O Salto é a única modalidade que já deu medalhas para o Brasil no WEG

Esporte foi criado na segunda metade do Século 19 pelos ingleses, quando buscaram algo que reproduzisse as caçadas

Regida pela Federação Equestre Internacional, a modalidade Salto consiste basicamente em uma prova em que o conjunto – cavalo/cavaleiro – percorre um percurso entre 8 a 12 obstáculos diferentes e de variados graus de dificuldade, variando de 0.80 metro (em provas de Escolinhas de Equitação no Brasil) até 1.60 metro (em Grandes Prêmios, Jogos Olímpicos e Mundiais). No Brasil é a modalidade do hipismo clássico com maior número de praticantes.

Reconhecido pela FEI desde 1941, estreou em Olimpíadas em 1948, em Londres, e no World Equestrian Games em 1990, na primeira edição, em Estocolmo. Dados da Confederação Brasileira de Hipismo, contabilizam o Salto como a modalidade com maior número de participações internacionais: 16 Olimpíadas, as sete edições dos Jogos Equestres Mundiais, Copas do Mundo, Jogos Panamericanos e Campeonatos Sul-americanos, entre outros.

Em Jogos Equestres Mundiais, a única medalha do Time Brasil é no Salto. Rodrigo Pessoa, em 1998, na Itália, foi Ouro no Individual montando Gandini Lianos. Rodrigo, aliás, é um dos nomes mais famosos desse esporte equestre. Sua coleção de títulos, incluem, entre outros, as três medalhas olímpicas que o Brasil tem no Salto: campeão Olímpico individual em Atenas (2004), Bronze por equipes nas Olimpíadas de Atlanta (1996) e Sydney (2000).

A trajetória do Brasil em WEGs começa em 1990, a primeira edição dos Jogos, realizados em Estocolmo, Suécia. Classificada em oitavo lugar, a equipe foi formada por Nelson Pessoa/Vivaldi, Rodrigo Pessoa/Special Envoy, André Johannpeter/Heartbraker Joter e Vitor Alves Teixeira/Zurkis. O melhor resultado no Individual foi o 12º lugar de Vitor Teixeira.

No Jogos seguintes, 1994 em Haia, na Holanda, a equipe foi formada por Neco Pessoa/Chouman, Rodrigo Pessoa/Special Envoy, André Johannpeter/Calei Joter e Luciana Diniz/Graf Grande. Por pouco não chegaram ao pódio, encerrando a participação nessa edição com o quarto lugar por equipes e quinto no Individual, com o melhor resultado de Neco.

Neco Pessoa e Baloubet du Rouet

Roma, Itália, em 1998, foi o melhor resultado do Brasil até hoje. Rodrigo Pessoa conquistou no individual a medalha de Ouro montando Gandini Lianos. A equipe teve além de Rodrigo, Neco Pessoa/Baloubet du Rouet, André Johannpeter/Calei Joter e Álvaro (Doda) de Miranda Neto/Arisco Aspen. Terminamos em quinto lugar.

O Brasil não fez uma boa campanha em 2002 na edição de Jerez de La Frontera, Espanha, e acabou em nono lugar com o time formado por Rodrigo Pessoa/Baloubet du Rouet, Bernardo Alves/Oberon, Álvaro (Doda) de Miranda Neto/Audi San Diego e Celso Ariane/Quinta. Rodrigo acabou ficando fora da final por um ponto e terminou na 26ª colocação na disputa Individual, o nosso melhor resultado nessa competição.

Já em Aachen, Alemanha, em 2006, o Brasil sofreu a baixa do seu principal conjunto dois dias antes do início dos Jogos. Baloubet du Rouet apresentou uma inflamação no menisco e Rodrigo não teve outra opção a não ser desistir de competir. O time formado por Bernardo Alves/Canturo, Cássio Rivetti/Olona e Álvaro (Doda) de Miranda Neto/Nike terminou em décimo lugar, com o melhor resultado individual de Bernardo, um 13º lugar.

Quatro anos depois, no primeiro WEG fora da Europa, a participação brasileira voltou a ser positiva. Em 2010, os Jogos aconteceram em Kentucky, Estados Unidos, e o Brasil por pouco não subiu ao pódio com a equipe formada por Rodrigo Pessoa/HH Rebozo, Álvaro (Doda) de Miranda Neto/AD Ashleigh Drossel Dan, Pedro Veniss/Amaryliss e Bernardo Alves/Vancouver d´Auvrey. Após uma reviravolta no placar, os brasileiros terminaram na quarta colocação, conquistando a primeira vaga brasileira dentre todos os esportes para as Olimpíadas 2012 em Londres. Também no individual o Brasil ficou em quarto lugar com Rodrigo e Rebozo.

Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet

A edição mais recente foi em 2014, na Normandia, França, e a equipe brasileira teve a presença de Rodrigo Pessoa novamente, montando Status, e ainda Marlon Zanotelli/AD Clowni, Doda Miranda/AD Rahmannhof´s Bogeno e Pedro Veniss/Quabri d’Isle. Na quinta colocação, apenas uma falta separou a medalha de Ouro do quarto colocado e 0.23 pontos tiraram das mãos do Brasil a inédita medalha por equipe em Jogos Mundiais. Individualmente, os melhores resultados foram de Marlon Zanotelli, 23º, e Rodrigo Pessoa, 21º.

Os Jogos Equestres Mundiais 2018 estão perto de acontecer. Serão realizados entre 11 e 23 de setembro no Tryon International Equestrian Center, em Mill Spring, Carolina do Norte, Estados Unidos. Adestramento (Dressage), Atrelagem (Driving), Concurso Completo de Equitação (Eventing), Enduro (Endurance), Dressage Paraequestre, Rédeas (Reining), Salto (Jumping) e Volteio (Vaulting) são as disciplinas em que competidores e cavalos de todo mundo buscarão títulos. A equipe brasileira para a edição deste ano ainda não foi divulgada.

Por Luciana Omena
Fonte e Fotos: CBH

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