Aos 16 anos ele foi para os Estados Unidos em busca de conhecimento. Jovem, mas já sabia que queria ser treinador e viver do cavalo
Um divisor de águas na vida de Henrique Paccola Ribeiro, 25 anos, natural de Espírito Santo do Pinhal, e hoje morador de Santo Antônio de Posse, cidades vizinhas, no interior de São Paulo, foram os 18 meses que passou nos Estados Unidos. Ele era bem jovem na época, mas a ideia de ser treinador, viver do cavalo, ser reconhecido e respeitado, já era algo bem claro e decidido na sua cabeça. Henrique atua com as modalidades Working Cow Horse e Rédeas, mas começou no Team Penning. O que importa é estar perto dos cavalos.
Após NRHA Futurity de 2009, ele voltou ao Brasil depois de uma experiência de vida inesquecível. Mudou de Pinhal para Posse para iniciar sua vida efetivamente trabalhando com cavalos, competindo na Aberta e treinando os amadores para Working Cow Horse e Rédeas. Seu primeiro emprego foi para ser responsável pelo treinamento no Rancho Oásis, em Jaguariúna, depois ele já montou o Rancho Arati, onde está até hoje com seu centro de treinamento.
Buscou conhecimento, fez cursos e estágios. Colocou em prática no Brasil tudo que aprendeu e vem aprendendo vendo de perto os melhores do mundo. Com seu trabalho, transformou seu sonho uma realidade. Conversamos com ele, confira!
No Working Cow Horse. Foto: ABQMComo começou?
Henrique: Meus primeiros contatos com os cavalos começaram cedo. Com três ou quatro anos de idade comecei a frequentar aulas de equitação, em seguida comecei competir as modalidades de Três Tambores, Seis Balizas e Team Penning, sendo treinado por Bruno José Ribeiro, no Clube do Cavalo, em Espírito Santo do Pinhal, minha cidade. Neste começo eu estudava no período da manhã e montava a tarde. Chegava da escola e já ia para o Clube do Cavalo, onde eu passava a tarde toda montando e ajudando o Bruno no que era possível. Meu primeiro cavalo de prova foi um Apalloosa chamado ‘Pepinho’, que me deu muitas alegrias na Baliza.
Nos Estados UnidosConta um pouco do seu período nos Estados Unidos?
Henrique: Anos depois, comecei a domar potros e treinar cavalos de Team Penning. Ai que senti necessidade de aprimorar meus conhecimentos. Conheci o renomado treinador Todd Crawford, durante uma clínica na Fazenda Barrinha, em 2007, ministrada por ele. Dois anos depois recebi o convite de amigos para correr uma prova de Team Penning nos Estados Unidos, no rodeio de Houston/TX. Fui e só voltei um ano e meio depois. Foi ai que minha vida tomou outro rumo. Montei com Roger Barral e depois com Todd Crawford as modalidades Rédeas e Working Cow Horse. Era um sonho para mim. Aprendi muito com esta passagem em solo americano. Aos 16 anos ir para um outro país, sozinho, enfrentar o desafio da língua e da uma cultura diferente.
Henrique com os demais assistentesde Todd Crawford
Como tomou a decisão de viver do cavalo?
Henrique: Quando fui para os Estados Unidos já estava decidido que iria me profissionalizar e ser um treinador de Rédeas e de Working Cow Horse. Um belo dia, recebi um telefonema, ainda estava na América, com uma proposta de emprego, era para voltar ao Brasil e montar os cavalos de Rédeas no Rancho Oásis, em Jaguariúna/SP. Quando chegou a hora eu voltei e fiquei no Oásis por dois anos. Logo em seguida montei meu próprio Centro de Treinamento, em Santo Antônio de Posse/SP, pertinho de Jaguariúna.
Como está sua rotina hoje?
Henrique: Hoje aqui no Rancho Arati tenho 20 cavalos sendo treinados para as modalidades Working Cow Horse e Rédeas, e também doma direcionada, principalmente para as modalidades de Laço.
Em 2017, Henrique foi campeão Nacional deWorking Cow Horse Cavalo Iniciante. Meses depois,
com o mesmo cavalo, foi campeão Potro do Futuro
Aberta Livre e AQHA. Foto: cedida
Qual lição mais valiosa aprendeu ate hoje na profissão?
Henrique: A lição mais valiosa que tive através do cavalo é que tudo é possível. Tendo paciência, honestidade, profissionalismo e, o mais importante, respeitando o cavalo, qualquer um pode chegar ao seu objetivo.
Consegue eleger um cavalo especial?
Henrique: O cavalo que mais me marcou até hoje foi Cody O´lena JPJ, um potro que ganhei muitas provas no Working Cow Horse, que me ajudou muito a crescer como treinador na indústria do cavalo.
O que é o cavalo pra você?
Henrique: O cavalo para mim é tudo! Através dele construí grandes amizades, que levarei para toda vida, formando uma grande família. Através do cavalo hoje está meu sustento.
Por Luciana Omena