pela PBR de todos os tempos
JB Mauney estava sentado dentro do vestiário do Ford Idaho Center há muitos anos, chateado, pensando que havia deixado passar uma oportunidade em uma vitória. O jovem Mauney era mal-humorado, para dizer o mínimo. Um fim de semana ruim ou uma noite na arena às vezes levavam a uma série de objetos arremessados.
JB MauneyMauney finalmente se acalmou quando o diretor da PBR, Cody Lambert, entrou. “Cody Lambert me viu sentado lá sozinho e me disse ‘Cara, eu nunca vi alguém que me lembrasse tanto de Lane (Frost) quanto você. Alto, magro e amável como ele. Os movimentos que você faz ao montar são quase como os dele’”.
O cowboy admitiu ficar atordoado após estar na conversa ao lado de Frost. Ele sabe que os dois têm personalidades diferentes, mas até mesmo ser considerado na mesma categoria física e atlética de uma das lendas do esporte foi um pouco surpreendente. “E ainda mais porque Cody Lambert não faz elogios com muita frequência. Isso meio que me surpreendeu”.
Lambert se recorda da conversa, mas também se lembra de uma parte que ele manteve para si mesmo. “Naquele momento, no dia da conversa com JB, o que eu não falei, só apenas pensei, era que Lane montava melhor”, explicou Lambert. “Mas isso nem vem ao caso agora, já que JB continuou melhorando. O verdadeiro elogio agora é que ele monta muito bem”.
Ele lembra de Lane como um dos maiores de todos os tempos. JB é tão bom quanto. Lambert fez esses comentários no ano passado, dois meses antes do Calgary Stampede, enquanto Mauney se aproximava da marca de 500 montarias bem-sucedidas pela PBR.
O último dia 30 de julho marcou o 29º aniversário da morte prematura em 1989 de Lane Frost no Cheyenne Frontier Days. O campeão de Montaria em Touros pela PRCA em 1987 tinha 25 anos de idade.
Mesmo tendo ficado surpreso com o elogio de Lambert, Mauney sabe que a semelhança é verdadeira. Ele estuda Frost desde os 16 anos de idade. Na adolescência, usava a fita VHS – e mais tarde um DVD – da famosa série de vídeos instrutivos sobre o tema: ‘Bull Talk’, onde Frost ensina a base de como montar em touros.
A parte favorita de Mauney na série é quando Frost discute suas estratégias de como montar e sair de um touro da melhor forma, incluindo as lendárias montarias dele em Red Rock. “Eu ainda estudo esses vídeos, ainda me inspiro e estudo o estilo de Lane Frost até hoje. Gosto de assistir suas montarias e a maneira como ele se comportava no touro”.
Lane Frost e Red RockMauney não acredita que ele é uma cópia de Frost, mas, definitivamente, ele viu semelhança física suficiente de que sim, eles são bem parecidos. “Eu sou um pouco mais alto e mais magro do que a maioria dos caras e Lane também era. Eu só gosto do jeito que ele montava e procuro me inspirar em seu estilo”.
Em particular, Mauney sempre estudou o uso de Frost de seu braço livre quando montava touros longe de sua mão esquerda. Aprecia a agressividade de Frost com os touros que giravam para a direita, percebendo como poderia manter o ponto ideal de ser agressivo, mas também no controle.
O cowboy de Mooresville, Carolina do Norte, também monta com a mão esquerda, igual a Frost. “As pessoas têm opinião diversas sobre como devemos usar o braço livre. Ele, não importava as circunstancias, sempre voltava com seu braço para frente”. Mauney se recupera de uma cirurgia de ombro no ano passado, justamente no direito, seu braço livre.
Aos 31 anos, ele admitiu nesta temporada que ainda precisa recuperar o tipo de movimento fluido que já teve em seu ombro, mas cada dia e cada touro são passos na direção certa. Seu aproveitamento na temporada atual é de 31,82% – 7 paradas em 22 saídas na divisão principal da PBR. No verão, duas paradas para sete touros montados.
JB MauneyEle caiu para 39º no ranking mundial da PBR. Mauney precisa estar no Top 35 para se qualificar para a final mundial da PBR de 7 a 11 de novembro desse ano. E a temporada regular, que volta essa semana, ainda dá a ele oportunidade de conseguir. Apenas 55.84 pontos o separam do 35º colocado hoje, Colten Jesse.
As lesões e um ano atípico para um ídolo do calibre de JB Mauney não o desacreditam. Todos sabem o potencial que ele tem para superar tudo isso e chegar mais longe ainda nessa temporada. Todo atleta convive com esse tipo de situação e devido à natureza desse tipo de profissão, superação é palavra de ordem.
Ainda hoje, a comparação de Lambert dele com Frost ainda o deixa reflexivo. O que ele perguntaria a Frost ou diria, se alguma vez tivesse a chance de conhecê-lo? “Não há como dizer. Eu não sei o que eu diria”, disse Mauney antes de concordar que ele provavelmente ficaria um pouco desconcertado. “Bem, por mais que eu assista a esse DVD, e eu assisto a vídeos do YouTube dele em antigos rodeios em Touro, eu não sei o que eu diria.”
Por Justin Felisko
Tradução e Adaptação: Luciana Omena
Fonte e Fotos: PBR