Modalidade equestre presente nos calendários da Confederação Brasileira de Hipismo e da Federação Equestre Internaiconal, o Volteio artístico tem sua origem na Idade Média (Séculos 5 a 15). Havia, portanto, a necessidade de subir e descer do cavalo durante a guerra sem a ajuda das mãos. Técnica utilizada no treinamento militar, como forma de desenvolver o equilíbrio de cavaleiros, que em combate utilizavam as duas mãos para carregar escudo e espada.
Com o tempo, os movimentos ganharam suavidade e precisão. Hoje, a estética e a harmonia também são características muito valorizadas no Volteio artístico. Você também pode chamar essa modalidade de ginástica sobre um cavalo em movimento, já que o volteador faz acrobacias sobre o lombo do cavalo enquanto ele é mantido no galope.
Antes de mais nada, além de técnica e equilíbrio, o esporte exige do volteador confiança plena em seu cavalo, e vice e versa. Com toda a certeza, é uma das modalidades que mais estimula o respeito mútuo entre o homem e o animal. Por isso, se algum dia você decidir praticá-lo, uma dica é: crie um vínculo de confiança com seu cavalo.
O objetivo do Volteio é o aprimoramento da harmonia, do sincronismo e da ressonância com o cavalo em movimento. Proporciona ao volteador, então, uma oportunidade de maior conhecimento das qualidades deste animal. No esporte, o atleta desenvolve o equilíbrio, a força muscular e o reflexo, bem como o domínio do corpo sobre o cavalo é uma arte ao alcance de crianças e adultos.
Volteio no Brasil
O esporte é bastante forte na França e na Alemanha, e na Europa de modo geral. Chegou ao Brasil há mais de 30 anos. O auge por aqui foi entre 2005 e 2010, quando chegamos a ter 300 volteadores ativos e inscritos na Confederação Brasileira de Hipismo. Há escolas e competições da modalidade em algumas hípicas, como a Sociedade Hípica Paulista e o Clube Hípico de Santo Amaro, ambos em São Paulo.
Divide-se a prova em categorias e sub-categorias. No Brasil, as categorias são Equipe, Individual e Pas des Deux (duplas). Dividindo os atletas de acordo com suas habilidades em diversos níveis, sendo A o mais alto e E o mais baixo. A competição dos níveis A, B e C são feitas inteiramente ao galope, enquanto nos níveis D e E partes são feitas ao passo. Nas competições internacionais todos os percursos são feitos a galope.
Não há uma raça específica para a prática, entretanto, a CBH e a FEI recomendam o uso de cavalos mais altos, fortes e, necessariamente, calmos. Como você verá abaixo, o cavalo suporta até três pessoas em algumas categorias, por isso essas características são imprescindíveis. No Brasil, a raça mais utilizada é o Brasileiro de Hipismo (BH), mas no exterior as raças alemãs como Hannover e Holsteiner são usuais.
Competição
Uma apresentação de Volteio individual conta com exercícios livres e exercícios obrigatórios. Os obrigatórios são exercícios básicos e eminentemente individuais. Avaliam as habilidades específicas do atleta em cada nível. Nas competições individuais internacionais também há a apresentações do chamado Teste Técnico. Ou seja, uma série de exercícios que inclui elementos obrigatórios e livres em ritmo de série livre.
A apresentação livre é uma série de exercícios justapostos avaliados segundo sua execução, a forma como são executados, dificuldade e evolução. Diz respeito, sobretudo, à composição da série, ajustamento com a música, criatividade entre outros critérios. Contam como parte dos exercícios livres a subida e a descida do cavalo, além da forma como os exercícios em si são executados.
Há também apresentações por equipes, compostas por até oito atletas, sendo um reserva e sete titulares. Durante os obrigatórios, cada um realiza os mesmos exercícios individualmente em sequência, um após outro, sem intervalo. O objetivo é que a apresentação seja homogênea e que a equipe apresente um ritmo e nível global formando uma unidade.
Na apresentação livre, a equipe propõe exercícios que contam com até três atletas sobre o dorso do cavalo ao mesmo tempo. Todos participam da sequência e o cavalo não pode ficar vazio em momento algum. A apresentação pode ter um tema, mas isto não é compulsório, e tem um tempo máximo de duração. Os atletas em uma equipe se distinguem entre Flyers, Bases e Médios.
Flyers – indivíduos de pequeno porte, carregados e que fazem movimentos acrobáticos no ar, sem o contato direto com o cavalo. Bases – atletas que sustentam o movimento, apoio para o Flyer. Médio – de porte intermediário, exerce as duas funções acima em figuras de transição ou movimentos em dupla. Um Médio também sustenta o Base em um movimento em trio.
Olimpíadas e Jogos Equestres Mundiais
O Volteio, que junto com a Atrelagem e o Enduro, são esportes hípicos olímpicos, só esteve presente em Olimpíadas em 1920 na Bélgica. Por outro lado, todas essas modalidades – Salto, CCE, Adestramento, Enduro, Volteio, Atrelagem e Rédeas – integram o quadro dos Jogos Equestres Mundiais.
Aliás, os Jogos Equestres Mundiais são as Olimpíadas dos esportes esquestres, do mesmo modo, realizados de quatro em quatro anos. Com participantes do mundo inteiro, incluindo o Brasil, realiza provas de alto nível em todas as disciplinas equestres. Além disso, também de quatro em quatro anos, acontecem os Campeonatos Mundiais de Volteio. E anualmente o Campeonato Europeu.
A melhor colocação de uma equipe brasileira de Volteio em Jogos Equestres Mundiais foi em 2010, no Kentucky, Estados Unidos, sexta colocação. Nesta edição dos Jogos, o Brasil mostrou um volteio consistente e recebeu diversos elogios. Este foi o último resultado de expressão internacional pela equipe brasileira.
No individual, Flávia Themudo Guida obteve a melhor colocação por parte das mulheres, terminando em 14° lugar em Jerez de La Frontera em 2002. No masculino, Nicolas Martinez obteve a 11ª colocação no campeonato mundial de 2008.
Fonte: CBH, Revista Globo Rural, Wikipedia
Crédito das fotos: Divulgação/FEI
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