Foi o quarto ano que Gabriela Savio esteve na Colômbia, a convite da organização, para integrar esse time arrojado de mulheres de toda a América do Sul
Um final de semana onde as habilidades da mulher vaqueira foram colocadas à prova. De 16 a 19 de março aconteceu o 12° Concurso Mundial de La Mujer Vaquera, em Castilla La Nueva (e não em Villavicencio como nas demais edições), na Colômbia, com equipes de Estados Unidos, México, Costa Rica, Cuba, Panamá, Venezuela, Guatemala, Chile, Colômbia e Brasil. A primeira participação brasileira nessa competição foi com Fernanda Cavalheiro, em 2010 e 2011. Depois ficamos três anos sem representantes, até que a organização encontrou Gabriela Savio nas redes sociais. Desde 2015 ela vai ao evento para competir e ainda com a missão de selecionar meninas para o time do Brasil.
Todo evento é organizado pela Asociación de Rodeo y Vaquería Pura Sangre, tradicional no País, que busca retratar todas as habilidades da mulher vaqueira e, por consequência, faz uma homenagem a garra e a beleza de todas as cowgirls. O concurso exige habilidade nas provas Três Tambores, Seis Balizas e Laço. Mas já chegou a ter na programação Agilidade e Destreza e Tirar leite de vaca. As provas acontecem em uma arena chamada Colleo.
Gabi Savio, Karoline Rodrigues, Isadora Leira e Juliana Cristofoleti se prepararam para a disputa, treinaram aqui no Brasil, e avaliam como positiva a participação do Brasil. “Esse ano o evento aconteceu em outra cidade, Castilla, um pouco menor do que Villavicencio, mas com muito público! E, como sempre, todos foram muito receptivos com a nossa equipe. Tivemos muita dificuldade com os animais que nos deram, eram provas que eles não sabiam fazer. Já as colombianas correram com os próprios cavalos que treinam o ano todo para isso. Algumas meninas de outros países também, correm alguns anos no mesmo animal. Mas no geral conseguimos ir bem dentro dos limites dos animais”, conta Savio.
A maior dificuldade mesmo foram os cavalos. “Eles não obedeciam e eram bem duros, totalmente diferente dos nossos aqui. Para o próximo ano consegui o contato, e fizemos amizade, com a presidente da associação do Quarto de Milha da Colômbia e ela nos convidou para vir dias antes do evento, que vai nos emprestar bons cavalos e poderemos treinar com eles antes”.
Time Brasil no reconhecimento dos cavalosSem contar que as provas têm o percurso um pouco diferente. A pista é de Vaquejada, estreita e comprida, então os tambores são dispostos enfileirados e não de forma triangular. Na Baliza, são sete balizas e não seis como no Brasil. E a prova que vale mais pontos, a que decide o título, é o Laço. “As provas de Tambor e Baliza são feitas de forma simultânea, com duas competidoras ao mesmo tempo. Já no Laço, os bois são bem maiores do que os que costumamos laçar no Brasil”. As regras também impõem algumas dificuldades, como ter que realizar a laçada antes de uma linha marcada e delimitada, e segurar a corda na mão com o boi laçado até ultrapassá-la. Se o chapéu cair, perde a chance de pontuar. É um desafio e tanto para as brasileiras.
As campeãsAs campeãs foram três colombianas: Daniela Garzon Barreto, de Los Cumares – Cumaral, foi a campeã, tendo em segundo lugar Maria Luisa Botero Villa, da Asociacion Colombiana de Rodeo – Medellin (Antioquia), e Mariana Aguirre Vasquez, também da Asociacion Colombiana de Rodeo de Medellin, em terceiro. A melhor estrangeira foi Valeria Jimenez Zuñiga, da Costa Rica. E para o ano que vem, Gabi disse que volta. “Com certeza venho novamente. É um evento que não perco por nada! Faz com que superemos nossos limites e o país e as pessoas são maravilhosos. É um grande evento que vale a pena todo mundo conhecer”, finaliza ela do aeroporto voltando para casa. Ela segue direto para a etapa da ANTT no Rodeio de Colorado.
Por Luciana Omena
Fotos: cedidas e arquivo pessoal