Projeto do CT Carina Pavan ensina crianças a laçar

Há 22 anos a amazona toca seu centro de treinamento em Maristela, interior de São Paulo

“Todas as crianças participantes do projeto precisam de alguma atenção especial”, conta logo no começo da entrevista Carina Pavan, 37 anos, treinadora de Três Tambores e laçadora de Team Roping, e de Breakaway Roping nas horas vagas. No dia 15 de julho, ela reuniu uma galera super bacana para o Projeto BKWR ‘Crianças Que Laçam’. “Em toda a minha vida profissional eu sempre dei uma atenção especial para todas as crianças que precisam, não só em termos financeiros, mas que precisam de algum carinho”.

A ideia desse encontro foi a de incentivar ainda mais as crianças, e também jovens e mulheres que se interessem, a laçar. Para participar não se paga nada, precisa apenas ter boa vontade de aprender. Para esse primeiro momento, Carina convidou Lucy Fazzio, laçadora de Breakaway e que vem trabalhando incansavelmente no fomento da modalidade, Nicholas Siemsen Collard, laçador veterano e com muito conhecimento para dividir, e Dona Nina, mãe do Nicholas, a super ‘mãe’ do Breakaway, sempre disposta a ajudar.

Carina mostra mesmo esse lado mãe ou tia da criançada nas provas que organiza ou no dia a dia do seu centro de treinamento. As categorias para crianças, desde o kids até os jovens, são as que têm um lugar marcante no coração da treinadora.

O projeto, frisa Carina, não é voltado a crianças carentes, pois não reúne apenas crianças sem condições financeiras. O perfil é variado de pessoas que não têm até muito dinheiro para investir e precisam dessa força para praticar uma atividade ao lado dos cavalos.

Esse ano, Lavínia Pavan, seis anos, filha de Carina, começou a treinar o Breakaway e até foi em algumas provas, como as do Circuito Interanchos organizado por Lucy. Depois do sucesso da pequena, outras crianças começaram a pedir pra Carina que as ensinasse também.

Ela foi até o pai, que a ajuda no dia a dia de treinamento do CT, sr. Lilo Pavan, passar a ideia desse projeto. Usar os cavalos do rancho e chamar os interessados para aprender a laçar sem custo nenhum. “Consegui convencer meu pai a entrar nessa comigo. Preciso muito da experiência de vida dele e dele ao meu lado. E foi assim que o projeto começou. Primeiro algumas crianças que já treinam Tambor com a gente. Depois fui convidando outras que já tinham passado por lá. Reunindo todos aqueles que eu sabia que gostavam de laço e tinham o sonho de aprender a girar a corda”.

E tudo foi se desenvolvendo devagar, passo a passo. Como armar e girar a corda, bater cavalete, cavalete em cima do cavalo, usar o boi mecânico para treinar. Em todo esse processo, Lucy estava a par, acompanhando. “Até que em uma das nossas conversas, ela perguntou se eu estava usando corda de bezerro ou de team roping, e eu respondi que eram de team roping, pois são as que eu tenho acesso”.

Buscando a excelência em tudo que tem feito dentro do fomento do Breakaway, especialmente, na hora Lucy avisou para Carina que ia tentar um patrocínio para que o CT consegue cordas de bezerro, as adequadas para o Breakaway. “Falei para Carina que seria legal começar certo, com a corda ideal. Porque ai caso aprendessem e seguissem, já ia tudo certinho. E pensei em procurar a Precision Ropes, grandes amigos e parceiros. O Daniel prontamente cedeu as cordas para o projeto”, lembra Lucy.

Algo que começou de forma despretensiosa, para dar vazão aos sonhos de crianças que de outra forma não teriam esse contato, culminou nesse encontro maior no dia 15. Nicholas passou o dia lá interagindo com a molecada e ficou muito feliz com a oportunidade. Ele não é treinador, mas conhece muito de laço, então foi uma pessoa ideal. Lucy também se uniu a esse momento para ver de perto o que ela já vem acompanhando desde que o projeto nasceu. Todos aproveitaram a experiência um do outro para aprender mais e mais.

Companherismo

“O carinho e a atenção que eles deram para as crianças, com certeza, eles jamais vão esquecer, vai ficar para sempre no coraçãozinho deles”. Savio Henrique postou no facebook dele: “Sonhar ter fé e nunca desistir, pois fácil não e nem vai ser. Obrigado Carina Pavan. #aprendendo a laçar bkw. E andar bem de cavalo #achei meu esporte. #achei meus amigos de verdade. #sonho realizado de treinar no ctcarinapavam. Amo tudo isso”.

E que iniciativas como essa possam se multiplicar!

Por Luciana Omena
Fotos: Lucas Proença 

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