Não é necessário dizer seu sobrenome, pelo menos não no circuito de Três Tambores nos Estados Unidos
Fale apenas o primeiro nome, Talmadge, e qualquer competidor de Três Tambores que se preze saberá que se está querendo falar de Talmadge Green. Ele também é bastante conhecido no Brasil. E muitas pessoas o consideram muito.
Para alguns, ele é o cowboy ganhador de mais de um milhão de dólares em prêmios em futurities, hoje já ultrapassando os três milhões. Para outros, ele é o co-fundador da National Barrel Horse Association. E ainda, há que o reconheça como o seu treinador de confiança, aquele encarregado de encontrar seu próximo cavalo vencedor.
Para Dana Green, no entanto, ele apenas seu marido. Ou para T. Green e Desiree Green, o pai amoroso. E ainda, para JR e Dot Green, ele é o filho precioso. Sendo para Mike, Sherry e Janice um grande irmão.
Nascido em Greer, South Carolina, Talmadge, desde sempre, amava estar ao ar livre e admite ser um fanático por esportes. Quando seu irmão mais velho, Mike, começou a andar a cavalo, ele ficou mais do que interessado em ter um só para si.
“Só consegui aos dez anos. Meu primeiro cavalo era parte Walking Horse e parte Saddlebred horse e eu o montava por lazer. Mike começou laçar bezerros depois de ver uma prova. Então, o local em que deixávamos alojados nossos cavalos sediou uma prova de Três Tambores. Mike começou a treinar Tambor também”, conta Talmadge.
O famoso treinador hoje duvida que teria começado a correr Tambor se não fosse pela influência do irmão. Um atleta talentoso e do tamanho ideal para esse esporte, Talmadge logo se tornou o favorito de outras pessoas para montar seus cavalos quando havia premiação envolvida.
“Eu tinha provavelmente 12 ou 13 anos quando comecei a montar muitos cavalos diferentes para as pessoas sempre que íamos a uma prova onde havia premiação em dinheiro”. Em 1972, Talmadge se tornou campeão estadual da modalidade na Carolina do Sul. Durante o colegial, ele já apresentava cavalos na categoria aberta. Entre os destaques dessa época, sua participação no All-American Quarter Horse Congress.
Quando terminou o colégio, Talmadge parou de montar cavalos e se dedicou à construção civil. Mas o amor pelo esporte o trouxe de volta. Durante a semana, ele trabalhava em grandes obras. Nos fins de semana, participava de provas de Três Tambores. Seu sonho era, no entanto, viver financeiramente do esporte a cavalo.
“Ganhava muito dinheiro no negócio de construção, praticamente tinha feito um salário fixo bom, mas era os Três Tambores que eu amava. Aprendi com meu pai a tentar ser o melhor em tudo o que eu fizesse, e eu queria ser o melhor em Três Tambores”.
E foi no Champion of Champions Futurity, em Grand Prairie, Texas, em novembro de 1984, que Talmadge tomou a decisão que mudaria sua vida. Ele sempre ouviu que as melhores provas estavam no oeste, então foi para lá. Marcou o menor tempo de todo o evento, provando que um garoto do leste podia correr entre os melhores.
A partir de 1985, a carreira de Talmadge como treinador de Três Tambores deslanchou. Ele começou a ganhar milhares de dólares por ano em competições de potro do futuro, com mais de um cavalo diferente. Seu nome estava sempre entre os dez melhores a cada temporada. Mas ele nunca se acomodou.
Quando viu que as provas no formato de divisão estavam ganhando terreno, teve uma ideia para formar uma associação nacional que promoveria provas de Três Tambores no formato de divisão. “Aprendi muito cedo que em uma prova, eram poucos que ganhavam alguma coisa e a maioria ia embora para casa sem nada. Então vi no 3-D a oportunidade para permitir que muito mais pessoas ganhassem dinheiro”.
Esse formato também tinha tudo para aumentar ainda mais o número de inscritos, sem prejudicar os principais vencedores. Todos iriam se beneficiar. No outono de 1991, Talmadge organizou com Rick Sykes uma grande prova em Augusta, Geórgia, apresentando a ele o formato que considerava inovador e a ideia da associação nacional.
Dessa união nasceu a National Barrel Horse Association (NBHA). Talmadge teve ao seu lado para essa empreitada Bill Morris, Paul Simon, Pete May, Rick Sykes e Sherry Fulmer. Ele sente que a formação da NBHA, presente hoje no Brasil também, foi uma grande contribuição para a indústria equina e supera em muito suas realizações dentro de pista.
Talmadge tem seis campeonatos mundiais, de 1987 a 2013. Em 1991, ele ganhou mais de US$ 200.000,00 na temporada, o que o tornou o maior ganhador de dinheiro em provas de futurity, ultrapassado um milhão de dólares em ganhos. Foi campeão nas maiores provas da modalidade, como o Old Fort Days (duas vezes).
Ele contribui também para a formação de atletas nos Estados Unidos, Canadá e Brasil. Hoje já chegou a marca de mais de três milhões de dólares em ganhos. Seu nome é conhecido no mundo todo.
Tradução e adaptação: Luciana Omena
Fotos: Equine Report e Kenneth Springer/Barrel Horse News