Aos 38 anos, natural de Niterói/RJ, a treinadora trabalha com mais de 50 alunos em Bauru/SP, onde mantém seu centro de treinamento
Nathalie em Barretos quando ficou em terceiro lugar!A primeira relação de Nathalie De Jonghe com os cavalos foi em 1983, em Niterói, no Rio de Janeiro, cidade que nasceu. Incentivada pela mãe, apaixonada por cavalos, aos quatro anos ela já estava ligada aos animais que iriam nortear seu futuro. Foi em 1985, quando sua mãe Ângela Maria Pontes montou um centro de treinamento, colocando em prática sua paixão pelos cavalos e sua vocação na educação, atuava como orientadora educacional, que Nathalie pode dar vazão ao seu sonho.
Por se tratar de treinamento e lida de animais de grande porte, a atividade de treinador é comumente exercida por homens, mas Nathalie não entende que isso seja impedimento para fazer o que mais ama. Ela administra o De Jonghe Treinamentos em Bauru/SP, cidade que mora hoje com a filha Yasmin, companheira da mãe em todos os momentos. Conversamos com Nathalie para saber mais sobre sua trajetória, confira!
Como você começou nas competições de Três Tambores?
Nathalie: Foi em Rio Bonito/RJ, quando tinha sete anos de idade, montando Detalhe do Goulart, um cavalo mestiço e muito veloz. Foi aí eu me apaixonei pelas competições. Naquela época, não havia divisão de categorias, então conquistei o primeiro lugar na minha primeira prova, ganhando de adultos e adolescentes. Alguns anos depois, em 1993, com 12 anos, fui convidada a treinar em um haras particular em Maricá, também no Rio, e conheci o Marcão Toledo. Logo ele tornou-se uma referência para mim e comecei também a ir bem nas provas que participava.
Tem alguma lembrança dessa época que nunca esquece?
Nathalie: Nos treinamentos em Maricá, conheci a égua Fraulein. Queria muito que ela fosse minha, mas lembro que o valor para compra era em dólar e não tínhamos condições. Minha mãe acabou tendo a ideia de vender os jogos de mesas do restaurante do centro de treinamento para levantar fundos e comprar a Frualein. É um cavalo muito importante para mim, e que hoje está na memória como o animal mais querido que já tive e que me trouxe vários títulos.
Com os alunos do CTSó ficou nos Três Tambores ou também praticou outras modalidades?
Nathalie: Também já fiz, além de Tambor e Baliza, Rédeas, Western Pleasure, Cross Country, Apartação, Cinco Tambores, Maneabilidade e Velocidade.
Conta um pouco sobre a sua trajetória profissional.
Nathalie: Comecei a trabalhar como treinadora aos 17 anos, ainda no Rio, em Duque de Caxias, no Rancho Forever. Foi muito bacana, montava os melhores animais que já havia conhecido. Nessa época, começamos a ir para as provas em São Paulo, pois eram onde as competições eram mais fortes. Queríamos ir mais além com os nossos Quartos de Milha. E as coisas foram crescendo, fomos a boas provas, inclusive Presidente Prudente, fiquei em segundo, e depois Barretos, em 1999. Fiquei em terceiro lugar em Barretos, no rodeio internacional, com a Milk Shade. Fizemos o melhor tempo nas eliminatórias e fomos para a final. Mesmo com ela com um pouco de dor, terminamos na terceira colocação naquele ano. No ano seguinte, casei e fiquei um tempo longe das pistas. Em 2001, nasceu minha filha, Yasmin De Jonghe Ribeiro. Com ela um pouco mais crescida, fui atrás de outra paixão, que era ser comissária de bordo, trabalhei na Varig de 2004 até 2006. Mas não consegui ficar muito tempo longe das provas. Acabei me mudando para Bauru em 2007, onde moro até hoje, e montei meu centro de treinamento em 2010.
E como é seu dia a dia por lá?
Nathalie: O CT é voltado para Três Tambores e Seis Balizas. Tenho mais de 50 alunos, 25 animais, e diariamente exerço a função de treinadora. Quero passar para meus alunos conhecimento, disciplina e muito amor pelos cavalos e pelo esporte equestre. Tenho aluno com idade a partir de três anos e meio. A rotina também se divide para o trabalho com a Equoterapia. São quatro quatro profissionais que, uma vez por semana, atendem em média dez pacientes, por cerca de 30 minutos cada atendimento. São pessoas com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), PC (paralisia cerebral) e Síndrome de Down.
YasminUm sonho?
Nathalie: Um deles era ver minha filha sendo minha companheira e isso já realizei. Ela tem 16 anos hoje, está sempre comigo no CT e já participando de importantes provas. Algumas vitórias, também já competiu em Barretos, ficou em 11° lugar aos 15 anos, com sua égua Shayenne. E outro sonho é de receber um convite para disputar e, quem sabe, conquistar uma prova nos Estados Unidos.
Por Luciana Omena
Fotos: arquivo pessoal