Marcha da Integração bate recordes com chegada em Aceguá

Égua uruguaia chegou em primeiro lugar depois de 15 dias e 750 quilômetros de percurso

Inspirada nas lidas campeiras das estâncias, quando os cavalos trabalhavam até 15 dias consecutivos e percorriam, em média, 50 quilômetros diários, a Marcha da Integração é uma prova que visa avaliar a rusticidade, resistência e capacidade de recuperação do Cavalo Crioulo. Criada em 1971, é a disputa funcional mais antiga da entidade e junto ao Freio de Ouro e Morfologia formam o tripé seletivo da raça Crioula no Brasil.

E a edição 2018 foi considerada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, realizadora do evento, como a maior da história do Cavalo Crioulo. Antes da última largada, o presidente da ABCCC, Eduardo Suñe reiterou a premissa de testar a resistência da raça dentro do limite de cada exemplar. E lá se foram, nas estradas fronteiriças de Aceguá/RS, os marcheiros, lado a lado, na manhã de sábado, 14 de julho.

A 17ª edição da disputa bateu recorde de inscritos ao atingir 61 conjuntos na largada, realizada no dia 30 de junho. Na conclusão da marcha, o primeiro a comemorar foi o box 33, Favorita La Invernada, égua uruguaia, que completou os últimos 40 quilômetros em seis horas, 26 minutos, 22 segundos e 76 centésimos, garantindo a primeira colocação. “É uma vitória preciosa, do Brasil e Uruguai juntos. Que se repita, muitas e muitas vezes”, comemorou o ginete Gabriel Farias.

Favorita La Invernada à direita. Foto: Everton Souza Marita

Uma emoção que somente a Marcha é capaz de proporcionar. Entre tempos e chegadas, a comemoração de cada competidor, junto aos amigos e familiares, mostrou que todos que todos que se aventuram no trajeto são vitoriosos. “Concluir a prova é muito importante, tanto quanto ganhar. É uma das principais provas de seleção da raça Crioula” explicou o vice-presidente de Eventos, Eduardo Azevedo.

No início das etapas livres, 95% dos animais competiram ao apresentarem plenas condições para o feito. Por mês antes de largada, os 64 animais participantes da prova ficaram concentrados para serem revisados. Ocorreu um balanço da saúde dos animais com exames de frequência cardíaca e respiratória, verificação de mucosa e nível de hidratação do exemplar. Os altos e baixos na estrada de chão batido trouxeram os desafios que engrandeceram a seleção, já destacada por números recordes de inscritos, além de tempos nunca atingidos em percursos anteriormente.

“Isso ocorreu devido às condições dadas na concentração na Estância Santa Leontina, e a estrutura oferecida pela Cabanha Cevadura. Quem respeitou seus animais e o limite de cada exemplar, chegou até a final com excelência, muito bem. A marcha é a seletiva mais forte da raça Crioula, e só ela é capaz de fazer 750km em 15 dias, sem medicar e com alimentação restrita a pasto e a água”, registrou Suñe.

Para a organização, o desafio iniciou ao descobrirem o número de inscritos, nunca trabalhado antes. Mas dentro dos 130 hectares disponíveis para a acomodação dos 64 animais, todos passaram muito bem. “Mais uma marcha para selecionar além de cavalos, selecionar pessoas. Em 15 dias de convívio, é impossível também não selecionar amigos e desenvolver uma capacidade de resiliência. Agora fica o sentimento de missão cumprida e evolução que a marcha nos proporciona a cada seleção”, enfatizou o integrante da Comissão Organizadora, Carlos Azambuja.

Obra Prima da Reconquista. Foto: Fagner Almeida

Passaporte

Dezesseis eventos, oito estados: assim foi traçada a rota das Exposições Passaporte do ciclo 2018. A última parada de avaliações foi no Centro-Oeste, uma região rica em biodiversidade e que vem inserindo o Cavalo Crioulo nos hábitos de criação local. Fundado em 2012, o Núcleo Matogrossense de Criadores de Cavalos Crioulos integrou ao seu calendário a organização de mais uma Passaporte.

Outro Naipe da Reconquista. Foto: Fagner Almeida

Campo Verde, a quinta a ser realizada no Parque de Exposição Marco Antônio da Rocha, aconteceu no dia 14 de julho, sob o sol do cerrado, e foram julgados em pista 41 animais que vieram de outras partes do Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram campeões Obra Prima da Reconquista (fêmeas) e Outro Naipe da Reconquista-TE (machos).

HMR Gatinilla. Foto: Felipe Ulbrich

Nesta sexta-feira, 13 de julho, a avaliação da 9ª Exposição Passaporte de Brasília/DF colocou quatro fêmeas e quatro machos no caminho da decisão através do julgamento realizado por Felipe Caccia Maciel. A pista da Capital Federal foi responsável, mais uma vez, por apontar seus candidatos à Morfologia da Expointer 2018.

Jogador da Maya. Foto: Felipe Ulbrich

Com um montante de 41 animais inscritos na seletiva, a prova recebeu participação de exemplares trazidos de sete estados brasileiros, sendo a sua maioria originária do próprio Distrito Federal e do estado de Goiás. Na ponta de cada categoria a Estância de Los R’s (Santa Catarina) e a Cabanha Raízes do Sul (Distrito Federal) viram seus animais puxando as filas, com as vitórias da fêmea HMR Gatinilla e do macho Jogador da Maya.

Este final de semana, de 19 a 21 de julho, está acontecendo em Esteio/RS, o Doma de Ouro.

Colaboração: Assessoria de Imprensa

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