Lelo, como é conhecido no cavalo e do Laço Individual, tem contato com o meio desde que nasceu
Marco Aurélio Pereira Filho, 31, é natural de São João da Boa Vista/SP. Região bastante forte no cavalo, assim como no Laço Individual. Mas Lelo, como é conhecido no meio, mora há 20 anos em Jaguariúna/SP. Entre suas lembranças de família, sua mãe conta que seu primeiro presente quando bebê foi uma sela para cavalo em vez de um berço.
Com toda a certeza, um empurrãozinho do destino para que ele se tornasse o profissional que é hoje no Laço Individual. A saber, entre seus principais títulos, Lelo é campeão Nacional ABQM Jovem, Amador e Aberta. Assim como foi campeão da segunda etapa da PRO Tie Down Roping e campeão CRLI.
O laçador e treinador é formado em medicina veterinária pela Uni FAJ. Pensando no fomento do esporte e dos profissionais, é ainda um dos idealizadores da PRO Tie Down Roping. Conversamos com ele, confira!
Como tudo começou
“Era um bebê, literalmente, quando tive meu primeiro contato com cavalos. Meu pai, apesar de não ter praticado nenhuma modalidade, sempre foi um grande incentivador do Laço Individual e em Dupla. E, na época, minha mãe diz que meu primeiro presente de nascido foi uma sela e não um berço.
Assim sendo, comecei a montar na chácara do meu pai, em Vargem Grande do Sul/SP. Aos 5 anos já participava de alguma provinhas de Tambor e Baliza. Estar no meio com meu cavalo aconteceu de forma bastante natural. Então, percebi que eu sempre queria fazer aquilo [estar nas provas].”
Laço Individual
“Minha paixão sempre foi o Laço. Contudo, no começo, por não ter tamanho, não ter a destreza de dominar a corda e o cavalo, fiz um pouco de Tambor e Baliza. Mais sempre treinando para ser laçador.
Sem dúvida, o laço me conquistou desde o primeiro dia que conheci. Na verdade sempre fui um laçador, vivia com a corda na mão. Laçava tudo e todos (risos), inclusive levava a corda para a escola como meu brinquedo favorito.
Não me recordo bem da primeira prova. Mas lembro bastante dessa época. Meus pais organizavam e fomentavam o esporte na região de São João. Então, eu e meu irmão vivemos naquele meio desde sempre. Crescemos assim por toda nossa infância, e se pudesse repetiria tudo de novo.
O esporte equestre é tão presente, que além do meu dia a dia com o Laço Individual, também pratico Laço em Dupla nas horas vagas”.
Profissão
“Sempre soube que queria laçar profissionalmente. Mesmo tendo feito faculdade e outras coisas, o foco sempre foi fazer algo para agregar na profissão como treinador de Laço Individual.
Assim, treinar cavalos veio como consequência de tentar ter bons cavalos para laçar. Nunca tivemos dinheiro para comprar o melhor cavalo. Então, além de laçar começamos a treinar para ter bons cavalos e competir.
Portanto, a decisão de seguir essa profissão acredito que está comigo desde sempre. Nunca foi um sonho, mais sim um objetivo de vida. Em resumo, para mim não existia outra alternativa a não ser levar essa vida.
Meu maior desafio, com toda a certeza, é manter o foco. Apesar de ser eu ter o maior prazer na profissão, tive que privar de muitas coisas durante a vida. Tudo isso como resultado de dedicação e aperfeiçoamento diários.
Uma das coisas que me faz perder o sono são os erros. Por mais que sejam inevitáveis, saber que você está para ganhar uma prova e cometer um erro bagunça a cabeça. Manter a cabeça no lugar sempre é um grande desafio.
Inegavelmente, sou realizado em poder fazer o que eu quis quando criança. Amo laçar, amo competir e isso que me faz acordar, fazer exercícios, comer certo, preservar o corpo para poder competir e prolongar minha carreira.”
Competidor
“Hoje monto bons cavalos. A Sweet Lassie chegou e muitos duvidavam. Com ela fui campeão Nacional ABQM Aberta com 19 anos. Com o Doctor Roosters, trabalhei junto com meu irmão e o tornamos um dos melhores do país. Também monto VPF Pop Fever, campeã Potro do Futuro ANLI. E ainda Tuffy, Chiplena, Miss, entre outros, cada um importante em um determinado período.
Um dos momentos que mais me marcou até hoje foi no rodeio de Jaguariuna em 2004. Estava classificado para semifinal do Laço Individual e na época tinha 15 anos. Quem conhece sabe que é um rodeio extremamente apertado. Me vi, sobretudo, no meio de todas as ‘feras’ do esporte.
Quando entrei na arena, o locutor Rafael Vilela me exaltou. Disse que eu era de Jaguariúna, representava a cidade, senti o grito da arquibancada, uma saudação inexplicável. Na época o sentido de rodeio era mais tradicional, o público era outro, a essência da festa de peão era outra. A torcida era para mim aquele dia, inexplicável.”
PRO Tie Down Roping
“A PRO Tie Down Roping surgiu com o intuito de valorização. Valorizar a imagem dos profissionais, as premiações, os animais. E para isso acontecer precisávamos de exposição e financeiro. Então, buscamos profissionalizar mais a coisa toda.
Criamos uma página no Instagram, que conta a história, mostra os resultados e expõe a imagem dos atletas e animais. Desse modo, o objetivo é mostrá-los para todos, o que fazem e quem são de verdade os profissionais, não apenas conhecer por nome.
Hoje estamos com uma parceria com a Loja Western Jaguariúna. O Saulinho está fabricando e vendendo os produtos da linha PRO. Temos bonés, peias, camisetas, camisas. Assim como muitas novidades de vestuário e traias estão chegando. O dinheiro das vendas são revertidos para a premiação das provas PRO.
Começamos em 2019 e foi um grande passo, distribuímos mais de R$ 70.000,00 em prêmios, atingindo o objetivo inicial. 2020 estava inclinado para ser um ano excelente. O Laço Individual em forte crescente pelas mãos da ANLI. Enquanto a PRO pretendia lançar grandes projetos.
Com a pandemia, atrasou tudo. Estamos ainda em uma fase de incerteza das provas e para realizar eventos. Nesse meio tempo, fortalecemos a marca e nosso caixa, para que quando voltar tenhamos uma temporada sensacional.”
Por Luciana Omena
Crédito das fotos: Arquivo Pessoal
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