Lenda dos rodeios internacionais, o brasileiro Silvano Alves anunciou sua aposentadoria das arenas. Foi durante a abertura da etapa decisiva da PBR Team Series, em Las Vegas (EUA). O peão encerra uma carreira vitoriosa em competições no Brasil e no exterior. Sua habilidade, técnica refinada e coragem foram fundamentais para popularizar o esporte no Brasil e inspirar uma nova geração de peões.
A aposentadoria de Silvano Alves foi um momento de grande emoção, em Las Vegas. Ele agradeceu a todos que o apoiaram ao longo dos anos, família, fãs e patrocinadores. “Cada montaria foi uma lição e uma oportunidade de aprender. Estou saindo do esporte, mas levarei cada momento comigo”, declarou o atleta, que, na Team Series, representa a equipe do Nashville Stampede.
Na competição individual da divisão de elite da PBR – vencida, nesta temporada, por outro brasileiro, Cássio Dias Barbosa – Silvano terminou em 22º lugar na classificação geral, com 288,5 ponto no total de suas montarias e US$ 49.025 em premiações.
Em postagem nas redes sociais, a PBR fez uma homenagem Silvano Alves, chamando-o de “verdadeira lenda” do esporte.
Campeão mundial da PBR em 2018, o brasileiro Kaique Pacheco postou um vídeo, falando em inglês, reverenciando Silvano Alves. Pacheco disse agradecer a Deus pela oportunidade de tê-lo conhecido, o que era um sonho.
“Ele se tornou um dos meus melhores amigos e parte da minha família. E me ajudou muito ao longo da minha carreira. Obrigado e vou sentir sua falta”, disse.
Quem é Silvano Alves
Silvano Alves nasceu em Pilar do Sul (SP). Filho de um peão profissional e neto de um pecuarista, disse que aprendeu a montar sozinho, assistindo a vídeos e indo a rodeios regionais. Sua estreia em rodeios internacionais de PBR foi em 2010, em Nampa, em Idaho. Ele dominou os quatro touros que montou e venceu a etapa.
Naquele ano, foi considerado o melhor estreante da categoria e teve um impressionante percentual de aproveitamento de 69% nas montarias. Um ano depois, ganhou o primeiro título. No ano seguinte, repetiu. Em 2014, levou o terceiro mundial.
Seus três títulos mundiais igualam o feito conseguido apenas por outro brasileiro: Adriano Moraes, considerado o peão que abriu as portas das arenas americanas para os peões do Brasil.
Ao longo da carreira, Alves contabilizou mais de mil montarias na divisão de elite da PBR, e parou nos touros 776 vezes. Venceu 39 eventos da liga e conquistou US$ 6,71 milhões em prêmios, a segunda maior marca da história, atrás apenas do americano JB Mauney, com US$ 7,41 milhões em premiações.
Em 19 de maio deste ano, Alves deu o primeiro indicativo de que poderia se aposentar neste ano. Anunciou que não mais disputaria o mundial individual da PBR. Seu último duelo foi contra Ghost Face. Ela parou os oito segundos sobre o animal e conquistou uma nota 85,5, no mesmo dia em que Cássio Dias Barbosa sagrou-se campeão mundial pela primeira vez.
“Agradeço a carreira que Deus me deu e todas as boas lembranças de todas as provas aqui. Estou muito feliz por ter feito mais uma boa final. Continuo na Team Series (campeonato de equipes), mas este ano é minha última final e terminei muito bem, como queria, com uma ótima mintaria. Obrigado aos meus patrocinadores, à PBR e a todos que acompanham Silvano Alves até o fim”, disse, na ocasião, em entrevista à CBS Sports.
Neste fim de semana, ele encerra também sua trajetória na PBR Team Series, aposentando-se de vez. A competição por equipes também lhe trouxe mais uma marca na carreira: com o Nashville Stampede, conquistou o campeonato de 2022.
Sua habilidade, técnica refinada e coragem no touro foram fundamentais para popularizar o esporte no Brasil e inspirar uma nova geração de peões. Sua trajetória na PBR, marcada por resiliência e talento, deixa um legado duradouro. Seu impacto no esporte será sentido por muitos anos.
Fonte: Globo Rural
Imagens: Reprodução/Instagram
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