Corrida, ou Turfe, é um esporte popular de velocidade

A corrida competitiva de cavalos é um dos esportes mais antigos da humanidade

Turfe é o esporte que promove e incentiva a Corrida de cavalos. Em sua forma mais difundida, teve origem no Reino Unido e é hoje um dos esportes mais tradicionais. Envolve, acima de tudo, treinamento do cavalo, competição e apostas. Tudo começou 1689, quando os britânicos resolveram importar do Oriente Médio e da África alguns cavalos. Entre eles, animais das raças Byerley Turk, Darley Arabian e Godolphin Barb, em outras palavras, árabes e berbéres.

Para as competições, foram selecionados cavalos com aptidão para corridas, comprados ou tomados em batalhas. Portanto, ao chegarem a terras inglesas foram cruzados com éguas da região e deram à luz a animais de grande velocidade e resistência. Ademais, a palavra Turfe vem do inglês ‘turf’, que designava os primeiros eventos de corrida de cavalos.

Os cavalos podem correr montados por jóqueis – corrida a galope – ou atrelados a uma aranha ou charrete (harness racing) – corridas de trote. O traçado comum em linha reta, como as canchas no meio rural ou as corridas do Quarto de Milha. Do mesmo modo que encontramos o traçado de forma ovalada, ou triangular, como em sofisticados hipódromos nas grandes cidades.

A corrida mais comum tem o percurso plano, mas há corridas com obstáculos, chamadas steeplechase. Outra particularidade é a distância, que varia de 201 a 2400 metros. Alguns raças são de explosão, tiros mais rápidos, distancias mais curtas. Enquanto outras possuem os chamados fundidas, dos percursos mais longos. Há registro de que um cavalo de corrida atinja 60 km/hora. Nos diversos hipódromos espalhados pelo mundo, é comum que a disputa aconteça no sentido horário, contudo há locais que realizam corridas no sentido anti-horário.

Corrida, ou Turfe, é um esporte popular de velocidade. Então, a corrida competitiva de cavalos é um dos esportes mais antigos da humanidade
Foto: Americas Best Racing

A corrida no Brasil

O esporte tradicionalmente britânico chegou ao Brasil em meados do século 19. Inicialmente, os proprietários dos animais treinavam e corriam eles mesmos. Com o passar do tempo, isso mudou. Hoje os donos focam sua atenção em criar os mais velozes animais do mundo e deixam a montaria para os profissionais chamados de jóqueis. Quer seja lá no século 17 ou nos dias de hoje, o que importa é velocidade e equilíbrio.

No Brasil existem quatro Jockeys Clubs principais: o Jockey Club Brasileiro, que fica no Hipódromo da Gávea no Rio de Janeiro, o Jockey Club de São Paulo, no Hipódromo de Cidade Jardim em São Paulo. Assim como o Jockey Club do Paraná no Hipódromo do Tarumã em Curitiba e o Jockey Club do Rio Grande do Sul no Hipódromo do Cristal em Porto Alegre.

Além de outras entidades espalhadas por todo país, como o Jockey Club de Sorocaba, o mais importante hipódromo do Quarto de Milha de Corrida na América do Sul. Além disso, a corrida tem seu lugar em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e no Nordeste. Os studs (um ou mais donos) e os proprietário têm sempre uma cor estampada na camisa dos jóqueis, assim como os times de futebol.

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Foto: Americas Best Racing

Peculiaridades

O calendário das provas varia de país para país. E cada uma delas existe um ritual de apresentação. Por exemplo, os jóqueis montam os animais em frente aos espectadores e fazem um desfile. É dessa forma que vão ao encontro da linha de partida. Dentro de cada box, previamente designado, aguardam o sinal de largada. Os percursos variam de acordo com cada competição.

O temperamento do animal, por muitas vezes, era algo que ficava em segundo plano. Mas isso vem mudando hoje em dia. Os proprietários investem em treinamento tanto do animal quanto da montaria e em troca recebem uma percentagem dos lucros obtidos com os visitantes e apostadores das corridas. Aliás, o animal é treinado não apenas para ser veloz, como também para saber largar corretamente, sem se assustar com o barulho dos portões, por exemplo.

