Palavra de origem inglesa, o Enduro Equestre (Endurance) se traduz como competição longa em que a velocidade deve se adequar à resistência. Seus fundamentos são simples e a prática proporciona uma interação do homem com o cavalo e dos dois com a natureza.
Além disso, as corridas a cavalo por longas distâncias fazem parte da história do homem desde a domesticação desses animais. O Enduro que conhecemos hoje é resultado de uma evolução já quase bicentenária. Seu precursor foi o ‘Pony Express’, correio americano a cavalo. Entre 1860 e 1861, atravessava os Estados Unidos de leste a oeste, entre Saint Joseh, no Missouri, e Sacramento, na Califórnia.
Antes de mais nada, o ‘Pony Express’ teve como criadores William Russell, William Waddell e Alexander Magors. Na rotina, estabelecia postos onde os cavalos eram trocados, em trechos que variavam de 10 a 15 milhas, enquanto substituam-se os cavaleiros a cada 75 ou 100 milhas.
Por outro lado, em 1883, o lendário Búffalo Bill criou um show que incluía uma prova de longa distância em homenagem ao ‘Pony Express’. Dessa forma, as apresentações do Wild West Show na Europa inspiraram a criação das provas de resistência.
O Enduro
Modalidade integrante do quadro da Confederação Brasileira de Hipismo, o Enduro é um dos sete esportes hípicos regulamentados pela Federação Equestre Internacional. De acordo com as especificações do esporte, seus fundamentos são simples e a prática proporciona uma interação do homem com o cavalo e dos dois com a natureza.
Logo após a largada (todos juntos, como numa maratona), os conjuntos percorrem trilhas marcadas com tinta e fitas coloridas. Bosques, parques, florestas, pastos, estradas de terra e demais cenários típicos do meio rural. As trilhas impõem percursos que vão de 35 a 160 quilômetros e as competições se dividem em Velocidade Limitada e Velocidade Livre.
Quem começa na modalidade disputa provas de Velocidade Limitada, por exemplo, com percursos vão de 15 a 60 quilômetros, velocidade determinada pelos organizadores da prova. Quem termina dentro do tempo pré-determinado, ou o mais próximo dele, vence. No entanto, é imprescindível que o animal apresente batimento cardíaco baixo e boas condições físicas para o conjunto não ser eliminado.
A cada etapa do percurso, ou a cada anel, como se chamam as fases da prova, e que variam de 15 a 25 km entre um e outro, o animal passa pelo vet-check (avaliação veterinária). Portanto, a equipe só libera para dar continuidade à prova se o cavalo apresentar condições de permanecer na trilha. Caso contrário o conjunto sai da competição. A mudança de categoria se caracteriza pelo aumento do percurso e da velocidade.
Disputadas contra o relógio, nas provas de Velocidade Livre as distâncias variam de 40 a 160 quilômetros. Condicionamentos físico e emocional estão atrelados e garantem o cumprimento do percursos. Os aneis são distribuídos de 10 a 40 quilômetros e, da mesma forma que na Limitada, o animal só é liberado com tudo ok no vet-check.
Enduro Equestre no Brasil
No Brasil, o Enduro Equestre chegou no início dos anos 80. As competições de 12 a 20 quilômetros faziam parte das provas da Associação Brasileira de Hipismo Rural. Só para ilustrar, a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Árabe também foi importante no fomento do esporte nesse início.
A primeira prova aconteceu em 1989, em Tremembé/SP. A Maristela Cup, promovida por Homero Diacópulus, da Verdes Eventos. Desde o ano seguinte, 1990, o Enduro faz parte do quadro de modalidades oficiais da CBH. Aliás, foi justamente nesse ano que a CBH realizou o primeiro campeonato brasileiro da modalidade.
Nas décadas de 80 e 90, três vertentes dominavam o esporte no Brasil. A Verdes Eventos, de Homero Diacópulus, como dito, deu a largada. As provas que ele organizava seguiam o modelo francês.
Em seguida veio a Copercom, de Adolpho de Souza Naves Jr e Malu Frisoni. Apoiadores que espelhavam sua conduta no modelo norte-americano. Por fim, o Enduro contou a Malheiro & Malheiro, de Sebastião Malheiro Neto. Ele foi o responsável pela instituição do modelo ‘trail’, baseado em planilhas.
Não importando o gênero, modalidade chama atenção de homens e mulher. A partir dos 14 anos, os interessados já ficam aptos a começar. Acima de tudo, o sucesso no Brasil, entre outros fatores, se deu por conta do clima e volume de animais. Apesar de aberto a todas as raças, são os cavalos de sangue Árabe os maiores protagonistas do esporte.
Fonte: CBH, Instituto Enduro Brasil
Crédito das fotos: FEI
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