Breakaway Roping – algo como ‘laçada que se abre’, em tradução livre – tem origem americana. Por lá, remonta a meados dos anos 90, modalidade exclusivamente feminina. No Brasil, começou em caráter experimental em 2012 na ABQM. Avaré/SP ‘parou’ para ver Eliziane Nogueira laçar. Foi, sem duvida, um ‘ponta pé’ inicial de respeito.
Antes de mais nada, o Breakaway Roping é uma modalidade do rodeio cronometrado que deriva do Laço Individual, nome que hoje é conhecido o antigo Laço de Bezerro. Logo após partir do brete com seu cavalo, a competidora deve laçar um bezerro em movimento no menor tempo possível.
A amazona e o cavalo ficam em uma área ao lado à do bezerro no brete. Prova liberada e uma barreira de barbante que está em volta do pescoço do animal se rompe. Então, ele segue rumo a arena. A competidora tem a permissão de correr e efetuar a laçada.
Está tudo ok quando o laço deve entrar pela cabeça do bezerro e provocar o rompimento do fio preso à sela. Assim, o final do laço fica preso ao pito da sela com um fio de barbante. Fio que, geralmente, possuí uma fita de cor vermelha presa à sua extremidade.
Com efeito, esse recurso permite que o juiz enxergue melhor o momento em que o fio se rompe e laço se solta. Ao rompê-lo, a amazona sinaliza para que o cavalo pare imediatamente. O cronômetro dispara assim que a barreira abre e continua até o rompimento do laço preso ao pito.
Vence, portanto, quem marcar o menor tempo. Como penalidade, acrescenta-se 10 segundos ao tempo final pelo rompimento da barreira. Ou seja, quando o conjunto romper a barreira antes do boi. E a laçada é invalidada – a competidora fica sem tempo – caso não acerte o laço no local correto.
Breakaway Roping nos Estados Unidos
O Breakaway Roping é amplamente praticado nos Estados unidos, país de sua origem. Inegavelmente, há um número bem grande de laçadoras espalhadas pelas regiões. As disputas acontecem, geralmente nos rodeios.
A saber, as meninas começam cedo por lá, desde as categorias júnior, ensino médio e colegial. Entre os campeonatos que apoiam as mais novas, a Little Britches Rodeo Association e outras organizações semelhantes.
Evoluindo para os rodeios universitários e semi-profissionais. O Breakaway também tem seu espaço nas competições da American Quarter Horse Association, associação americana do Quarto de Milha. Nas provas da AQHA, todavia, participam homens e mulheres.
Por outro lado, na Women’s Professional Rodeo Association, o maior órgão de nível profissional do esporte, apenas mulheres competem. Aliás, é através da associação mundial de rodeio feminino que conhecemos as maiores ‘feras’ do Breakaway. Verdadeiras lendas da modalidade, como Lari Dee Guy e Jackie Crawford, com inúmeros títulos mundiais no currículo.
Mesmo existindo há muitos anos nos Estados Unidos, foi só apenas de uns dois anos para cá que o Breakaway ganhou a devida notoriedade. Conquistou espaço, portanto, em alguns dos maiores e mais ricos eventos, como o The American, circuito mundial da PRCA e WCRA.
No Brasil
No Brasil o Breakaway Roping também é disputado na categoria Jovem, além da Feminina Aberta, Amador e Amador Principiante. Contudo, é a Feminina a grande ‘meninas dos olhos’ de quem pratica e busca melhorias para o esporte. Muitas meninas migraram de outros esportes, enquanto outras já começaram direto laçando.
De fato, cada vez mais regiões aderem à modalidade. E cada vez mais campeonatos tornam-se parceiros, provas não só de Team Roping, como também de Laço Individual. Fomento de todos os lados, mais fortes no Estado de São Paulo, mas ganhando força em Brasília, Minas e Paraná. Ao mesmo tempo, as meninas estão investindo mais, indo as provas e batendo recordes.
A temporada 2020, por exemplo, começou aquecida. A pandemia da Covid-19 deu um freio nos eventos. Contudo, o ano encerrou de forma positivo para a modalidade. De acordo com informações das próprias laçadoras, mesmo em um ano de crise, o Breakaway Roping premiou com quase R$ 30.000,00.
A fim de trilhar um caminho ainda mais forte, as meninas formaram uma comissão para representar e dar voz ao Breakaway Roping frente a provas, organizadores de eventos e associações de raça e modalidade. Com toda a certeza, a modalidade passou de caráter experimental à consolidação entre eventos e competidoras.
Detalhes
A traia do cavalo é composta por sobremanta, manta, sela de laço individual, protetores para as patas dos cavalos (caneleira, cloche e skidboots), gamarra e freio. As cordas de Breakaway são mais curtas do que quaisquer outras no mercado, com cerca de 7 a 9 metros.
Mas as especificações são iguais a uma de laço comum: boias, cabo, sirigola na ponta. A competidora tem que aprender a girar e alimentar a corda de acordo com a necessidade da sua laçada.
Por Equipe Cavalus
Fonte: Breakaway Roping Journal, Wikipedia, WPRA
Crédito das Fotos:
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