Para Mariana Saad, a conexão com o animal é vital para os Três Tambores

“Retiro dos cavalos ensinamentos sobre paciência, resiliência e persistência para atuar no meu dia a dia e na minha profissão”.

 Mariana Saad, 25 anos, apesar de ter nascido e morado maior parte da sua vida na capital do estado de São Paulo, desde pequena teve contato com os animais. “Lembro que minha maior ansiedade era que o final de semana chegasse para irmos para nosso sítio, em Cordeirópolis/SP. Acredito que foi dessa forma que eu sempre encontrei a válvula de escape para a vida paulistana, convivendo com os cavalos”.

Já um pouco mais velha, Mariana se apaixonou pelos cavalos da raça Mangalarga, que foram seus companheiros de Cavalgada por alguns anos. E foram as Cavalgadas e os cavalos Mangalarga que, ironicamente, despertaram a paixão dela pelos Três Tambores. “Quando, aos 18 anos me mudei-me para Marília, para cursar a faculdade de Medicina, procurei manter contato com os cavalos”, lembra.

Por não ter muitos cavalos da raça Mangalarga na região, ela acabou indo parar no Quarto de Milha, raça que predominava na cidade e em seu entorno. “Foi então que tive meu primeiro contato com o QM e os Três Tambores”. Mariana reforça ainda que os cavalos sempre foram fundamentais no desenvolvimento do seu trabalho com os seres humanos, como Médica.

“Retiro dos cavalos ensinamentos sobre paciência, resiliência e persistência para atuar no meu dia a dia e na minha profissão. Além de serem responsáveis por drenar o peso da minha rotina, como se me recarregassem para seguir em frente”, aponta. O começo, ela imagina que é igual para a maioria, foi a parte mais difícil para ela, levou tempo, insistência e muita dedicação até que encontrasse seu atual treinador e os cavalos que monta.

Mariana monta no Rancho 20/20, de propriedade do Dr. Fábio Vieira, em Santa Rita do Passa Quatro/SP. O local está sob o comando do Ditinho Marciano, que toca seu CT lá, então seus cavalos são treinados por ele. E são 300 km de distância que ela percorre sempre que quer treinar. “É um desafio constante e é aí que entra a importância de um bom treinador para amadores. E o Ditinho é, certamente, um dos melhores treinadores de amador da atualidade”.

Para a amazona, Ditinho tem o dom de deixar os cavalos ‘na mão’. “A profissão e a distância fazem com que eu consiga treinar no máximo uma vez por mês, o que muitas vezes me fez ter que chegar na prova e correr tendo montado a última vez há certo tempo. Antes de montar para correr, os últimos conselhos do Ditinho e já com os corações acelerados, seu abraço e o ‘pra cima’ são a ‘cereja do bolo’”, reforça.

Ela conta que, nas provas, sempre gosta de gastar algum tempo sozinha com os cavalos, na cocheira mesmo, “acho que é o momento que temos para reforçar nossa ligação. Dentro da pista acho que não preciso comentar, a conexão com o animal e a adrenalina são viciantes”. Mariana monta hoje Rei do Asfalto, Mister Apolo Red, Tutuco Red.

No pódio, a competidora já pode comemorar vitórias na Amador Principiante do 11° Grand Prix Haras Raphaela, na Amador Principiante pelo NBQM, na Amador Principiante do Rancho Mariana duas vezes, e na Amador Light da Copa Play Horse por três vezes. Ela segue os campeonatos de Bauru, Jaú e Rancho Mariana, além das provas realizadas na região, e ainda faz questão de estar sempre no Grand Prix Haras Raphaela, e nas provas da ABQM.

Como competidora amadora, seu maior sonho é ter sempre a oportunidade de fazer dos Três Tambores sua terapia. “Além de melhorar minha própria perfomance com cada animal e retirar ao máximo o que nós dois pudermos oferecer. Os títulos serão consequência disso”.

Sobre agradecimentos, ela faz questão de ser grata a Deus, por ter as pessoas que diariamente a movem em direção a seu sonho, como “Ditinho e Solange, Dr. Fábio Vieira e todos do Rancho 20/20, minha família que me incentivou durante a faculdade, nossos veterinários e aos animais que me trazem tanta alegria”.

Por Luciana Omena
Foto: Beto Negrão

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