Levada pelo pai, que é pioneiro na sua região, ela nasceu praticamente em cima dos cavalos
São muitos anos de profissão. Desde 2002, Carina Pavan, 37 anos, treina profissionalmente no Centro de Treinamento Carina Pavan, em Maristela/SP. Seus alunos têm de três a 71 anos, mas são as crianças que ganham um destaque especial na carreira da treinadora de Três Tambores. Natural de Conchas, também em São Paulo, ela é casada com Eduardo Henrique e tem duas filhas, Lavínia, 6, que já compete, e Valentina, 1. Tendo sua família como base e fortaleza, Carina toca o CT com o marido e o pai.
Ela conta que nasceu, praticamente, em cima dos cavalos, já que seu pai foi pecuarista e pioneiro nos trabalhos com rodeio nessa região. E ela sempre estava junto dele, deixando a paixão por cavalos passar de pai para filha e fazer dessa paixão seu meio de vida. Seus dias são dedicados às aulas, cuidados com as filhas, provas que organiza, especialmente na categoria Kids, para crianças. Confira entrevista!
Com o pai, Lilo PavanComo começou a competir?
Carina: Meu primeiro, e eterno, treinador, foi meu pai, Lilo Pavan. Comecei treinando cavalos com 12 anos. Eram cavalos que meu pai não utilizava mais no laço, me dava para iniciar no tambor e depois vender. Mais tarde, comecei a fazer cursos, fiz muitos, um dos primeiros foi com Claudio Granja, para me aperfeiçoar. E só depois vieram as competições. Eram poucas na minha região naquela época e tínhamos que viajar.
E como como tornou-se treinadora, como veio o CT?
Carina: Foi em 2002. Comecei a dar aula para um projeto de crianças carentes (45 crianças) e a partir daí começaram a surgir outras crianças interessadas em aprender equitação e Três Tambores, e assim iniciei.
Você faz esse trabalho bem legal com a criançada.
Carina: Desde do início trabalhei com crianças. Com o tempo fui aperfeiçoando, estudando e fazendo cursos. Hoje trabalhamos com crianças a partir dos três anos de idade.
E a rotina no CT? Conta um pouco do dia a dia.
Carina: Hoje temos em torno de 30 alunos e 12 animais, e mais alguns outros animais de alunos alojados conosco. Além das baias dos nossos cavalos, reservados para aulas e competições, também oferecemos o serviço de estadia, com baias e piquetes para alugar. Treinamos de manhã e à noite, diariamente. Somos em três treinadores, meu pai, meu marido e eu, e dividimos as tarefas: Meu pai, que administra o arrendamento das baias e piquetes e dá aula de Team Roping e Seis Balizas; o Eduardo treina os animais de clientes, faz manutenção da pista diariamente e dá as aulas também. E eu, treino nossos animais e dou aulas. Estamos com um projeto de abrir uma segunda Unidade do CT Carina Pavan em Boituva/SP, aqui na nossa região, que deve ser instalado no Condomínio Residencial Solaris.
Com a pequena ValentinaFoto: José Machado
E como é unir tudo isso com a organização de provas?
Carina: Fácil não é, mas quando amamos o que fazemos tudo se torna possível. Comecei a organizar rodeios aqui na região há uns 17 anos. Como não tínhamos muitas provas por aqui, fui atrás e comecei a fazer. Hoje sou responsável por três campeonatos: Circuito Intermunicipal, Copa MHorse e Copa Verão. E ainda, praticamente, pela prova de Três Tambores de todos os rodeios da região. Acaba sendo, em média, 20 provas por ano. E em todas as competições levamos uma galera, a maioria jovens e crianças, para competir.
Qual a importância do esporte, especialmente do esporte a cavalo, para a formação das crianças, na sua opinião?
Carina: O esporte é fundamental para o desenvolvimento e crescimento e contribui para o físico e para a mente também. Ajuda a criança a fazer amigos e ingressar na sociedade, a aprender e seguir regras, a superar timidez, a controlar ansiedade, ser mais colaborativa e menos individualista, melhora coordenação motora, a criança aprende ganhar e perder, a ter autoconfiança. E o cavalo acaba sendo um grande instrumento na educação, pois ensina limites, ajuda no desenvolvimento da afetividade, autoestima, confiança e concentração, nos ensina com amor a trabalhar em equipe.
Por Luciana Omena