A paixão pelos cavalos o fez comprar um haras, quando se deu conta já estava realizando provas
De uma pequena pista, que comprou despretensiosamente, o empresário José Roberto de Souza, mais conhecido no meio equestre como Roberto Sulera, construiu uma estrutura considerada hoje Meca do Laço do Brasil. Natural da cidade de Macedônia/SP, atualmente reside em Bálsamo, onde construiu o Haras Sulera.
Ele sempre foi apaixonado por cavalos e através seu amigo Chicão conheceu o laço e a partir começou a competir, montou seu haras e hoje é um dos melhores lugares do Brasil para realizar provas de Laço. Conheça sua trajetória na entrevista abaixo!
Como começou a sua história com meio equestre?
Roberto Sulera: Sempre fui apaixonado por cavalos, e em 2002 surgiu a oportunidade de comprar um haras, foi aí que comecei a criar. E por volta de 2009/2010 era muito amigo do Chicão e ele fazia provas de laço e sempre comentava comigo. Foi aí que decidir fazer no haras uma pista de laço, comecei a treinar e competir. E nós íamos a várias provas juntos.
No haras, qual se plantel hoje e seus principais animais de pista?
Roberto Sulera: Tenho em torno de 70 animais, trabalho com cria, recria e doma, tudo voltado para laço, mas tenho três animais de Tambor, esporte que também gosto muito. Os meus cavalos de competição são Colt, Sr. Jay e a égua Detinha.
Qual sua posição no Laço em Dupla e quais seus principais títulos?
Roberto Sulera: Laço Cabeça sou handcap 1,5. Já conquistei alguns títulos, destaque para: campeão Rodeio Country Bulls, campeão Expo Fernandópolis, campeão e 3º lugar no Rodeio de Balsamo, campeão e reservado na 32ª Festa do Cavalo em Colina, campeão Team Roping dos Campeões em 2016 ganhando um trailer, campeão da prova no Rancho Colorado/GO em 2017, e mais dez motos de premiação em outras provas.
Como você vê o Laço em Dupla hoje no Brasil?
Roberto Sulera: Adoro todos os esportes equestres, mas o Laço em Dupla é minha paixão e é único esporte que pratico, todo fim de semana estou em prova. É uma modalidade que só cresce, tem muita prova no Brasil todo, ainda não é possível mensurar com exatidão, mas se isso for feito, com certeza é o maior esporte que temos hoje.
Por conta de estar envolvido com o laço, transformou seu haras em um grande lugar para eventos. Conte um pouco sobre o projeto do Haras Sulera.
Roberto Sulera: Já fazia nove anos que eu tinha o haras, e fazia umas provinhas. Em 2013 tinha um projeto para cobrir a pista, então em dezembro fiz a última prova com a pista descoberta e em 2014 inaugurei a pista coberta com um Rodeio Beneficente em prol ao Hospital de Câncer de Barretos.
Em 2015 lançamos o Campeonato Paulista de Team Roping. Era para ser eu, o Chicão e o Marco Felício, mas o Chicão faleceu em janeiro. Então eu e o Marco demos sequência e montamos o Campeonato. Estamos no quarto ano consecutivo e já passaram por aqui em mais de dez mil inscrições. Com o sucesso do CPTR comecei a investir e estruturar cada vez mais o haras para receber com o máximo de conforto os laçadores e os animais.
Qual a estrutura do Haras Sulera?
Roberto Sulera: O Haras conta com uma estrutura completa para receber eventos de várias modalidades. Uma pista de 140 x 46 metros e mais 15 m de curral tudo coberto, 26 baias de alvenaria, 600m² para restaurante, área para público para três mil pessoas, camping com capacidade para 240 trailers/caminhão com ponto agua e luz, e em outro terreno mais 40 vagas, vestiário feminino e masculino.
Quantas provas por ano são realizadas no Haras?
Roberto Sulera: Só no primeiro semestre desse ano já tem 14 eventos agendados, sendo quatro etapas CPTR, as etapas do Tambor e agora Laço Técnico. Primeiro ano fazendo junto com Paulo Ferraz, classificando para a Copa dos Campeões ABQM. Acredito que vamos chegar a 20 eventos até o fim do ano.
Como organizador de provas e laçador, qual o maior desafio para montar um evento?
Roberto Sulera: Acredito que é manter tudo no equilíbrio. Hoje envolve muita coisa realizar uma prova, em especial de laço. Temos que pensar no bem-estar animal do gado, ter um lugar para eles com manejo adequado. Para os competidores uma boa estrutura de camping. Na competição, seguir um regulamento e cumprir os horários é fundamental, acredito que assim consiga fazer uma prova/evento com seriedade.
Para finalizar, quais seus projetos para o Haras Sulera?
Roberto Sulera: Nosso projeto é sempre melhorar cada vez mais a estrutura para os competidores de modo geral. Por ser também competidor vou vendo as necessidades e dificuldades e aos poucos vamos adequando. Quero também construir mais algumas baias de alvenaria, pois as provas de tambor demandam bastante.
Por Verônica Formigoni
Fotos: Marilza Barros