“Sempre acreditei na educação como ferramenta de transformação”.
Andrea Carla Alves Borim, natural de Ribeirão Preto/SP, começou a montar apenas com 26 anos. Hoje, aos 48, morando em Maringá/PR, assumiu o cargo de Pró-reitora Executiva da UniCesumar, importante Centro Universitário do Sul do País. Formada em Engenharia Elétrica, ela seguiu a carreira na docência.
Quando consegue conciliar a agenda, treina no CT Taboga, em Brotas/SP. Mas também tem cavalo em Campo Grande/MS, com no JCR Ranch, em treinamento com José Carlos Rodrigues. Desde nova sua paixão por cavalos aflorou, inspirada pelo avô. Pela ANCA, tem resultados em provas regionais e as oficiais da Associação. A mais recente, um quinto lugar no Potro do Futuro ANCA Millionaire 2018 na categoria Amador.
Fomos conversar com ela para conhecer melhor sobre sua vida com os cavalos e sua carreira. Confira!
Como teve contato com cavalos pela primeira vez?
Andrea: Essa é uma longa história. Minha paixão pelos cavalos nasceu muito antes de eu ter a oportunidade de montar. Sou a primeira neta e praticamente fui criada pelos meus avós. Meu avô foi peão de boiadeiro. Tínhamos uma ligação muito forte. Quando nasci ele já morava na cidade e tinha uma pequena empresa.
Diferente do que se espera de uma garotinha, desde bem pequena, ao invés de ficar em casa com a avó, eu estava sempre com o Vó Doca, logo cedo eu ia ‘trabalhar’ com ele.
Na empresa, quando eu não estava no pé do meu avô no escritório, estava brincando de dirigir os ônibus ou já com o espírito de engenheira estava brincando de consertá-los. Cresci em um mundo de pescarias e ouvindo as histórias que ele me contava sobre a lida e seu cavalo Panamá. Era impossível ouvir e não criar tantas imagens e boas memórias que até hoje trago comigo.
Quando eu estava no 3º ano do curso de engenharia, ele faleceu. Foi muito difícil, mas a responsabilidade de me graduar e realizar um sonho que era dele também, me manteve firme. Logo após a formatura tive um quadro grave de depressão e na busca de encontrar algo que me ajudasse a superar, me matriculei em uma escolinha de equitação e Tambor, que o sindicato rural de Uberlândia mantinha.
Foi aos 26 anos que montei pela primeira vez. E não sei bem como descrever a sensação que senti, mas foi como se estivéssemos juntos novamente. Essa sensação se repete até hoje a cada vez que monto em meus cavalos.
Ao descobrir a Apartação, Andrea se encantou. Fotos: ABQM/CedidaComo começou a competir e teve contato com a Apartação?
Andrea: Como disse, comecei em uma escolinha de equitação. Descobri a Apartação pouco tempo após começar a montar, quando fui assistir a uma etapa do campeonato da ANCA e me apaixonei. No dia seguinte estava no rancho do Serginho Martins para começar a ter aulas.
Já praticou ou pratica outras modalidades?
Andrea: Iniciei no Tambor, e tive a oportunidade de fazer duas provas de Team Penning há muito tempo atrás na ABQM. Foram experiências incríveis e que somaram muito para mim, mas minha paixão é o cavalo de boi.
Quais cavalos te marcaram essa trajetória:
Andrea: Cada um dos que tive a alegria de ter, são especiais para mim, cada um por um motivo. O primeiro foi o Dark Cowboy, sempre digo que ele me curou da depressão. A Jazzynita é tudo para mim. Foi uma atleta diferenciada e é uma produtora incrível. Ela e seus filhos me deram várias vitórias importantes. Fiquei nove anos sem montar, e foi a Another Jazzynita (filha da Jazynita) que me trouxe de volta às pistas.
Quais são os cavalos de prova hoje:
Andrea: Hoje tenho dois em pista, o Dangerous Cat e a Anitas Feline. Com o Dangerous Cat fui finalista do Potro do Futuro ANCA Amador esse ano, terminando em quinto lugar, após marcar a melhor nota da classificatória.
Como educadora, Andrea hoje exerce o cargo de Pró-reitora Executiva da UniCesumar. Foto: Ivan AmorimComo concilia a rotina para treinar e ir às provas?
Andrea: Não concilio (risos). Minha rotina de trabalho exige viagens e a participação em vários eventos, o que dificulta um pouco. Como acabei de me mudar para Maringá, ainda estou me adaptando e não consegui desenvolver uma rotina de treino, mas das provas não abro mão. Costumo dizer que vou na fé e na coragem.
Conte sobre sua trajetória profissional.
Andrea: Sou formada em Engenharia Elétrica, com mestrado e doutorado em Automação e Controle. Desde a graduação, sempre me encantei pela aplicação da engenharia em outras áreas do conhecimento, e assim o foco do meu doutorado foi em Zootecnia de Precisão.
Sempre acreditei na educação como ferramenta de transformação, e durante o doutorado iniciei na docência como professora da Universidade Federal de Uberlândia, no curso de Engenharia Elétrica.
Nas provas de Apartação, conheci o Prof. Carbonari (do Rancho Coyote) e fui trabalhar com ele. Tive a oportunidade de construir uma carreira em sua empresa, fui professora, coordenadora de curso, diretora de faculdade e reitora de duas universidades. Como executiva do grupo tive a oportunidade de participar do processo de fusão das duas maiores empresas do ramo de educação. Foi um grande aprendizado.
Atualmente sou Pró-reitora Executiva da UniCesumar, e respondo pelo ensino presencial, com 62 cursos de graduação ofertados em quatro campus (Maringá, Curitiba, Londrina e Ponta Grossa), cinco programas de mestrado e um portfólio de mais de 50 cursos de pós-graduação lato-sensu. É uma instituição referência em qualidade e que tem a cada ano vencido os desafios, investindo fortemente em expansão, inovando e que se consolidou como um grande grupo educacional no Brasil, estando entre os dez maiores.
Como é exercer esse importante cargo em uma universidade de destaque?
Andrea: É muito gratificante e intenso. Não só pelo cargo considerado de destaque, mas pela oportunidade de fazer parte e liderar um time de profissionais que desenvolvem projetos maravilhosos nas mais diversas áreas. Somos uma das maiores instituições do país, e reconhecidos por nossa qualidade diferenciada, o que nos coloca no seleto grupo de 4% das melhores.
Para manter esta posição entre os melhores, nosso dia é repleto de indicadores de qualidade e de desempenho, discussões sobre metodologias, mercado, infraestrutura, laboratórios de ensino, clínicas e até hospitais. Resumindo, não tem lugar para o tédio (risos). Tenho muito orgulho disso. Assim como o cavalo é minha paixão, a educação e o meu trabalho também são, além de serem grande fonte de motivação.
Quase todos os dias tenho a oportunidade de vivenciar o poder de transformação por meio da educação. Nestes mais de 20 anos de carreira vi, e vejo todos os dias, histórias de conquistas fruto de muita perseverança e determinação. Encontrar um ex-aluno e ver seu sucesso, não tem preço.
Por Luciana Omena