Ele foi campeão do Freio de Ouro 2019 com a segunda maior média funcional da história
Durante a Expointer 2019, realizado no Parque Assis Brasil, em Esteio/RS, o ginete Fernando Andrighetti, de 35 anos, conquistou um marco importante dentro da raça Crioula. Afinal, ele foi campeão do Freio de Ouro com a segunda média funcional da história, 22,978.
Antes de mais nada vale ressaltar que o prêmio foi conquistado com o cavalo Santa Alice Nublado II (Aqui Estoy da Santa Juvita x Santa Ali Cambona), na categoria machos. Dessa forma, Fernando possui agora a segunda maior média maior média funcional da história e, ainda, a maior média funcional dos machos.
Diante de um resultado tão marcante, o portal Cavalus resolveu conversar com o ginete para conhecer mais a história por trás de Fernando Andrighetti.
A fim de saber quando teve o seu primeiro contato com o mundo dos cavalos, o por quê da escolha pelo cavalo Crioulo, o início como ginete e muito mais. Por isso, não perca tempo e confira abaixo a entrevista completa.
Primeiro contato com o mundo dos cavalos
“Minha família sempre teve cavalos para passeio. Após alguns anos, meu pai começou uma pequena criação. Foi através de um dos seus animais que corri o freio de ouro pela primeira vez em 2014, com Operário do Itaó.
Dessa forma, toda a família sempre esteve envolvida. Comecei trabalhando com meu irmão Marcos, que tinha um centro de treinamento em Caxias do Sul. Atualmente, trabalho em Arambaré como treinador na Cabanha Santa Rita, onde possuo também alguns animais de proprietários externos.
Meu pai tem algumas éguas de cria em Caxias do Sul, Cabanha Del Candieiro. Mais por gosto pelo cavalo do que por negócio. Embora tenha pouco tempo de criação e poucos produtos, já esteve presente com animais de sua marca na final das principais provas da raça, tanto morfológica como funcional.”
Por que escolheu o cavalo Crioulo?
“Na verdade, eu acho que foi ele quem me escolheu. Sempre fui um admirador da raça, pela sua beleza, funcionalidade e rusticidade. E, associado a isso, na época que trabalhava em Caxias, nossos clientes eram em sua maioria proprietários de crioulos, o que me proporcionou um maior contato com a raça. Em seguida recebi a proposta de trabalhar na Cabanha Santa Rita, cuja criação também é de crioulos. Acho que foi mais ou menos por aí”.
Início como ginete
“Minha admiração pela raça me fez desde pequeno acompanhar o freio de ouro. Com o passar dos anos e com as oportunidades que apareceram, surgiu o interesse em participar das provas como ginete.
Ainda quando adolescente e vendo meu interesse, meu pai me deu a oportunidade de buscar conhecimento na parte de doma, com seu Francisco Wolf. Depois de alguns anos, fui trabalhar com meu irmão Marcos, que foi minha primeira referência em treinamento.
No início minhas atividades envolvendo cavalos eram nas horas livres. Depois de algum tempo que passei a dedicar-me integralmente. Em 2009 corri a minha primeira prova na categoria aspirante. A partir daí, fui buscando melhorar meu conhecimento técnico e passei a participar na categoria profissional.
Como já citei anteriormente, em 2014 corri meu primeiro Freio de ouro com Operário do Itaó, cavalo que na época era do meu pai. Esse considero ter sido meu maior professor”.
2ª maior média da história
“Sempre acreditei no potencial do Nublado, desde que chegou se mostrou um bom cavalo, com ótimo temperamento e de boa cabeça. Não imaginava aquela pontuação, mas sabia que faríamos uma boa prova. Confesso que fiquei muito grato a ele e todos os envolvidos neste feito, foi uma vitória de todos nós”.
Evolução cavalo crioulo
“Por ser um cavalo extremamente versátil, usado em diversas modalidades, está cada vez mais ganhando simpatizantes de outros estados e países. Um exemplo disso é o freio de ouro europeu, que acontecerá agora em novembro”.
Planos para o futuro
“Espero continuar fazendo um bom trabalho e se possível colher bons resultados”.
Por Natália de Oliveira
Crédito das fotos: Arquivo pessoal/Fernando Andrighetti