Hoje vice-líder do ranking de rodeios geral em ganhos, pelo Semanal Três Tambores, ela vem tendo uma temporada espetacular
A paranaense Pamella Pinheiro é um dos nomes fortes dos Três Tambores no rodeio brasileiro hoje. Aos 26 anos, ela é natural de Londrina, mas hoje mora em Jaguapitã, onde treina no CT Freitas. Sua família é envolvida pela mesma paixão que a motiva: os cavalos. Ela se dedica ao Tambor, mas também já fez Hipismo.
Seu pai, Juarez de Jesus, 58 anos, sua mãe, Maria Aparecida Pinheiro de Jesus, 53 anos, a irmã, Luzia Pinheiro de Jesus, 30 anos, que também compete e se inspirou nela para começar, o marido Divan Dias Freitas, 28 anos, seu treinador, e o filho de três anos, Pedro Pinheiro Freitas. São todos seus incentivadores e maiores fãs.
Confira a entrevista!
Como começou?
Pamella: Foi aos seis anos mais ou menos, na cidade de Formosa do Oeste/PR. Era lá que meus avós moravam. No sítio deles, tinha um cavalo e eu ficava apaixonada em ver minha prima andando. Achava ela muito vaqueira e comecei a montar. Já não era só uma voltinha, ficava horas cavalgando. Passava todos os dias das férias da escola no sítio só por causa dos cavalos.
E quando se deu a primeira prova?
Pamella: Minha primeira prova nos Três Tambores foi em 2011, em Maringá/PR, no campeonato da APCQM – Associação Paranaense dos Criadores do Cavalo Quarto de Milha. Fiz com um cavalo do meu primeiro treinador, Décio Pereira, que se chamava XR.
Porque escolher os Três Tambores e não outro esporte a cavalo?
Pamella: Escolhi os Três Tambores pela adrenalina, emoção. Pela sintonia que criamos com os nossos animais. Também pela dedicação e fé que temos que ter para tudo dar certo.
Lembra o momento que pensou: quero fazer isso para o resto da vida!?
Pamella: Sim! Fui em uma cavalgada linda que tem da Expo Londrina. E tinham várias competidoras no desfile. Fiquei deslumbrada. Meu primo, Paulo Pinheiro, me apresentou o treinador Décio Pereira. Conversamos e na segunda-feira já estava treinando. De lá para cá não enxergo mais minha vida sem o esporte.
Tem alguém que admira?
Pamella: Sim! Sou fã dos treinadores Divan Freitas e José Martins. São duas pessoas com visões incríveis. E como amazonas, acho vaqueiríssimas a Laraiza Lazarini e a Leila Marisa.
Como é o seu dia a dia hoje?
Pamella: Treino todos os dias e o dia todo. Me dedico integralmente aos cavalos. Escolho os rodeios que vou correr pela premiação. Pesquiso sobre a pista e depois estudo qual o cavalo vai se encaixar melhor.
Quem treina seus cavalos e como você procurou aprender mais e mais sobre a modalidade?
Pamella: Quem treina meus cavalos é meu marido, Dirvan Freitas. Aprendi, e ainda aprendo, muito com ele. Sempre digo que ele me lapidou. E sempre busco aprender mais e mais. Porque cavalo é uma caixinha de surpresas, todos os dias eles nos ensinam algo novo.
Principais títulos:
Pamella: Campeã Colorado – ANTT 2018; campeã Expo Londrina; campeã Expo Umuarama; duas vezes eleita Melhor Competidora de Rodeio do Paraná (Prêmio Melhores do Rodeio Paranaense); sete motos como prêmio. Ganhei, recentemente, um dos principais campeonatos de Três Tambores que tem nas arenas do Paraná, o CPRTT, que deu de prêmio um carro ‘zero’ km na final. E também lidero o CNR, que a final será no fim do ano. E estou em segundo lugar no ranking nacional do Semanal Três Tambores.
Tem algum título que ainda não conquistou e quer muito?
Pamella: Com certeza, Barretos! Quem não almeja esse título? (risos)
Qual prova te marcou mais até hoje?
Pamella: Sem dúvida foi Colorado. Porque vi o mover de Deus acontecer para que tudo desse certo. Ganhar um rodeio desse porte foi muito emocionante! Derrubei o tambor na primeira noite e consegui a classificação para a final somente no sábado, em segundo lugar na média. Na final, meu tempo foi melhor do que a Ana Carolina Cardozo, que liderava, e eu passei a estar em primeiro. Tive que aguardar até as últimas passadas para confirmar o título. No galope da vitória, entrei na arena chorando bastante.
Em Colorado/PRTem um cavalo especial na sua vida?
Pamella: Sim! E ele é mais que especial, meu atual companheiro de rodeios, Jay Peppy Bee.
Você hoje é um dos destaques do Paraná, como se sente em relação a isso?
Pamella: Sempre apresentei os meus sonhos para Deus. E hoje vejo ele dizendo sim!!! Sinto que Deus tem aberto portas e estou agarrando com as duas mãos. A cada título conquistado, eu coloco o dobro de fé e dedicação.
Quando engravidou, ficou um tempo sem montar. Como foi esse período?
Pamella: Depois que o Pedro nasceu, eu deveria ficar ainda uns 60 dias sem montar, mas quando faltavam dez dias eu voltei. Voltei devagar, porque tudo parecia fora de lugar, mas aos poucos fui firmando novamente. Minha rotina não mudou muito com a chegada do Pedro. Meu marido e minha família me ajudaram muito. A parte mais complicada eram as viagens no começo, mas sempre tive alguém para me ajudar. Minha mãe e minha irmã foram essenciais também nesse período, se não fosse por elas não sei como seria. Mas hoje já está mais fácil, o Pedro tem três anos, é uma criança maravilhosa e se adapta a qualquer ambiente, ele ama ir as provas.
Campeã de Colorado 2018Viver exclusivamente dos Três Tambores, das premiações que ganha, leva a você uma pressão a mais?
Pamella: Por só me dedicar a essa profissão, me sinto um pouco na obrigação de ir bem. A prática dos Três Tambores no Brasil é bem complicada, viver do sonho nem sempre é fácil, mas Deus abre as portas na hora certa e tudo tem sido maravilhoso. E contamos também com a ajuda dos patrocinadores e parceiros, que colaboram para que eu possa ir atrás desses sonhos sempre.
Colaboração: Abner Henrique/Agência PrimeComm
Fotos: Rodolfo Lesse