Se desde o início o processo eleitoral da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) foi marcado por confusões e polêmicas, o dia, de fato, da votação provou que as divergências entre as duas chapas que estavam na disputa estão longe de acabar. Afinal, a assembleia para eleger o novo presidente da entidade, realizada na última sexta-feira (29) em um hotel na zona sul do Rio de janeiro, terminou com os dois candidatos “eleitos”. Contudo, oficialmente, a CBH só reconhece um.
Mas por quê duas votações? De acordo com o que foi divulgado, o grupo formado pelos apoiadores da candidata Bárbara Laffranchi saiu da sala onde estava sendo realizada a assembleia originalmente por não concordarem com o fato de algumas federações terem sido impedidas de votar. Dessa forma, ocorreram duas votações simultâneas: uma, dentro da sala elegendo Francisco José Mari, mais conhecido como Kiko, como novo presidente; e a outra no corredor em frente da sala do hotel, elegendo, do mesmo modo, Bárbara para o cargo.
Apesar das duas votações, posteriormente a assembleia a CBH confirmou por meio de nota oficial apenas a eleição de Kiko Mari e João Loyo de Meira Lins como os novos presidente e vice-presidente. Sendo assim, os responsáveis pela gestão da entidade pelos próximos quatro anos.
Diante dos acontecimentos, circula-se pela internet que os apoiadores da candidatura de Bárbara Laffranchi irão promover uma desfiliação em massa da CBH. Tanto que o grupo emitiu uma nota informando que se na hipótese de não se reconhecer a vontade da maioria das federações estaduais e dos atletas, os mesmos ponderarão pela criação de uma nova confederação equestre de hipismo.
Entenda a polêmica da eleição da CBH
Originalmente, a eleição da CBH era para ter ocorrido em novembro de 2020. No entanto, as divergências entre as duas chapas concorrentes ficaram evidentes quando uma conseguiu impugnar a outra para a continuidade do processo eleitoral. Houve acusação de apresentação de documentos errados, fora do prazo e até de ata com assinaturas falsificadas.
Mesmo assim, tanto Kiko quanto Bárbara voltaram a se candidatar e a data da eleição da CBH foi remarcada para o dia 29 de janeiro. Contudo, as confusões e polêmicas permaneceram. A Federação Paulista de Hipismo (FPH) – que desde o início anunciou apoio à candidatura de Bárbara – foi acusada de inadimplência junto à CBH e, portanto, não estaria apta a votar.
Como resultado, a entidade paulista recorreu à Justiça e representantes estiveram na data eleição na última sexta-feira para registrarem o seu voto. Ademais, outras entidades também foram barradas de votar. Como a de Alagoas e do Rio de Janeiro, esta última porque a presidente, apesar de morar há 40 anos no Brasil, é nascida em Portugal e o estatuto da CBH só admite no cargo brasileiros natos.
Diante da situação, o grupo de apoiadores da candidatura de Bárbara que foram impedidos de votar se retiraram do local da assembleia e, do corredor do hotel, fizeram a sua própria votação diante de um cartorário. Assim, elegeram Bárbara ao cargo de presidente da CBH com 2.052 pontos.
Enquanto isso, dentro da sala do hotel, foi realizada a votação com o grupo de apoiadores da chapa de Kiko Mari. Elegendo-o, portanto, com 1620 pontos, menos do que a pontuação computada para a Bárbara.
Por Equipe Cavalus
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