Juiz explica as vantagens da prática do Pleasure

 Além de proporcionar conhecimento aprofundado de montaria, a modalidade é uma grande porta de entrada para a prática de outros esportes equestres.

Apesar de pouco difundido em território brasileiro, o Western Pleasure é uma das modalidades com o maior número de adeptos nos Estados Unidos, com provas que chegam a registrar mais de 200 inscrições. Tal fato deve-se aos benefícios que o esporte proporciona aos seus praticantes, seja o cavaleiro ou o cavalo. E para entender melhor todas as vantagens deste esporte equestre que conversamos com o árbitro de provas Francisco Garcia, que atua há mais de 20 anos na área.

Ele explica que a modalidade tem origem no velho oeste, período em que se percorriam grandes distâncias à cavalo. Para que o cavaleiro e o animal suportassem esses longos trajetos, os criadores passaram a selecionar cavalos com movimentação boa no trote, ou seja, macio. “Esses animais cobrem uma distância grande, porque a passada é longa e não cansa o animal e o cavaleiro conseguia montar”.

Assim, notou-se a importância de se formar conjuntos harmônicos no andamento e surgiu a modalidade Western Pleasure. Nela, os participantes competem juntos, caminhando em volta do perímetro da arena a passo, depois a trote e, por último, a galope. A pedido do juiz da prova, os cavaleiros devem segurar as rédeas apenas com uma mão e não se pode mudar de mão durante a prova. O cavaleiro não pode tocar na sela ou no cavalo com a sua mão livre ao decorrer do percurso.

Seguindo tais princípios, o cavalo mostra sua facilidade em mudar de andamento ao comando do juiz. Outro fator importante nas provas é notar a tranquilidade do animal nas mudanças de andamento e se está andando na mão correta, além da posição do pescoço e da cabeça. “A prova requer dedicação, concentração e paciência daqueles que praticam a modalidade. Apesar de ser técnica, com necessidade de um conhecimento aprofundado de montaria, ela é até mais fácil de se praticar do que os demais esportes equestres”.

Chico Garcia

Francisco acredita que essa ‘facilidade’ seja responsável pelo grande número de adeptos do esporte nos Estados Unidos e crê que se os amantes de cavalos passassem a enxergar todas essas vantagens, a modalidade seria também mais praticada no Brasil. “O Pleasure demanda mais de técnica, a pessoa se aprofundar um pouco mais e ela acaba não sendo tão praticada por aqui porque não tem explosão, boi envolvido, ela parece ser uma prova sem emoção, mas por ser técnica ela é uma modalidade muito interessante, sim”.

O árbitro ainda garante que um bom competidor de Western Pleasure estará apto depois a praticar qualquer outra modalidade. “O cavalo de Pleasure é mais tranquilo, a prova não é contra o cronômetro, não tem obstáculos. É uma prova de andamento. Então, teoricamente, ela é uma grande porta de entrada para as pessoas que gostam de montar, que as vezes não montam tão bem ou que querem começar para uma modalidade. Ganham confiança em montar a cavalo, a competir, e depois seguem para outras modalidades”.

Para o futuro da modalidade no Brasil, Francisco Garcia só vê uma alternativa: o investimento em eventos de Western Pleasure. “Toda modalidade ela tem o seu crescimento proporcional a quantidade de eventos voltados para ela. Como o Tambor, que é a locomotiva da performance dos cavalos atualmente, porque você tem provas em vários lugares, premiação boa, muitos treinadores. Se o mesmo for feito com o Pleasure, com certeza a modalidade só tende a crescer no país e a trazer benefícios ao mundo do cavalo”, finaliza.

Por Equipe Cavalus

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