Queima do alho honra a tradição no rodeio de Barretos

São anos de história e anualmente milhares de pessoas participam do encontro que traz comida típica e diversão

Todo ano a tradicional Queima do Alho acontece durante a Festa do Peão Boiadeiro de Barretos, relembrando os velhos tempos em que os peões de boiadeiro se reuniam, cozinhavam no caminho. E, até hoje, a história é lembrada por meio do prato típico. Durante a festa, os visitantes conhecem um pouco sobre a tradição, a comida e ainda se divertem com o concurso que escolhe o melhor prato.

O prato criado pelos peões de boiadeiro é preservado pela Festa do Peão de Barretos. Mais antigo concurso do país, realizado desde 1956, reúne comitivas que disputam o título de prato mais saboroso e fiel às raízes. Os peões de boiadeiro deixaram para as futuras gerações mais do que o caminho do desenvolvimento. Deixaram sua cultura e culinária como herança em especial para o interior de São Paulo.

O encontro está marcado para o dia 18 de agosto, no Rancho Ponto de Pouso, localizado no Parque do Peão. Comitivas de diversas partes do Brasil disputam o título do melhor prato. O cardápio composto por arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca e carne na chapa também será servido nos dias 17, 24 e 25, no almoço das 12 às 15 horas, já nos dias 17, 18, 23 e 24 o prato será para o jantar das 19 às 22 horas.

Foto: André Monteiro

Os ingressos que são vendidos no local com uma hora de antecedência serão no valor de R$ 40 reais por pessoa, para consumação à vontade. Crianças com até dez anos de idade não pagam. Para a classificação dos melhores pratos, o concurso que é exclusivo para convidados, terá um corpo de jurados que provam e votam nas melhores preparações, avaliando a fidelidade ao sabor e aos costumes de cada comitiva.

Além da comida que já relembra a tradição, toda a parte estrutural e decorativa é feita com foco nas raízes sertanejas. Durante a festa, os turistas podem conhecer os apetrechos utilizados antigamente para o preparo da comida dos tropeiros, uma legítima ‘venda’ montada no local, além do berrante e muitos atrativos que marcam até hoje, a história vivida nas estradas.

A ideia é cozinhar no fogão a lenha, improvisado no chão, sem panelas de inox ou travessas de vidro. Tudo é preparado como na época em que os tropeiros viajavam longas distâncias para vender os bois e comiam à beira da estrada. Quando iam preparar a comida diziam ‘vou queimar o alho’, e assim o cardápio ganhou nome e fama. Não é permitido usar azeite ou temperos sofisticados. Os pratos são preparados apenas com alho, pimenta, sal e banha de porco.

Queima do alho
Foto: Alfredo Risk/G1

Curiosidades

A montaria em cavalo, estilo cutiano, também foi um costume que nasceu entre as tropas e virou competição oficial. Enquanto descansavam entre uma viagem e outra, os peões domavam os cavalos e assim foi se fortalecendo essa prática que virou modalidade esportiva.  

Como viviam pelas estradas a alimentação tinha que ser forte, para que os peões resistissem com saúde tanto tempo fora de casa, e também prática, para que os produtos pudessem ser carregados nas bruacas caixotes de madeira que eram carregadas pelos animais.

O que foi criado por necessidade tornou-se patrimônio cultural imaterial e sua tradição é mantida em especial pela Festa de Barretos. Ao ouvir o som do berrante, todo mundo já sabe: a comida vai ser servida! A Festa do Peão Boiadeiro de Barretos de 2019 acontece de 15 a 25 de agosto. Para mais informações, clique aqui.

Por Camila Furtado
Fonte: Os Independentes e G1
Foto de chamada, crédito: André Monteiro/Os Independentes

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