Para montar um cavalo de corrida é necessário ter certas peculiaridades. Assim, um jóquei deve pesar no máximo 48 kg e ter uma altura recomendável de 1,50m. O preparo físico daquele que vai montar tem que ser tão bom quanto do animal que será seu parceiro nas corridas. É praxe nos hipódromos treinos logo ao raiar do dia, onde os treinadores fazem as tomadas de tempo para possíveis ajustes.

Do mesmo modo que o cruzamento no Reino Unido resultou o Puro Sangue Inglês, nos Estados Unidos nasceu o Quarto de Milha. Na época da guerra da Independência, os colonizadores popularizaram a disputa entre dois cavalos que corriam a distancia de até um quarto de milha. As primeiras corridas, então, aconteceram em Enrico County, Virgínia, em 1674. Na era Colonial, qualquer campo inculto ou rua servia como pista de corrida.

Corrida, ou Turfe, é um esporte popular de velocidade. Então, a corrida competitiva de cavalos é um dos esportes mais antigos da humanidade
Foto: GGF Race

O que você precisa saber para acompanhar

Todo o cavalo é classificado de acordo com o Índice de Velocidade. Através dos resultados dos últimos anos, cada hipódromo realiza uma tabela com os Índices de Velocidades (I.V.). Esta tabela atribui um índice, de acordo como tempo que o cavalo fez em determinada distância. Os animais também recebem Registro de Mérito: animais com IV entre 80 e 89, o registro é o AA (Double A); em seguida, com IV entre 90 e 99, recebem o AAA (Triple A); por fim, os animais com IV superior a 100 receberem o AAAT (Top Triple A).

Antes de cada corrida acontece o enfrene, um jogo realizado no sistema de leilões. Os animais de cada páreo ou torneio têm suas pules (jogos) leiloadas. O comprador da primeira pule tem o direito de escolher o animal de sua preferência para vencedor. O comprador da segunda pule poderá escolher outro animal, com exceção do primeiro já escolhido. E assim por diante até que todos os animais tenham suas pules compradas.

Chama-se Futurity os Grandes Prêmios reservados aos potros que iniciam o ano com dois anos hípicos. E no segundo semestre contarão três anos hípicos. Por outro lado, no Derby os Grandes Prêmios abrigam os animais que iniciam o ano calendário já com três ou mais anos hípicos. Nos Estados Unidos, os Derbys são apenas para animais de três anos hípicos.

O Torneio é o Grande Prêmio com uma quantidade de animais que impossibilita a realização de um só páreo. Então, acontecem as eliminatórias, chamadas de ‘ternos’, cujos vencedores (e às vezes os melhores tempos) classificam-se para a final. É comum existir um lance de obrigação nos páreos ou torneios. Este lance vale como uma pule (jogo) do proprietário do animal em uma das rodadas do enfrene.

Tríplice Coroa da Corrida

No meio equestre, a Tríplice Coroa da Corrida é a mais famosa. Consiste em três grandes eventos de determinada modalidade, região ou hipódromo. Antes de mais nada, é considerado tríplice coroado o conjunto que vencer as três provas no mesmo ano hípico. Nos Estados Unidos, são provas clássicas o Kentucky Derby, o Preakness Stakes e o Belmont Stakes. Só 13 cavalos, desde 1919, conquistaram a façanha em de vencer as três corridas no mesmo ano.

Em rápida pesquisa, você chega à informação que nos Estados Unidos cada região tem a sua tríplice na Corrida. Assim como a de Ruidoso Downs, que fica no Novo México, e tem três grandes prêmios milionários no calendário: Rainbow Futurity, Ruidoso Derby e All American Futurity. Entre outros. No Brasil, no Quarto de Milha de Corrida, as provas atuais da tríplice são GP São Paulo, GP Brasil e GP Consagração, ocorridas no Jockey Club de Sorocaba. Desde 1981, temos nove tríplices coroados.

Fonte: Rural Centro, Wikipedia, Jockey Ckub de Sorocaba, Horse Racing Nation
Crédito da foto: Divulgação/Wikimedia Commons

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