“O relacionamento com os cavalos é o que dá sentido para nossa vida!”

Kenny Afonso da Cunha comemora sua melhor temporada e reafirma a vontade de seguir sempre como um profissional do cavalo
Kenny aos três anos de idade

Aos 23 anos, Kenny tem um sobrenome forte no meio. Vem de uma família que todo mundo conhece, admira e respeita. Paulo Cunha, seu pai, começou a trabalhar com cavalos em 1976  e o CT Paulo Cunha existe desde 1992, em Itaberá/SP, cidade que o jovem treinador nasceu e mora até hoje. Da sua primeira prova, aos cinco anos de idade, ao que ele conquistou hoje, muito trabalho e dedicação ao lado da família, que fica completa com os irmãos Renato e Jefferson, também profissionais do cavalo.

Com 252,5 pontos pela ABQM hoje, ele comemora o fato de ter ganho esse ano, no Laço Individual Aberta Junior, Congresso (nota 223), Nacional (nota 225) e Copa dos Campeões (nota 223), todas as três provas com a maior nota do evento. São muitos os títulos, mas essa temporada foi, e ainda está sendo, muito especial para ele. Fomos conversar com esse campeão para conhecer um pouco mais de sua história. Confira!

Conta um pouco da suas primeiras lembranças  com o cavalo?

Kenny: Quando eu penso na minha infância, as primeiras lembranças que tenho são com cavalos. O primeiro contato foi aqui na minha cidade, Itaberá, com dois anos e meio de idade, meu pai já me colocou para dar uma volta. Eu andava em cima do cavalo amarrado com ligas elásticas e desde pequeno era assim. Sempre gostei e nunca tive dúvida que queria mexer com cavalo.

Com Billy Is It no Nacional ABQM
para marcar 225.
Foto: arquivo pessoal

Como você despertou a vontade de seguir a mesma profissão?

Kenny: Desde que me lembro, sempre estive envolvido com cavalo, prova, treinamento em casa e a profissionalização foi acontecendo naturalmente. Competindo, treinando, acompanhando meus irmãos e meu pai. Então, chegou uma hora que tive que fazer uma escolha, ou ia me profissionalizar ou ia ser somente competidor, e eu não tive dúvida de que queria seguir a profissão de treinador.

Você já se considera profissional? Como buscou aperfeiçoamento?

Kenny: Apesar da minha pouca idade, sim, me considero. Uma vida para os cavalos, conhecendo e descobrindo a melhor maneira de treiná-los. Aos 17 anos, migrei da categoria Jovem para a Aberta, sem passar pela Amador, e de lá para cá, venho tentando cada vez mais me aperfeiçoar. A minha sorte é minha família ter essa história antes de mim, começou com  meu pai, depois Renato e Jefferson, e ficou mais simples para eu aprender. E, durante todo o caminho, vou conhecendo pessoas que vão me ajudando e me dando muitas dicas.

Lembra da sua primeira prova?

Kenny: Não lembro exatamente, mas foi por volta de cinco anos de idade. Quando pequeno competia em Três Tambores e Seis Balizas. Eu tive uma professora muito especial, a Skyppy Shady. Ela nasceu em 1991 e eu em 1994 e está conosco até hoje. Se eu sou alguém hoje, foi por conta dessa égua, que me ajudou a aprender tambor, baliza, laçar bezerro, team roping. Coincidentemente, a primeira égua que eu treinei assim que me tornei profissional foi uma filha dela, Shady Lena’s Okie PC, que me deu muitas alegrias também.

Ao lado da sua égua especial
Skippy Shady

Quais modalidades você pratica?

Kenny: Em 2004, comecei a competir pela ABQM, em Rédeas, e desde então não parei mais. Fiquei só na Rédeas em 2004 e 2005, depois em 2006, comecei na Apartação, então fazia as duas provas pela ABQM até 2008. Já em 2009, foi meu primeiro ano no Laço de Bezerro, e nesse ano ganhei meu primeiro Nacional. E em 2010, comecei a fazer pela ABQM provas em Três Tambores. Também faço algumas provas de Laço em Dupla, e algumas de Western Pleasure e Performance Halter na ABQM.

Principais títulos:

Kenny: Tenho a felicidade de,  em  todas as modalidades que competi, ter ganho todos os eventos da ABQM, pelo menos uma vez, e alguns mais de uma vez. Em Rédeas sou campeão Nacional, Congresso, Copa e tricampeão Potro do Futuro pela Jovem; Na Apartação sou campeão Nacional, Congresso e Copa dos Campeões; No Laço Individual também ganhei Congresso, Nacional, Copa e Potro do Futuro; e nos Três Tambores, Campeonato Nacional e Copa dos Campeões e tenho três reservados de Potro do Futuro, entre outros títulos em provas.

Kenny em ação na Apartação. Foto: arquivo pessoal

Fale um pouco dessa temporada?

Kenny: Essa temporada, acredito, foi uma das melhores, senão a melhor temporada que eu já vivi. Não posso deixar de citar o nome do cavalo que vem me acompanhando, Billy Is It, do Haras São Matheus, meu companheiro nessas conquistas. Vem sendo um ano inesquecível. Ganhei, na Aberta Junior, Congresso, Nacional e Copa dos Campeões ABQM com a maior nota em cada um dos eventos. É um marco muito significativo na carreira de qualquer Profissional! Vai passar muito tempo e não vou me esquecer nunca desse ano maravilhoso.

Campeão nas pistas de velocidade também.
Foto: arquivo pessoal

O que o cavalo significa para você?

Kenny: Para mim, como para minha família, simboliza a vida. Dele que a gente tira nosso sustento, nossa amizade, relacionamento. É o cavalo que nos move, que dita a regra da nossa vida, que da o sentido para nossa vida.

Como é conviver com seu pai e seus irmãos nesse meio que escolheu?

Kenny: É muito bom trabalhar ao lado do meu pai, dos meus irmãos, e da minha mãe também, pois eles me dão toda a estrutura que preciso, todo respaldo, seja dentro do treinamento ou das competições. É um alicerce que eu tenho a meu favor e isso me dá mais confiança e qualidade no meu trabalho.

Shady Lena’s Okie PC. Foto: arquivo pessoal

Já pensou em fazer outra coisa, mesmo que em paralelo?

Kenny: Por enquanto, ainda não tive vontade, não. Quero continuar aprendendo mais, conhecendo mais, para poder melhorar a cada dia, em tudo que eu faço, que venho desempenhando com os cavalos. Dentro da minha profissão, posso conciliar meu trabalho com meu hobby, e isso é muito bom. Antes de tudo, você tem que gostar do que faz e eu sou apaixonado por tudo que eu faço, tenho prazer em poder montar os cavalos. Seja onde for, passeando, lazer, na baliza, no tambor, na rédeas ou apartação, no laço, o que eu gosto é de estar com os cavalos.

Por Luciana Omena

Deixe um comentário