Agora é lei! O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.392, de 2022, que torna a Marcha da Resistência do Cavalo da Raça Crioula uma manifestação da cultura nacional e impõe ao poder público assegurar a livre realização dessa atividade. O texto foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (5).
O projeto que originou a lei (PL 408/2019) foi aprovado no início de junho no Senado, com parecer favorável do senador Lasier Martins (Podemos-RS), para quem a iniciativa contribui para “conferir legitimidade ao caráter cultural dessas manifestações, particularmente daquelas que sofrem algum tipo de preconceito em razão de sua origem social”.
“A Marcha dda raça crioula faz parte do patrimônio cultural gaúcho. (…) é um fator de identidade do povo gaúcho”, afirmou o relator na votação no Plenário.
Marcha de Resistência da raça crioula
Lasier explicou que a Marcha de Resistência da raça crioula é uma prova que tem como objetivo selecionar rusticidade, resistência e capacidade de recuperação do cavalo crioulo. Para a realização das provas, os participantes se concentram por 30 dias, para equiparar as condições físicas e nutricionais de todos os animais. Logo depois, observada a saúde do animal, são percorridos 750 quilômetros em 15 dias, disse Lasier.
De acordo com o autor do texto, a raça crioula está bastante estabelecida no país. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), o crescimento dessa manada no Brasil em 2015 atingiu 6,4%, totalizando 402.341 animais em todos os estados.
A tradição da Marcha de Resistência ocorre não só no Brasil, mas também na Argentina e no Uruguai. As cidades gaúchas de Alegrete, Bagé, Canguçu, Santa Maria, Dom Pedrito, Rosário do Sul, Santo Antônio da Patrulha, Uruguaiana e Jaguarão realizam a marcha, registrou Lasier durante a votação da matéria.
Freio de ouro também recebeu a honraria
A Lei 14.394, de 2022, que reconhece a competição Freio de Ouro como manifestação da cultura nacional também foi sancionada pelo presidente na última segunda-feira.
O torneio de habilidades de montaria ocorre há mais de 40 anos, com etapas nacionais e internacionais. A final acontece na cidade de Esteio (RS), na região metropolitana de Porto Alegre.
De autoria do deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), o PL 5.644/2019 foi aprovado pelo Plenário do Senado em junho. O relator foi o senador Lasier Martins (Podemos-RS).
Lasier ressalta que a criação de cavalos crioulos é uma importante atividade econômica, que possui muita identificação com o Rio Grande do Sul.
“O cavalo crioulo é reconhecido pela legislação estadual do Rio Grande do Sul como o animal símbolo do estado. Ele é responsável por um complexo econômico que movimenta anualmente mais de R$ 1,28 bilhão e emprega mais de 280 mil pessoas em todo o país. Hoje há 400 mil cavalos crioulos no Brasil, que servem como ferramenta de trabalho, de esporte e de montaria”, finaliza.
Fonte: Agência Senado
Foto: Arquivo/ Fagner Almeida
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