Laçadores brasileiros voltam para casa depois de uma boa final na USTRC

Maior associação de Laço em Dupla do mundo encerrou sua 28a. temporada consecutiva distribuindo US$5.281.384,00
Junior Nogueira. Foto: Classic cedida

Acabou no sábado, 28 de outubro, a Cinch USTRC National Finals, prova que definiu os campeões da temporada da maior entidade de laço do mundo. Algumas mudanças para o campeonato deste ano, surtiram efeito no número de participantes na final. A presença de quase dez mil inscrições mostra que as decisões foram acertadas.

A junção da AIM Media, uma empresa muito forte no ramo da comunicação nos Estados Unidos, com a World Series e a United States Team Roping Championship, deu um up interessante nesta temporada. A primeira reação que ficou a olhos vistos foi o número de inscritos. Segundo balanço final do evento, 4300 duplas correram nos Shoot-outs, 1400 estivram nos Qualifiers, e outras 5000 participaram em Guthrie, uma pista fora do complexo, mas que conta para o campeonato.

A premiação chegou a mais de cinco milhões de dólares para as 21 categorias. E como não podia deixar de ser, teve brasileiro ganhando em dólar. As provas começaram dia 22, em Oklahoma City, no State Fair Park. Como funciona? Todos os dias, a programação começa pelos Shoot-outs, que são as categorias que pagam melhor. A prova é feita em três arenas simultâneas, e todo mundo corre o primeiro boi na principal, depois todos vão para o barn 8 correr o segundo boi. Quem acerta, segue para o barn 6 e o quarto boi, que é o da final da categoria, volta correr na pista principal.

Depois, tem as disputas da categorias Qualifier, provas que pagam 80% das inscrições. Sempre começando pelas somatórias mais altas, como a 15, e chegando ao final da semana, com as disputas na 8. Ainda na programação outras categorias, como a Ladies, só para duplas de mulheres, a Century, onde a idade dos laçadores ultrapassa 100 anos, a Junior, para crianças. Uma semana de muita adrenalina e laço de qualidade. Com as mudanças, junto a programação esse ano, foram realizadas provas em Guthrie, uma outra arena, que também teve provas todos os dias.

Junior Nogueira e Kaleb Driggers. Foto: cedida Classic

A participação brasileira neste evento aconteceu de duas formas. Junior Nogueira, que mora e compete nos Estados Unidos, representou as cores na nossa bandeira. E ao lado dele, laçadores classificados via Campeonato Paranaense de Laço em Dupla. Pioneiro em diversos quesitos, o CPLD também foi o primeiro levar os competidores para os Estados Unidos. O que acontece todos os anos, desde 2013. “É muito importante para nós saber que podemos trazer nossos competidores para laçar aqui e que a qualidade técnica vai se manter sempre no alto, de igual para igual”, conta Felipe Monteiro. Então, através do cartão internacional, durante a temporada regular do CPLD, os laçadores brasileiros tem a chance de classificar para correr nos Estados Unidos.

Logo na abertura da prova, domingo, dia 22, Junior Nogueira fez a alegria dos brasileiros e venceu duas categorias. Na US Open, laçou com com Kaleb Driggers, seu parceiro desde o ano passado. Eles venceram com a média de 6s41 em cinco bois e levaram US$53.400,00. Na #15 Shoot-Out, disputada no mesmo dia, seu cabeceiro foi Cooper Hatley, de Hermleigh/TX. A dupla fez média de 6s82 em quatro bois e ficou com o prêmio de US$ 50.000,00. Juninho se prepara para a principal disputa do ano, a National Finals Rodeo. Ele chega à final em Las Vegas liderando do ranking de Laço Pé.

Alcione Miclos

No meio da semana, Alcione Miclos, o dr. Junior, de Goiânia, laçando com Gabriel Salgado, brasileiro radicado em Gainesville/TX, ganhou US$ 4.000,00 pelo 13° lugar na categoria #12 Gold Plus Shootout, com média 9s45 em quatro bois laçados. O prêmio foi maior e a classificação melhor na categoria #11 Qualifier. Laçando com o americano Jake D Beard, de Menoken/ND, ele terminou em sexto lugar, com a média 8s31 em quatro bois, embolsando US$$ 7.480,00.

Esses resultados já estariam de bom tamanho, mas ainda teve mais. No último dia, Alcione Miclos laçou com Felipe Monteiro e eles ficaram em segundo lugar no round 2 da categoria #9 Qualifier, ganhando US$1.000,00 em um boi de 7s28. Laçando na #8 Shoot-out, Danton Dequech faturou US$2.000,00 formando dupla com o americano Eric Owens, de Mustang/OK. Eles terminaram a categoria com a média 11s82 em quatro bois.

 

Laçadores em visita ao brasileiros da PBR.
Foto: cedida

“Todos estamos felizes com os resultados, mas foram abaixo das nossas expectativas. Tinham, realmente, muito chance de conseguir classificar ainda melhor, entre os top cinco na maioria das categorias. A equipe estava bem competitiva e só dependia da gente. Algumas duplas foram para a final em quarto lugar, por exemplo, mas erramos na final. Então tínhamos chances de que esses resultados fossem ainda melhores. Somos muito competitivos aqui, sem dúvida. Mas de qualquer forma, voltar para casa tendo mostrado nossa qualidade, é muito importante”, reforça Felipe, lembrando que é feito um trabalho pré-evento para equalizar os handcaps. “A ideia é não prejudicá-los, inscrevendo os laçadores em handcaps baixos, e eles não nos prejudicarem, nos deixando em handcaps muito altos. E vem dando certo, o resultado é esse, sempre voltamos para casa com prêmios”.

A categoria que mais pagou foi a #9 Shoot-out, US$416.900,00. Ralston Runyan, de Mill Creek/OK e Brandon Taylor, de Ada/OK embolsaram US$82.000,00 ao fazer 7s77 ao laçar quatro bois.

Fizeram parte da comitiva brasileira, que ficou hospedada em três locais, no Frederico Werneck, no Juninho Testa e no Lorenzo Armenta, foi composta por: Felipe Monteiro, Jorge Cury, Junior Orefice, Luis Vicentini, Marcus Orefice, Marcos Garcia, Murilo Siqueira, Rodrigo Maia, Savio Goiânia, Sergio Garla, André Turola, Rodrigo Viero, Caio Proença, Danton Dequech, Alcione Miclos, Eduardo Kucisnki, Fernando Pereira, Guilherme Rocha, Frederico Werneck.

Outras informações: www.ustrc.com.

Por Luciana Omena

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