Kiki Benevides conta sua história na modalidade!

“O Western Pleasure é a minha base. Foi como eu conheci o cavalo e comecei a fazer provas.”

A sua própria história de vida se mistura à sua história no cavalo. Ana Cristina Benevides Chiattone, a Kiki, começou a ter contatos com cavalos muito nova, aos três anos de idade, na Fazenda Pantaleão, do seu avô, criador de cavalos há mais de 40 anos. Inicialmente ele criava cavalos de Corrida, e quando passou a ter animais de Western Pleasure e Conformação, foi a época dela iniciar seu contato com esses animais. Então, sua entrada nas provas foi através dessas duas modalidades. “Foi maravilhoso, me deu uma base excepcional de equitação, foi muito bom”, afirma.

Kiki aprendeu a gostar de cavalo por causa do Western Pleasure, lá por volta de 1993, cavalo para montar, sua referencia. Foi seu inicio, foi como ela aprendeu a montar, é seu exemplo de cavalo de prova.  E aos cinco, seis anos de idade, ela já fazia prova. Orientada e incentivada pelo avô, tia e pais, ela montava e treinava para competir. Quem a vê hoje, correndo de um lado para outra nas provas oficias da ABQM, por exemplo, apresentando seus animais em Rédeas, Pleasure, Performance Halter, com estilo, com postura, agora sabe de onde veio tudo isso.

Conheça mais um pouco na entrevista a seguir!

Lembra como foi sua primeira prova de Pleasure?

Foto: Arquivo Pessoal

Kiki Benevides: Nossa, eu lembro pouco, tinha cinco anos. Mas tenho uns flashs. Foi com uma égua do meu avô chamada Scarlette, filha do Zanador, ganhamos vários prêmios.  Além do Pleasure também fiz Showmanship, que era como se fosse Conformação, puxando o caval de trabalho, com percurso a seguir. Lembro que não dormi na noite anteior direito, ansiedade, frio na barriga. Lembro que vestia os coletinhos de franja, gravatinha borboleta. Era muito legal.

Temos poucos competidores aqui no Brasil. A que se deve isso em sua opinião?

KB: Nos Estados Unidos é a prova mais requisitada que tem. São muitos participantes, vários dias de classificatórias. Aqui no Brasil, acredito que não seja volumosa pelo fato da educação de equitação mesmo. Hoje em dia, a pessoa quer começar a montar, então escolhe a modalidade e, sem nunca ter subido em cima de um cavalo, ganha o mais rápido e caro, entra na pista ganha e fica feliz assim. Mas não sabe o q é um freio, o que é botar cavalo na mão certa, postura em cima da sela, posicionamento de perna, calcanhar, cotovelo, ombro.
E o Western  Pleasure é extremante clássico, de uma equitação absoluta e, que se a pessoa não tem essa educação, jamais vai saber a importância.
Acho que é isso que falta no Brasil, essa educação, desde pequeno saber montar, equitação básica, independente da modalidade que a pessoa vá escolher depois. A modalidade que mais ensina a montar corretamente é o Western, postura perfeita, o posicionamento correto, adequado. E como é um esporte pacato, clássico, fino, de uma educação máxima em cima da sela, as pessoas não têm interesse nisso. Querem dinheiro e adrenalina.

Porque você sempre faz questão de estar nas provas de Pleasure ?

KB: Além de ser a minha educação, onde comecei, quem faz Western Pleasure e entende de fato o que é a modalidade, se apaixona e não quer mais sair. Independente se ganha ou não. Só aquela coisa de você entrar na pista e vencer os seus desafios, do galope perfeito, do trote, postura da cabeça, do cavalo estar extremante adequado aos seus comandos, nunca mais a pessoa quer largar. Por isso toda vez entro na pista com cavalos diferentes, para superar meus desafios, para ver cada cavals um melhor que o outro.

Já competiu Pleasure nos EUA? Ou acompanhou provas, como é?

KB: Western Pleasure nunca competi lá, apesar de ter tido oportunidade. Quando morei no Deleu Ranch, tinha um rancho na frente do haras e eu ia montar sempre lá, com o Mark Shaffer, que é minha referência e exemplo de treinamento de Western.
As provas lá são fantásticas. Acompanhei o mundial do ano passado, foi demais. Pude ver muitas coisas novas que estão surgindo. Aproveitar pra conhecer técnicas novas. O Western para mim é maravilhoso.

Foto: Arquivo Pessoal

O que, em sua opinião, faria os Brasileiros olharem melhor para a modalidade?

KB: Acho que a única coisa é investir dinheiro em premiação. Até triste dizer isso, mas hoje todo mundo quer o retorno do investimento. E elas se interessam pelo que gostam, como Rédeas, Apartação, Tambor e como Western tem poucas pessoas, não tem retorno lucrativo, é uma prova técnica e serena, fica para trás.
Acho difícil as pessoas se interessarem pelo fato também dessa coisa de como ela foi educada no meio do cavalo. A maioria gosta de começar e já querer competir. Não se preocupam em pensar em aprender a montar bem e depois aprender a modalidade. No Estados Unidos a indústria é diferente. As pessoas nascem no meio do cavalo e para começarem a fazer prova,  tem que saber montar. Eles não admitem as pessoas que não tem postura.
O nosso mercado de cavalo é muito escasso nesse sentido, não temos essa cultura igual os americanos. É barato para investir, para crescer, diferente daqui do Brasil. Então, se conseguimos premiação alta, acho que as pessoas iriam voltar mais o interesse.

Quais ações podem ser feitas para fomentar?

KB: Investir, achar pessoas que queiram investir. Boas premiações, fazer mais provas. Um exemplo que veio agora, são provas particulares, como o Haras Dan, que já tem sua prova tradicional e muito boa de Rédeas, incluir o Western. Seria uma referência para chamar atenção das demais pessoas.

Você tem um esquema de treinos para essa modalidade?

KB: Na verdade não tenho um esquema. Sigo tudo que eu aprendi até hoje. Vai muito do cavalo. Um cavalo de western tem que ser natural, o mais próximo do natural possível. Se vem dele natural, o trote, a movimentação bonita, suave, adequada, ai treinar é a coisa mais simples do mundo, deixar seu cavalo o mais natural possível.

Foto: Arquivo Pessoal

Quais cavalos você seleciona para competir Pleasure?

KB: Procuro ver o cavalo solto no pasto ou redondel e piquete. Observo a movimentação dele por si só, o natural dele como ele é, e o quanto ele é suave quando se movimenta.

Rédeas, Tambor, Performance Halter, Pleasure, que mais você ja fez? Rsrs

KB: Já fiz Conformação, Showmanship, Cinco Tambores, Apartação. Sou apaixonada por cavalo, independente da modalidade ou raça.

Deixe um comentário