Um dos momentos mais emocionante para quem conhece a história desse ídolo mundial do esporte montaria em touros
Muitas foram as emoções durante a PBR World Finals 2019 – realizada de 6 a 10 de novembro na T-Mobile Arena em Las Vegas. Entre tantas histórias, Robson Palermo voltou ao palco da final mundial como cidadão americano. Assim sendo, uma comoção tomou conta de todos que se inspiram e conhecem a trajetória desse campeão.
A entrada do brasileiro na arena com a bandeira dos Estados Unidos aconteceu logo na abertura da competição, antes da primeira rodada, e ele foi bastante aplaudido. Por três anos, Robson foi o melhor competidor das finais ganhando o segundo maior prêmio do evento. Mesmo sem ter título mundial no currículo, é considerado um dos ícones do esporte.
Voltar a atmosfera onde, por tanto anos ele foi destaque, para o esporte que ele se dedicou por tanto tempo, sem competir, mexeu com ele. Quando chegou ao shark-cage no centro da arena, com o chapéu sobre o peito, seus olhos brilhavam.
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Natural de Rio Branco, Acre, Robson Palermo é, sem duvida, um dos maiores da história. Competiu pela PBR americana por mais de uma década, contabilizando 310 montarias válidas na série premier e dez qualificações para a PBR World Finals.
Processo
Aposentado a cerca de um ano, viveu nos últimos dias momentos de mais uma conquista: a cidadania americana. “Eu já tenho meu green card há dez anos e deveria ter buscado minha cidadania mais cedo”, conta o brasileiro.
Com a vida atribulada, ele deixou essa parte de lado. “Família, filhos, mudança de casa, ajuste de tudo, a temporada sempre viajando, acabei não me preocupando em ir atrás da cidadania. Mas depois que me aposentei das competições consegui arranjar tempo para resolver”.
De tal forma que foi assim que começou um longo e árduo processo de verificação e testes. Robson precisou comprovar sua capacidade de ler, escrever e falar em inglês. Ao mesmo tempo que tinha que mostrar conhecer a história dos Estados Unidos. Guilherme Marchi passou pelo mesmo processo.
“É bem desafiador. São cem perguntas sobre a história dos Estados Unidos e precisamos saber de tudo. Por exemplo, quem foi o presidente durante a Primeira Guerra Mundial. Coisas do passado, mas temos que estudar tudo porque não sabemos qual pergunta vai cair”, explica.
O brasileiro, agora também cidadão americano, disse ter ficado mais estressado no dia dos testes do que quando precisava enfrentar os touros. A esposa dele, Priscila Aguiar Palermo, já tinha passado pelo processo e foi seu suporte em mais esse episódio.
Fixando moradia no Texas desde que chegou aos Estadaos Unidos, em 2006, Robson criou raízes no país. A vida da sua família – seus três filhos, ele e a esposa – está estabelecida. Voltar para o Brasil nunca foi algo que o casal considerou.
“Conquistei tudo aqui. Meus filhos nasceram nos Estados Unidos, estudam e tem suas rotinas. Foi por isso que eu e minha esposa escolhemos ficar. E tudo que eu quero está aqui. Construí uma vida inteira”.
Las Vegas
Os testes aconteceram no dia 31 de outubro. Uma semana antes da PBR World Finals. Quando Flint Rasmussen ficou sabendo, ligou para Robson na hora. Certamente com a anuência do CEO da PBR, Sean Gleason, Rasmussen convidou Palermo para entrar com a bandeira.
“Foi muito especial voltar a Las Vegas, à final mundial, naquela arena”, reafirma o brasileiro. “Vegas é especial demais para a minha carreira, portanto passou um filme na minha cabeça”. Ele montou lá não apenas quando a final era Thomas & Mack Center bem como na T-Mobile Arena.
Foi a primeira vez que Robson esteve na cidade desde que anunciou a aposentadoria em janeiro de 2018. Mas ídolo é sempre ídolo, e ele recebeu apertos de mão, tapas nas costas e abraços quando passou pelo Black Carpet ao lado da atual safra de bullriders.
No entanto, ele não está totalmente fora do negócio. Mantém em sua rotina o treinamento de cavalos, laça regularmente, e ministra clínicas. Sobretudo, se prepara para ser o assistente técnico do time brasileiro que disputa a PBR Global Cup no começo de 2020.
A estada em Las Vegas foi curta esse ano. Entrou com a bandeira, a agitou um pouco durante o Hino Nacional. Deu algumas entrevistas, confraternizou com os brasileiros. Uma multidão o aplaudiu de pé. No dia seguinte já estava de volta em casa.
Por Darci Miller/PBR
Tradução e adaptação: Luciana Omena
Fonte e Fotos: PBR