Conquista da equipe também rendeu ao país a vaga em Toquio 2020, a exemplo das modalidades CCE, prata, e Adestramento, bronze
A grande final por equipes valendo vaga olímpica para os três primeiros países foi disputada em dois percursos, a 1.60 metro, com 13 obstáculos totalizando 16 esforços (saltos). Estamos falando da prova de Salto disputada ontem no Club Militar La Molina, em Lima, no Peru, onde estão acontecendo os Jogos Pan-americanos de 2019.
O Time Brasil – Marlon Modolo Zanotelli/Sirene de La Motte, Rodrigo Lambre / Chacciama, Eduardo Menezes/H5 Chaganus e Pedro Veniss/Quabri de L Isle – liderado pelo técnico suíço Phillip Guerdat e chefe de equipe Pedro Paulo Lacerda, conquistou ouro com 12,39 pontos perdidos (pp). A prata ficou com o México, 22,97 pp, e o bronze para os Estados Unidos, 23,09 pp.
Após a primeira parcial da final por equipe, o Brasil virou na frente com 7,39 pp, seguido de perto pelos Estados Unidos e México, mas tudo estava indefinido. Conforme a regra, a cada rodada as equipes com quatro conjuntos descartam o pior o resultado. Marlon montado Sirene de La Motte, primeiro em pista, fez uma falta (4 pontos) no último obstáculo do primeiro percurso e pista limpa no segundo.
Depois entrou Eduardo com H5 Chaganus que registrou duas faltas a cada volta e teve seus resultados descartados. Rodrigo com Chacciama fez uma falta no primeiro e zerou o segundo. A segunda volta teve transmissão do Sportv e todo o Brasil pode acompanhar Pedro Veniss fechar a série com segurança e experiência. Ele entrou após a apresentação da norte-americana campeã olímpica e mundial Bezzie Madden.
Era uma forte adversária que poderia colocar mais pressão no brasileiro, mas acabou cometendo duas faltas. Pedro com Quabri de L Isle, que já havia zerado a primeira passagem, entrou sabendo que o Brasil já era campeão. Fez uma passada limpa e consciente e o resultado mais uma vez foi perfeito: duplo zero para levantar a torcida. Deu uma volta na pista comemorando com a arquibancada.
Uma vitória sempre é fruto do trabalho de toda uma equipe. “Só temos a agradecer a todos a toda comissão técnica e, em especial, ao nosso técnico Philipp Guerdat”, destacaram os campeões com unanimidade. O suíço Phillip, ex-cavaleiro, liderou a França na conquista do ouro na Olimpíada Rio 2016 e é pai do número 1 do mundo e campeão olímpico Steve Guerdat.
“Quando ele deixou de treinar a França surgiu a oportunidade de assumir o Time Brasil. Foi a realização de um sonho para garantirmos a vaga em Toquio”, destacou Pedro, que está em seu terceiro Pan. “Philipp está presente em todos os momentos, inclusive, na Vila Pan-americana, já ganhou tudo e parece até que tem mais sede de medalha que a gente (risos)”, pontuou Eduardo, que disputou seu primeiro Pan em 2015.
Marlon, que também disputou seu primeiro Pan em 2015, lembrou: “no último Pan que ganhamos (Rio 2007) eu estava na arquibancada torcendo pelo Brasil e hoje é um prazer enorme fazer parte dessa equipe. Sonho realizado e vamos para o próximo”, comentou. Rodrigo, que está em seu primeiro Pan, destacou a união do grupo. “Estávamos todos juntos a cada momento, no aquecimento, todos dando detalhes e palpites, isso faz a diferença”.
Luiz Felipe de Azevedo Filho, que dessa vez ficou na reserva, observou: “eu já vim preparado para ser reserva e acho que alguém tem que desempenhar essa função. Estou feliz por estar dentro desse grupo com técnico como Philipp Guerdat que é claro, honesto e nos apoia nos momentos difíceis. Agora vamos trabalhar rumo a Tóquio”.
Todos os quatro brasileiros competem no exterior e passaram o último mês treinando juntos. “Sem dúvida, esse processo de treinamento nos fortaleceu como grupo e resultado não poderia ser melhor”, finalizou Pedro.
Hoje, quinta-feira, é dia de descanso. Preparar para o último desafio do hipismo na competição, a final individual. A disputa acontece sexta-feira, 9 de agosto, entre os 35 melhores conjuntos. Para haver igualdade de condições, a contagem é zerada. No computo geral das qualificativas individuais Pedro virou em primeiro lugar.
Além dele, Rodrigo, 3º, Marlon, 5º deixaram o Brasil com três atletas entre o Top 5. Eduardo foi 16º, mas cada país só pode competir no máximo com três representantes. A primeira volta da final individual acontece das 11 às 13h (13h às 15h horário de Brasília). E a segunda e decisiva rodada pelo pódio individual, das 14 às 15h (16 às 17h horário de Brasília).
Hexacampeonato e três vagas olímpicas
Desde do Pan-americano de 2007, o Brasil não conquistava ouro por equipes. O país também foi campeão nos Pans em 1967 e 1999 no Canadá, 1991 em Cuba, 1995 na Argentina e agora nos Jogos Pan-americanos de Lima conquistando o hexacampeonato. Duas pratas por equipes foram conquistados em 1959 em Chicago, Estados Unidos, e em 2011 em Guadalajara, México. E único bronze em 2003 em Santo Domingo. Além do Brasil, somente os Estados Unidos detém o hexa.
Também desde 2007 o Brasil não subia ao pódio nas três modalidades em Jogos Pan-americanos. No Pan Rio 2007, o Salto foi ouro e o Adestramento e Concurso Completo, bronze. Agora em Lima, o saldo foi ainda melhor: Salto, ouro, Concurso Completo, prata e Adestramento, bronze. “Garantindo as medalhas, cumprimos o nosso grande objetivo que era a qualificação para Toquio”, comemorou Ronaldo Bittencourt Filho, presidente da Confederação Brasileira de Hipismo.
“Precisamos também agradecer os integrantes das equipes que garantiram a nossa vaga no Pan nas seletivas Sul-americanas e todos que participaram do processo seletivo”, reforçou e finalizou o chefe de equipe Pedro Paulo Lacerda.
Colaboração: Assessoria de Imprensa CBH
Fotos: Luis Ruas/CBH