Mineiro pratica Bulldog e seu começo na modalidade passa por um desafio dos amigos. Hoje, o esporte é tudo para ele!
Jardel Henrique Santiago, 19 anos, é natural de Oliveira e mora, desde bem novo, em Divinópolis, ambas as cidades em Minas Gerais. Treina, desde que iniciou no Bulldog, no Rancho El Shaday, de propriedade dos gêmeos Marcos Niquito e Mateus Henrique. Seus treinadores, amigos e sua família no cavalo.
Como acontece em diversos casos, hoje tem o total apoio dos pais, José Evandro Santiago e Andréia Santiago, dos três irmãos, e da noiva, Yasmin Sani Tavares na prática do esporte. Sempre teve o sonho de montar e lidar com cavalos. Aprendeu meio na raça, escondido da família.
Mas, assim que teve a oportunidade de passar a ter contato diário com os esportes equestres e com os cavalos, Jardel Henrique não perdeu tempo! Sua história é a personificação da amizade que existe entre os buldogueiros de Minas. O portal Cavalus conversou com ele, confira!
Como foi seu primeiro contato com cavalos?
Jardel: Meu primeiro contato com cavalos foi em Oliveira no ano de 2007. Eu tinha 7 anos e sempre tive paixão por cavalos. Próximo a minha casa existia uma pista de motos, na qual ficava um cavalo. Como sempre tive vontade de montar, porém ser ter condições de ter e manter um animal, eu ia escondido até essa pista,
Aprendi a montar na raça mesmo, pois ninguém podia saber que eu estava fazendo isso. Então, não tinha ninguém para me ensinar. Mas logo nos mudamos para Divinópolis e conheci o Devanir, um treinador de Laço que trabalhava no Rancho Daldegan.
Portanto, eu comecei a ajudá-lo quase todos os dias, em tudo, e ele me ensinou a laçar e a lidar com cavalos.
Nesse meio tempo eu também conheci o Bulldog, através do Nivio Alves Daldegan, proprietário do rancho.
Então já passou a competir no Bulldog também?
Jardel: Meu contato maior com o Bulldog foi através dos gêmeos, Marcos e Mateus Rodrigues de Souza quando eles fundaram o Rancho El Shaday. Passei a ir ajudar nos treinos e certo dia, próximo ao rodeio de Arcos/MG, eles me desafiaram. Sem eu nunca ter descido em um boi eles me disseram que se eu acertasse a descida eles pagavam a minha inscrição.
Como a vontade de praticar este esporte e ir para este rodeio eram grandes e eu não tinha condições financeiras, simplesmente aceitei. Subi em cima do cavalo, fui para o brete, pedi o boi e fiz tudo certinho. Ganhei a inscrição e fui ao rodeio,
Essa foi sua primeira prova de Bulldog?
Jardel: Sim, no rodeio de Arcos/MG, no mês de julho do ano de 2014. Montei o cavalo Garimpo, ate então de propriedade do competidor Paulo Fernando ‘Galudo’. Era um cavalo extremamente calmo e fácil de montar e eu tinha 14 anos. Fiquei em quarto lugar. Mas eu já tinha competido no Laço de Bezerro, um ano antes, no rodeio de Claudio/MG, no cavalo Pep.
Então já praticou outras modalidades?
Jardel: Já pratiquei sim! Comecei pelo Laço de Bezerro no Rancho Daldegan. E já montei em touros também, outra modalidade de extrema adrenalina que gosto muito, mas que hoje depois de um acidente não faz mais parte da minha vida.
Você ganhou seu primeiro rodeio aos 14 anos, conta essa historia.
Jardel: Verdade, meu primeiro rodeio no Bulldog eu ganhei aos 14 anos, oito meses depois de ter iniciado a prática do esporte. Foi campeão na categoria Iniciante, mais no ranking geral, entre os profissionais, fiquei em terceiro lugar.
Foi um resultado que me fez destacar no meio dos competidores. Sobretudo, porque foi um rodeio bem difícil, pois choveu. A pista não estava em grandes condições. Então, a sensação foi maravilhosa! Ganhar um rodeio sendo tão novo e ainda conseguir uma colocação boa entre os profissionais. Sem dúvida, foi espetacular!
Como é seu dia a dia hoje e os principais títulos?
Jardel: Meu dia a dia é dividido entre meu trabalho e minha paixão pelo Bulldog, o qual treino sempre que possível. Sou campeão Iniciante Rancho Fenix 2015, campeão Expo Cajuru 2018, vice-campeão Expo Claudio 2017. Só que o mais importante para mim é o de campeão da Expo Claudio 2015.
Veja outras matérias sobre Bulldog no portal Cavalus
Conta para nós um momento que marcou sua carreira no cavalo até hoje?
Jardel: Foi, sem dúvida, quando ganhei a Expo Claudio em 2015, Foi no mesmo ano que ganhei o Rancho Fênix. Um rodeio de grandes provações para mim, pois só tinha a metade do dinheuro para a inscrição, então não sabia se iria conseguir correr. Só que quando Deus quer nada atrapalha e graças a um anjo chamado Kamila Amaral, que me emprestou o dinheiro e me deu o maior apoio e confiança, consegui participar.
Acabei representando sozinho Rancho El Shaday e só tenho a agradecer a confiança que o Marcos e o Mateus tiveram em mim. Graças a Nossa Senhora Aparecida a vitoria foi concedida e a minha felicidade foi enorme, não tenho como explicar.
Acima de tudo, estar lado a lado com meus ídolos na modalidade. Não há dinheiro que pague, foi melhor que ganhar na mega sena! Inesperadamente, recebi elogios da Kamila, fiquei sem voz e meus olhos encheram de água. Só tenho gratidão a ela e aos meus treinadores Marcos Niquito e Mateus Henrique, que me acompanham e são minha família.
Tem um cavalo especial para sua carreira?
Jardel: Tenho sim, na verdade tenho dois: o Spirit Storm e a Sweet Gamay. Foram os cavalos que ganhei os dois rodeios em 2015. Só que a Sweet é a mais especial! Ela é sensacional, sempre ajuda o cavaleiro a dar tempo bom. Ao mesmo tempo que passa adrenalina para gente! E para ela não tem boi perdido, muito raçuda. E foi com a Sweet que ganhei a Expo Claudio.
Como você vê essa retomada da Associação Nacional de Bulldog?
Jardel: Eu vejo a ANB retornando mais forte que nunca! Os competidores estão crescendo no esporte, assim como os adeptos da modalidade os animais cada vez mais preparados. Da mesma forma as boiadas mais selecionadas e rodeios abrindo espaço para a modalidade.
A ANB está revolucionando o olhar das pessoas para o Bulldog, mostrando a nossa paixão pelos animais e o nosso cuidado com eles.
Para finalizar, nos conte o que o Bulldog e o esporte equestre representam para você?
Jardel: O Bulldog para mim é tudo que eu sou! É o que me faz bem, é o que eu melhor sei fazer. Nunca tive um cavalo meu para competir, mais sempre tive amigos que na minha caminhada nunca se negaram a me ajudar e sou extremamente grato a eles. E minha noiva, que não mede esforços para estar ao meu lado. O Bulldog trouxe para minha vida sé coisas boas e uma delas é a família que tenho hoje. A família El Shaday. Em resumo, o Bulldog para mim é GRATIDÃO.
Por Luciana Omena
Colaboração e Fotos: Yasmin Sani