O CPLD foi o primeiro campeonato a fomentar as provas de cavalete e hoje vemos grandes jovens laçadores com boas premiações que saíram de lá
A Prova do Cavalete no Campeonato Paranaense de Laço em Dupla já virou uma tradição. A cada etapa, as crianças já se preparam para as disputas, na maioria das vezes seguindo os passos dos pais que vão para laçar.
Futuros laçadores com seus prêmios“O cavalete começou quando amigos americanos, que nos ajudaram muito no começo do CPLD, Gary Poythress e sua esposa Jean, vieram pela primeira vez ao Brasil conhecer o nosso Campeonato. Eles perguntaram se fazíamos e eu não sabia como era. Isso foi em 2010”, lembra Felipe Monteiro, diretor da CPLD.
Então, Jean explicou a ele e aos demais diretores que era algo que servia para incentivar as crianças. “Na etapa seguinte, eles trouxeram corda, três fivelas da Gist para premiação e reunimos muitas crianças. E quem ganhou uma dessas fivelas foi o Pedro Cardia, que hoje laça provas no amador”.
Jean Poythress lembra como foi esse seu primeiro contato com a família do Laço no Brasil. “Nós nos apaixonamos pelo país, as pessoas e, especialmente, pelos laçadores. Uma diferença que vi entre o Team Roping no Brasil e o que é praticado nos Estados Unidos é o público. Muitas famílias juntas nas arquibancadas, mas nenhuma das crianças tinha uma corda nas mãos”, conta.
Ela lembra que não via crianças competindo na arena, então questionou Felipe quando o ‘Dummy Roping’ iria começar e ele respondeu que no Brasil não tinha essa categoria. “Então nós decidimos encomendar algumas fivelas da Gist e um ‘manequim’ ou ‘dummy’ de boizinho de laçar. Levamos em nossa segunda visita ao Brasil, em uma das etapas do CPLD”.
Ela conta que também trouxe cordas para crianças, cordas antigas de cabeça e luvas. “Já no evento, antes do ‘Dummy Roping’, eu andei pela pista chamando as crianças, inclusive as meninas. Eu me lembro que Tiago Proença e Pedro Cardia me ajudaram muito nessa missão. Foram dedicados. Muitos do que aceitaram o convite seguraram uma corda de laço pela primeira vez!”.
Laçando no ‘dummy’E foi assim que se deu início ao ‘Cowboys do Futuro’. Foi um sucesso esmagador! “Fiquei muito orgulhosa de ver uma garota que eu havia ensinado como manusear a corda ganhar um dos prêmios. Ilson Romanelli comprou bicicletas no dia seguinte. Agora, quase todas as boas provas de Team Roping no Brasil têm a categoria ‘Cowboys do Futuro’ ou Kids”, lembra Jean.
Nos dias de hoje, o responsável pela a organização da Prova do Cavalete no CPLD é Eduardo Baltazar da Silva. Ele ainda lembra que no começo era mais uma forma de entretenimento para as crianças que ficavam ociosas durante a prova. É uma forma deles estarem em contato com o esporte e os profissionais.
“A ideia inicial era que os profissionais participassem em um período com eles, dessem umas dicas, autógrafo, mas com o passar tempo, as crianças foram despertando esse espirito de competição. Começaram a treinar e se aperfeiçoar. Hoje em dia eles se preparam para as etapas, os pais estimulam e vem até torcida”, detalha Baltazar.
Vários nomes de competidores de hoje em categorias normais começaram no cavalete: João Vitor Soares, Thiago Proença, Murilo Moreno, João Vitor Miranda, Pedro e Neto Cardia, entre tantos outros.
Pedro CardiaPedro Henrique Napoli Cardia foi um dos primeiros a ganhar fivela ainda criança. Em 2010, na época com 11 anos de idade. Hoje ele laça cabeça no Handicap 2 e Pé também no 2. “Tudo começou no Cavalete. Meu pai já laçava e eu acompanhava buscando aprender. Desde pequeno já tinha o amor por cavalos e pelo esporte, praticando seguindo o pai”, relata Pedro.
Na época, ganhar essa fivela foi um sonho para o laçador em formação. “Foi minha primeira, além de ser uma fivela que todos competidores sonhavam em ganhar, no CPLD. As provas do cavalete me incentivavam bastante e desde pequeno aprendi a ganhar e também a perder”, recorda Pedro, hoje com 19 anos.
Com o fortalecimento, tornou-se CPLD Mirim, acontecendo durante as etapas oficiais do CPLD, dividida em três categorias: de 0 a 5 anos, 6 a 8 anos e de 9 a 12. A premiação é fixa em todas as etapas, de bicicletas, fivela a brindes dos patrocinadores CPLD.
“As etapas mais movimentadas são a primeira e a última, com uma média de 50 crianças participando entre todas as categorias. É bonito de ver a determinação deles, são focados em busca do título”, expõe Baltazar.
Felipe Monteiro ressalta que essa é a base do esporte. Que quando ele começou, as coisas eram mais simples e não haviam tantos incentivos. Hoje, as empresas veem isso como um fomento também para o mercado.
Meninas já começando tambéma se aventurar no laço
“Quando comecei, só tinha aqueles cavaletinhos de madeira pequeninho e cordinha de nylon de amarrar carga. A gente fazia uma serigola e colocava um esparadrapo. É muito bom ver como tudo evoluiu. E o legal que a primeira geração que está começando a laçar e que veio do cavalete, aprendeu do jeito certo”, reforça Felipe.
Outra coisa que é importante ressaltar é o ambiente saudável do Laço e a convivência desde pequeno da criançada com tudo. Entrando na abertura com os pais, se preparando para uma competição desde cedo.
“O nível do laço vai melhorar justamente porque essas crianças começaram a ter intimidade com a corda muito cedo. E alguns tem até os macetes, pedem outro boi no cavalete, já sabem arrumar parceiro e isso só vai evoluir”.
O CPLD em todos os projetos sempre teve o apoio dos patrocinadores que acreditam também no futuro do esporte. “Os nossos patrocinadores nos ajudaram muito e apoiaram essa prova: Classic, Cactus e agora a Power. Nosso novo patrocinador também, a American Hat, já se dispôs a ajudar também. Agradeço imensamente a todos por acreditarem em nossas ideias”, finaliza Felipe Monteiro.
Por Verônica Formigoni
Foto: Cedidas