Lane Frost é um dos cowboys mais lembrados de todos os tempos

 Os anos 80 foram marcados por uma grande tragédia para o rodeio mundial

Em 30 de julho de 1989, morria, na arena, fazendo o que mais amava na vida, Lane Frost, um dos maiores ídolos da época, e até hoje, lembrado por todos que amam rodeio. No último round do Cheyenne Frontier Days Rodeo, Lane, 25 anos, completou aquela que seria sua última montaria. Após os oito segundos, ele saltou do boi, que inesperadamente o atacou sem chance de defesa. A nota 85, que lhe daria a terceira colocação final do rodeio, ele nunca ficou sabendo.

Desde pequeno Lane mostrou-se apaixonado pela profissão do pai Clyde, que foi competidor das modalidades Bareback e Sela Americana. Aos seis anos começou a laçar bezerros na fazenda onde morava, em Lapoint, Utah. Aos nove, montou pela primeira vez em um touro, aos dez anos competiu em seu primeiro rodeio, mas só voltou a subir no lombo de um ‘marruco’ novamente aos 15 anos. Quando sua família mudou-se para Oklahoma, ele pode estar mais perto dos melhores rodeios do circuito e a carreira deslanchou. Se tivesse continuado, certamente seria um cowboy all-around, pois se destacava em diversas modalidades, mesmo que sua paixão fosse a montaria em touros.

Entre os títulos, antes de entrar para a PRCA: Campeão Bareback no Little Buckaroos Rodeo; Campeão Touro da Small Fry Rodeo Association; Tri-Campeão da Oklahoma Youth Rodeo Association; Bi-Campeão da National High School Rodeo Association; Campeão da American Junior Rodeo Association; Campeão da Annual Youth Nationals Finals.

Lane Frost e Red Rock

Em 1983, aos 19 anos, Lane entrou para Professional Rodeo Cowboys Association e terminou a temporada com o título Rookie of the Year (Novato do Ano). Nos seis anos seguintes, ele cresceu dentro da Associação e não ficou fora de nenhuma final. Terminou a temporada de 1985 em terceiro no ranking geral e em segundo no ranking de ganhos, parando em oito dos dez touros da final. Red Rock foi um dos touros que o derrubou. Nas finais de 1986, Lane parou em nove dos dez touros e mais uma vez Red Rock ficou no seu caminho. Se tivesse superado, teria sido campeão e o primeiro a parar nos dez touros da NFR.

Sempre entre os 15 melhores do mundo, conquistou o título mundial da PRCA em 1987, um ano inesquecível para o ídolo. O ano de 1988 marcou as vitórias nas Olimpíadas de Inverno, disputada em Calgary, Alberta (Canadá); no Dodge National Circuit Finals, em Pocatello, Idaho. E também nova derrota para o touro Red Rock, que foi aposentado, com um currículo de dar inveja: nenhuma parada em 309 apresentações.

Na temporada seguinte (1989), Lane ia bem e buscava intensamente o bicampeonato mundial. Em julho, foi participar do Cheyenne Frontier Days Rodeo, em Cheyenne, Wyommin. No domingo, final do rodeio, o sorteio lhe dá Takin Care of Business para montar. Às três e meia da tarde, no brete número sete, Lane se prepara para a montaria. Com um aceno de cabeça, pede abertura da porteira e realiza uma bela apresentação.

Competindo na NFR de 1988

Depois de permanecer os oito segundos regulamentares em cima do touro, recebeu inesperadamente duas pancadas fortes e uma chifrada fatal, na altura da costela, que perfurou a artéria principal. Metade dos últimos 15 segundos de sua vida foram completados do jeito que ele sempre quis viver, em cima do lombo de um touro.

Antes de pedir abertura da porteira, ele falou sua mais famosa frase: “OK Boys, OK Boys”. Lane pulou do touro pelo lado esquerdo, do jeito que achava ser mais seguro. Assim que afrouxou a corda e saltou, o touro girou rapidamente, mudou o sentido e alcançou Lane pelas costas. O que aconteceu a seguir foi muito rápido. Foram sete segundos de terror, que levaram a vida de Lane embora. Foi a primeira morta em rodeios de que se tem conta.

Ele ainda não tinha se levantado, havia caído na lama e se apoiava nos joelhos, sem tirar os olhos do touro. O touro foi mais rápido e acertou uma cabeçada forte em Lane, e depois outra. Não deu tempo dos salva-vidas agirem. Takin Care of Business, na tentativa de outra cabeçada, acabou enfiando seu chifre direito no lado esquerdo do competidor. O herói sucumbiu ao grave ferimento. Ele ainda fez sinal com seu braço direito para que o ajudassem, mas seu coração parou de bater.

Tuff Hedeman o acompanhou na ambulância, que saiu do recinto do rodeio com as sirenes desligadas, diante de uma multidão muda. Ele não conseguia acreditar no que tinha acontecido e teve a dura missão de informar aos pais, Clyde e Elsie, e a Kellie, esposa, sobre a morte.

Companheiros de viagens e emoções Tuff Hedeman, Jim Sharp, Cody Lambert, Clint Branger, Wes Ward e Guy Sartin tiveram a dura missão de carregar o caixão no dia do enterro. O funeral foi realizado dia 2 de agosto, na Igreja First Baptist, em Atoka, Oklahoma, com a presença de mais de 3500 pessoas. No mesmo dia, Lane foi enterrado em Hugo/OK, no cemitério Mount Olivet.

Lane Frost entrou para o Pro Rodeo Hall of Fame, em Colorado Springs, Colorado, em agosto de 1990. Um filme, intitulado 8 Segundos, sobre sua vida, foi lançado em fevereiro de 1994. O ator que faz o papel de Lane é Luke Perry e a semelhança física é incrível. Parte do filme é real e parte é ficção, algumas coisas não conferem com o que realmente aconteceu, mas vale a pena assistir, para que ainda não teve oportunidade.

Se estivesse vivo, Lane Frost completaria hoje, 12 de outubro de 2017, 54 anos. Nasceu em La Junta, uma cidadezinha do Colorado e sua família era formada, além dos pais e esposa, por dois irmãos, Robin e Cody. Quando faleceu, morava em: Quanah, Texas, com a esposa. Seu ídolo era John Wayne e ele ganhou pela PRCA US$489.736,00.

Fonte e Tradução: Lane Frost Official Web Site, construído e mantido por Sharon Mahrley, desde 1999
Fotos: Arquivo

 

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