Fabrício Alves: “Eu montava para ‘ser o cara’ e ganhar prêmios”

Peão participou da época ‘áurea’ do esporte no Brasil

Foi no final da década de 70 que a Montaria em Touros chegou ao Brasil. Como resultado, nomes como Sebastião Procópio, Salustiano Procópio, Vilmar Felipe, Adriano Moraes e tantos outros assinalaram a história desse esporte no país.

Antes de mais nada, brilhou também a estrela de Fabrício Alves, competidor profissional desde os 17 anos de idade. Sem dúvida, ele foi um dos melhores competidores de Montaria em Touros do país. Hoje aposentado, tornou-se ídolo após vencer, em 1992, o rodeio mais disputado de todos: a Festa do Peão Boiadeiro de Barretos.

Natural de Agudos/SP, Fabrício Alves cresceu mexendo com gado. De tal forma que o sonho de ser um competidor surgiu ainda menino, aos 15 anos de idade, através do Circo de Rodeio. “Eu fiquei apaixonado, aquilo me fez sonhar”, recorda ele. Foi então que decidiu que queria ser um profissional de montaria em touro.

“Antigamente, para montar em touro precisava de força, determinação e muita coragem.  E isso eu tinha de sobra”. Tinha tanto que levou o nome de Agudos para o mundo. Foram 25 anos de profissão no rodeio, uma carreira gloriosa. Sobretudo, que serve de referencia para muitos até hoje.

“Minha carreira foi brilhante, agradeço a todos que me deram apoio desde o início. Parar foi a decisão mais difícil da minha vida, mas foi planejado e na hora certa”.

Fabricio Alves: “Eu montava para me destacar”  Peão participou da época 'áurea' do esporte no Brasil
Foram duas finais mundiais no currículo para o brasileiro Fabrício Alves, um dos grandes ídolos do rodeio brasileiro

Carreira

Entre 16 e 17 anos de idade, Fabrício Alves conheceu a Cia de Rodeio Madrugada, do Sr. Carlos Roberto Garieri. Umas das primeiras – se não a primeira – boiada de rodeio do Brasil, onde começou a trabalhar.

“No começo, eu ia para os rodeios com a boiada. Desse modo, a rotina era cuidar dos touros pela manhã e descansar a tarde para montar a noite. Depois de um tempo, quando não estava mais com a boiada, eu fazia uma corrida de manhã e a noite ficava estudando os touros que iria montar”, recorda o ídolo das arenas.

Coragem não faltava, o menino magrinho ‘garrava nos touros’ e dificilmente caia. O primeiro carro ‘zero’ km, a premiação mais cobiçada do rodeio no Brasil, Fabrício conquistou no rodeio de Urupês/SP, em 1991. Inegavelmente, não parou mais de ganhar. “Teve um mês que ganhei quatro carros seguidos”.

Um ano depois, em 1992, venceu na arena mais famosa da América Latina: Barretos. Com o título, as portas as oportunidades se abriram muito mais para ele. Desde então, venceu em todos importantes rodeio, até carreira internacional ele fez. Nos Estados Unidos participou de duas finais do mundial.

Em prêmios, o competidor acumula: 42 carros, 43 motos, sete camionetes e ainda premiação em dinheiro. O que faz dele um recordista em prêmios.

Fabricio Alves: “Eu montava para me destacar”  Peão participou da época 'áurea' do esporte no Brasil

Bate-bola

– Se você estivesse montando hoje, estaria no Brasil ou nos Estados Unidos?
– “Nos Estados Unidos. É lá que está o dinheiro”.

– Um rodeio e um Touro?
– “Antigamente, o Rodeio de Barretos. E o Touro Silverado, do Paulo Emílio. Hoje, também o Rodeio de Barretos, só que escolheria o Touro Doce Amargo, da Cia de Rodeio Big Boi”.

– Por fim, um conselho para os que estão começando?
– “Precisa ter muito dedicação.”

Colaboração: Carla Prado
Crédito das fotos: Reprodução/Facebook

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