Locutor conta um pouco da sua história na profissional e externa seu amor por Barretos e a maior festa do peão da América Latina
Adriano Martins de Oliveira, 47 anos, nascido, criado e ainda morador da cidade de Barretos/SP, desde pequeno andava a cavalo no sitio do avô. Quando ele começou a frequentar os rodeios, a Festa do Peão de Barretos acontecia no Recinto Paulo de Lima Corrêa, dentro da cidade. Nessa época, Adriano – que virou do Vale por conta da região de Barretos que nasceu, Vale do Rio Grande – ouvia grandes nomes como Barra Mansa, Donizete Alves, narrando.
“Entrava no meu banheiro e ficava imitando eles. Mas o dia que eu resolvi ser locutor de rodeio foi quando vi o Asa Branca em 1991, já no Estádio de Rodeios, do Parque do Peão. Fiquei alucinado com o estilo de locução do Asa Branca e ele foi a minha inspiração para que começasse na profissão”, conta Adriano.
Com a ajuda de Gilberto Mega, falou em seu primeiro rodeio, na cidade de Passos/MG. Já sabia que era isso que queria fazer para o resto da vida. “Em 1992, eu narrei o qualify, o rodeio classificatório para o Internacional de Barretos, que existia no meio da semana. Mas eu conto como meu primeiro ano como profissional o ano de 1993, quando narrei o Rodeio Internacional”.
Adriano lembra que o Asa Branca estava preparado para descer na arena de pára-quedas. “Tem várias imagens dele assim e foi quando eu entrei também. Marcão Abud que me disse ‘vai lá e narra no Internacional’. Foi a minha primeira vez e de lá para cá não sai mais. São 27 anos como locutor do rodeio, 27 anos como locutor do Rodeio Internacional de Barretos, 27 anos como locutor da maior festa do peão da América Latina”.
Começar a carreira no rodeio de Barretos e ter essa festa como referência no currículo agregou muito para que ele seguisse de forma sólida. “Barretos é a vitrine, todo profissional quer competir naquela arena, assim como todo cantor sertanejo quer subir naquele palco. Sempre faço uma analogia, que todo jogador de futebol quer chegar à Seleção Brasileira, então todo profissional de rodeio quer poder um dia trabalhar em Barretos”.
E Barretos abriu as portas do mundo do rodeio para Adriano do Vale. “A festa de Barretos significa muito para mim, pois foi ela que me lançou para o Brasil inteiro, que me revelou”. Hoje são, em média, 30 rodeios por ano. Ele narrou em outras grandes festas como Jaguariúna, Guaxupé, Cajamar, Ribeirão Preto, entre outras. Cada uma, que ele tem orgulho imenso em fazer.
Como todos os locutores, Adriano tem vários bordões que já pegaram entre seus fãs. Para melhorar, se aprimorar, ele pensa muito em procurar saber o que o público quer ouvir. “Quais músicas, quais versos, se eles querem mais versos ou músicas. A galera da arquibancada é que interage com os locutores então temos que estar sempre inovando”.
O Adriano do Vale de hoje é bem mais calmo. “No primeiro ano, confesso, me deu uma dor de barriga danada. Foi uma emoção muito grande. Ainda sinto aquele friozinho na barriga, pelo amor à profissão que eu tenho, mas agora sabendo mais das coisas, bagagem maior para contar, repertorio maior para falar”.
Entre os fatos inusitados que ele já passou em todos esse anos, lembra de uma vez em 2003, quando resolver começar a narrar descendo para a rena por uma tirolesa. “Batia as costas no camarote pela forma que a corda estava montada e as pessoas achando que eu estava craque,fazendo efeitos enquanto descia, mas eu ia era dormir com as costas doendo todos os dias (risos)”. E como não podia deixar de ser, ele presenciou diversos momentos marcantes das arenas brasileiras. E entre os milhares que teria para contar, Adriano lembra do título de Kaique Pacheco na arena de Barretos.
“Um dos que me lembro muito é o título do Kaique Pacheco, quando toda a família dele entrou ma arena, foi uma emoção grande. Por esse e outros momentos, se tivesse que começar tudo de novo, começaria tudo de novo. Acho que não mudaria nada, mesmo com os erros”.
Quando ele começou, não existiam tantos locutores, mas ninguém o conhecia. Eu, Adriano ia nas comissões pedir para falar duas ou três montarias. Era a forma dele se fazer conhecido. Mas isso a Festa do Peão de Barretos e todo o seu profissionalismo deram para ele ao longo dos anos. “Só tenho que agradecer a todos, ao Clube Os Independentes por esses 27 anos. Agradecer ao Antenor Barcelos de Carvalho, ao Gilberto Mega, ao Marcos Abud e tantos outros. Sou sempre grato, estou muito feliz por comemorar tantos anos na arena de Barretos.”
A 64ª Festa do Peão Boiadeiro de Barretos acontece de 15 a 25 de agosto. Para saber mais, acesse: www.independentes.com.br.
Por Luciana Omena
Colaboração: Assessoria de Imprensa
Foto de chamada crédito André Monteiro, demais fotos arquivo pessoal